Gravura publicada pelo jornal extinto "O Zé"
de 12 de Novembro de 1912
Um diálogo inventado
Como tema, o fim do XX Congresso do PS, sendo dois os interlocutores: a Pátria altiva no seu trono e de cajado na mão, numa atitude humilde mas respeitadora e o outro interlocutor: uma parte do povo português a quem António Costa - que o representa - pede que lhe ajude a conceder uma maioria absoluta nas eleições de 2015, impondo uma condição que adiante se verá.
António Costa
- Eu prometo-te, Pátria, que tudo farei para dar ao povo que me elegeu e, no geral, à colectividade nacional, um tempo de mudança para bem de todos. Assim como uma nova regeneração, como nos tempos que antecederam a implantação da República, fazendo do PS um novo Partido Renovador...
Pátria
- E como farás tal coisa?
António Costa
- Muito simples, querida Pátria. Já pedi ao "meu povo" aquele que hoje me elegeu para dirigir o PS que, para que tal aconteça, preciso ter uma maioria absoluta...
Pátria
- E achas isso possível, com o povo tão desencantado como anda?
António Costa
- Acho possível, afastando alguns que só te têm feito mal, minha querida Pátria!
Pátria
- E quem são?
António Costa
- O PSD e o CDS!
Ao que parece, a Pátria, escaldada como está, não quis acreditar naquilo que ouviu, como se, apenas na esquerda fosse possível encontrar cidadãos impolutos e capazes de a salvar - tão endividada como está - e, olhando olhos nos olhos, António Costa, sorriu descarada e maliciosamente...
e o diálogo acabou!