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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Tempo de inventário


Desconheço o modo como tenho em meu poder a imagem escrita deste belo conceito que, possivelmente, guardei um dia para ser hoje,  a fonte onde vou beber a sabedoria que me falta e sobre a qual diz a crença popular: "todos aprendemos até morrer."

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Hoje, dia 31 de Dezembro de 2015, é tempo de inventário.

Não se trata de fazer uma relação de bens, de lucros e perdas comerciais, mas antes de inventariar minuciosamente o ano que passou, não com aquilo que aconteceu no nosso País e muito menos do que aconteceu no Mundo, mas daquilo que aconteceu connosco.

Para começar o inventário convém ter em conta o que nos aconselha Arthur Graham, que não sendo um intelectual ou académico - trata-se de um antigo jogador de futebol, natural da Escócia - tem, na singeleza profunda das suas palavras correctas aquilo que nos deve acompanhar no inventário que é preciso fazer neste último dia do ano de 2015.

Assim, que a nossa memória guarde, como um tesouro, do ano prestes a findar as coisas que edificaram a nossa vida - não as esquecendo - mas fazendo delas os pilares fundamentais do nosso edifício humano e, em contraponto, deliberadamente, como é aconselhado, deixemos para sempre esquecidos todos os percalços que nos aconteceram e, de forma alguma nos podem ajudar a viver no conforto das ideias e das atitudes.

Tem de ser assim, porquanto, o esquecimento dos momentos menos conseguidos é uma necessidade mental, tendo-se na devida conta que a nossa vida é parecida com o quadro escolar, onde para fazer uma nova equação com resultado verdadeiro - para se emendar o erro -  é preciso apagar a que tinha um resultado falso.

Assim, que no inventário do ano de 2015 prestes a findar, fiquem para sempre esquecidas todas as equações falsas - e sejam lembradas - todas as verdadeiras, as que se equivalem a marcos que deixamos plantados à beira do caminho.

Feliz Ano Novo 2016



quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Um soneto de Bento Faria


De certo modo é no anarquismo revolucionário de Maria da Fonte onde o soneto "À Mocidade" vai buscar a sua fonte inspiradora


À Mocidade

A vida só é bela quando tem
a norteá-la a ideia mais sublime,
quando pela virtude esmaga o crime,
quando esmaga a maldade pelo bem.

Abençoado o coração que vem
a decepar a mão que nos oprime;
porque só a virtude é que redime,
e virtuoso eu chamo a esse alguém...

Armai-vos, corações, do santo amor,
e vinde combater, sempre pensando
nesse ideal de deleitosa cor.

É vasto o campo ... e lá de quando em quando
vos reanimará a humana dor,
- e tereis forças p'ra morrer, amando ...

Lisboa 1905 - Bento Faria
in, "Luz e Vida" - Revista de Sociologia, Arte e Crítica


Caíram-me os olhos sobre este soneto.

Desconheço o autor, que foi colaborador da Revista "Luz e Vida" que se publicou no Porto, de Fevereiro a Julho de 1905. Nos seus únicos seis números publicados, tendo-se assumido como fazendo parte de uma corrente, por alguns considerara, libertária e por outros, anarquista, este soneto, marcadamente, está incluindo nesse espírito de alguma rebelião.

Abençoado o coração que vem
a decepar a mão que nos oprime;

Mas este convite ao uso de alguma violência contra aquele que quer condicionar, pela opressão, seja o homem individual ou a sociedade, logo a seguir, no primeiro terceto,  o autor enche-se de benevolência, como que redimido-se:

Armai-vos, corações, do santo amor,
e vinde combater, sempre pensando
nesse ideal de deleitosa cor.

E na parte final, mormente, no último verso, o que se lê é um chamamento à pureza do amor, quando ele é impulsionado, ainda que seja por ideais anárquicos, porque, morrer, amando - como acaba o soneto - é um ensinamento que tem cintilaçõs do Mártir do Calvário que assim morreu, amando os próprios algozes que O pregaram na Cruz!

E, por isso, ao entrar no espírito do soneto e da corrente sociológica que o inspirou, dei comigo a pensar naquele Mártir do Calvário, e não pude deixar de associar o percurso da vida do Homem-Deus a um certo "anarquismo" que Ele, para falar do Seu Credo foi obrigado a viver contra as seitas sociológicas do seu tempo, profundamente opressoras da liberdade do povo que Ele veio para libertar.

Um NÃO à indiferença, para um SIM à Paz!

Em Bardia, (Líbia) um grupo de soldados italianos, 
depois da conquista da cidade entrega-se ao exército australiano
(in, Revista "Mundo Gráfico" nº 10 de 28 de Fevereiro de 1941)


A Batalha de Bardia travou-se, vai fazer, entre 3 a 5 de Janeiro do próximo ano, 74 anos do seu confronto de três dias, no decorrer da II Guerra Mundial.

A imagem angustiante, mostra como um só homem armado derrota cinco antagonistas que de braços no ar, rendidos ao poder da força, deixaram ficar no instante fotográfico a tragédia da guerra, a que ninguém pode ficar indiferente, para que imagens trágicas como esta deixem de ter para sempre a sua existência em que o homem se torna, pelo poder da guerra, o carrasco do seu semelhante.

Porque vivemos um tempo complexo - não de guerras declaradas - mas de confrontos "surdos" em muitas partes do Mundo que assiste a eles com a indiferença que se nota em muitas partes da sociedade global, vale a pena ler e meditar no nº 4 da Mensagem do Papa Francisco dedicada à Celebração do XLIX Dia Mundial da Paz de 1 de Janeiro de 2016.

É com esse fito que no nº4 o Papa discorre o seu pensamento sobre o tema: "A paz ameaçada pela indiferença globalizada"  e cujo texto se transcreve ipsis-verbis:


4. A indiferença para com Deus supera a esfera íntima e espiritual da pessoa individual e investe a esfera pública e social. Como afirmava Bento XVI, «há uma ligação íntima entre a glorificação de Deus e a paz dos homens na terra». Com efeito, «sem uma abertura ao transcendente, o homem cai como presa fácil do relativismo e, consequentemente, torna-se-lhe difícil agir de acordo com a justiça e comprometer-se pela paz».  O esquecimento e a negação de Deus, que induzem o homem a não reconhecer qualquer norma acima de si próprio e a tomar como norma apenas a si mesmo, produziram crueldade e violência sem medida.

A nível individual e comunitário, a indiferença para com o próximo – filha da indiferença para com Deus – assume as feições da inércia e da apatia, que alimentam a persistência de situações de injustiça e grave desequilíbrio social, as quais podem, por sua vez, levar a conflitos ou de qualquer modo gerar um clima de descontentamento que ameaça desembocar, mais cedo ou mais tarde, em violências e insegurança.
Neste sentido, a indiferença e consequente desinteresse constituem uma grave falta ao dever que cada pessoa tem de contribuir – na medida das suas capacidades e da função que desempenha na sociedade – para o bem comum, especialmente para a paz, que é um dos bens mais preciosos da humanidade.

Depois, quando investe o nível institucional, a indiferença pelo outro, pela sua dignidade, pelos seus direitos fundamentais e pela sua liberdade, de braço dado com uma cultura orientada para o lucro e o hedonismo, favorece e às vezes justifica acções e políticas que acabam por constituir ameaças à paz. Este comportamento de indiferença pode chegar inclusivamente a justificar algumas políticas económicas deploráveis, precursoras de injustiças, divisões e violências, que visam a consecução do bem-estar próprio ou o da nação. Com efeito, não é raro que os projectos económicos e políticos dos homens tenham por finalidade a conquista ou a manutenção do poder e das riquezas, mesmo à custa de espezinhar os direitos e as exigências fundamentais dos outros. Quando as populações vêem negados os seus direitos elementares, como o alimento, a água, os cuidados de saúde ou o trabalho, sentem-se tentadas a obtê-los pela força.

Por fim, a indiferença pelo ambiente natural, favorecendo o desflorestamento, a poluição e as catástrofes naturais que desenraízam comunidades inteiras do seu ambiente de vida, constrangendo-as à precariedade e à insegurança, cria novas pobrezas, novas situações de injustiça com consequências muitas vezes desastrosas em termos de segurança e paz social. Quantas guerras foram movidas e quantas ainda serão travadas por causa da falta de recursos ou para responder à demanda insaciável de recursos naturais?


De notar que o Papa Francisco, no exercício do seu alto magistério, começa por anotar que a indiferença para com Deus supera a esfera íntima e espiritual da pessoa individual e investe a esfera pública e social, para chamar a atenção dos homens que é um erro a não abertura franca destes ao transcendente, àquilo que o supera no seu entendimento cognitivo, um motivo que os leva a cair como presa fácil do relativismo e, consequentemente, torna-se-lhe difícil agir de acordo com a justiça e comprometer-se pela paz.

Que o Papa Francisco seja ouvido, para que a tragédia de Bardia - uma entre tantas da II Guerra Mundial - não se repita  e que a indiferença globalizada ceda, em nome da transcedência de Deus, para que o próximo ganhe definitivamente o seu estatuto de irmão e agente interessado na defesa da Paz e do ambiente natural.

Mãe do Céu - Um poema de João de Deus




Mãe do Céu
                                              Torre de David!
                                              Torre de marfim!

Virgem, Mãe do mesmo Deus!
Virgem, filha de teu Filho!
Não há estrela de mais brilho
Nesses céus!

D'olhar fito nesse olhar,
D'olhos fitos nesses olhos,
Não há baixos. não há escolhos
Nesse mar!

Vem a onda, sobrevem
Nova onda, e nada teme
Quem te vê guiando o leme,
Virgem Mãe!

Tu guardaste em gozo e dor
Sempre n'alma a paz dum templo:
Foste em vida o nosso exemplo.
Mãe d'amor!

Navegando, mas de pé,
Neste mar, cavado embora,
Vou na barca salvadora
Que é a Fé.

Não me assusta a multidão
De inimigos que me agride;
Contra a Torre de David
Tudo é vão!

Por feroz que esteja o mar,
Num momento forma um lago;
Basta um só reflexo vago
Desse olhar!

Esse olhar é que a mim
Me encaminha e me socorre!
O meu norte é só a Torre
De marfim!

Meu farol! refúgio meu!
Sol, que dia e noite brilha!
Mãe de Deus e de Deus filha!
Mãe do Céu!

João de Deus
in, "Folhas Soltas" 1876

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Na cadência lírica e cantante de João de Deus, encontra-se no Poeta de S. Bartolomeu de Messines, este profundo, místico e exaltante poema dedicado à Mãe de Deus - Virgem, Mãe do mesmo Deus! - ou - Virgem, filha de teu Filho! - todo o Mistério que envolve esta figura feminina e única, a Santa maior de todas as Santas, a quem, neste tempo algo descristianizado pela acção destemperada de uma sociedade espiritualmente doente, os "homens de boa vontade" devem pedir a sua ajuda para os "homens de má vontade", porquanto, uns e outros, se devem irmanar no desejo do Novo Ano de 2016, ser sobretudo, um tempo de paz para todos. 

Que a Senhora, Mãe espiritual da Humanidade, seja, como a chamou João de Deus:

Meu farol! refúgio meu!
Sol, que dia e noite brilha!
Mãe de Deus e de Deus filha!
Mãe do Céu!

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

"Tempo é dinheiro"...

Imagem belíssima, como é belo é o pensamento de a. C., inscrito num diaporama recebido de mão amiga que o fez chegar à minha caixa de correio. Peço ao autor a benevolência de a publicar, dando-lhe os parabéns merecidos por tão belo trabalho artístico.


Tempo é dinheiro - diz a sabedoria popular - e ao ter, embora, implícito, um motivo economicista, transmite a ideia que "não há tempo a perder" em qualquer um dos muitos caminhos da vida, parecendo que este aforismo foi beber a sua ciência ao pensamento de Chanakya Pandita, que nos diz, eloquentemente, que nem com milhões de moedas de ouro se pode recuperar um só instante da vida, e aqui, entra com toda a propriedade o aforismo do tempo é dinheiro, pois se perdemos num só instante que seja, a roda da vida, depois, tendo-se perdido algum tempo precioso, nem com os tais milhões de moedas a podemos recuperar, porque pode ter ficado inalcansável.

Por isso, o título O VALOR DO TEMPO que a felicidade de tão bela imagem apresenta no topo faz todo o sentido, como faz esta frase de Franz Kafka: o tempo é teu capital; tens de o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida.

E é assim, porque a roda vida não deixou de rolar...

Conservadores e radicais



Nos povos, sejam eles quais sejam, desde sempre têm co-habitado duas correntes fundamentais do pensamento que se têm digladiado para derimir entre si, a condução da História: OS CONSERVADORES E OS RADICAIS, sendo que pertence a estes últimos o uso do oportunismo para fazer valer as suas ideias contra um certo reaccionarismo dos conservadores.

Por outras palavras, dir-se-á, que a luta é legítima, porquanto os conservadores receiam a instabilidade social defendida pelos radicais no sentido das reformas e processos deverem estar de harmonia com determinada época, enquanto os conservadores, mais cautelosos, entendem que só é reformável o julgado possível de acordo com o avanço civilizacional, criticando os que se querem colocar à frente dos acontecimentos sem medirem convenientemente os prejuízos que possam advir dos seus radicalismos.

Assim, temos, os que se querem adaptar (os conservadores) e os que tudo querem substituir (os radicais), razão porque, os agentes desta duas correntes não mereçam, os primeiros ser chamados de antiquados ou reaccoináros e os segundos de loucos ou extremistas, mas uns e outros de peões sociais que pretendem - com o senso possível - encontrar maneiras de corresponder às aspirações legítimas dos povos

Temos assim, que enquanto os que parecem "parados no tempo" desejam avançar sem destruir de qualquer modo o que existe, os outros, querem avançar contra "tudo e contra todos", parecendo que o mais razoável é só substituir algo para o qual se encontra substituto não deixando falhas, em contraposição com os que querem sem preocupações de maior, destruir sem se importarem com as falhas que possam ocorrer.

Por fim, deve assentar-se que todo e qualquer FUTURO só deve ser construído em cima das bases do PASSADO com as argamassa que a ele se possam ir buscar, constituindo, assim, os seus elementos substanciais, pelo que, até nos aspectos religiosos - algo que prende o homem à sua finitude existencial - é um erro que o radicalismo pretende erradicá-la da sociedade, quando o modo mais correcto é o da adaptar às novas necessidades da vida, ás novas modalidades do Espírito e não seguir o caminho oposto: que no extremo, deseja cercear a difusão da crença religiosa.

Temos, por fim, que qualquer sociedade só avança com o aproveitamento do que nela existe de fundamental, de característico ou tradicional, fazendo que ela seja regulada pela influência da civilização, no geral, pelo que no aspecto particular da FAMÍLIA se for o caso, esta possa vir a ser, organicamente, mais leve, mas não deve ser ajudada na dissolução fácil de cada lar, pelo que nessa célula fundamental, se deve aproveitar como válido a sua estrutura de base e não, de qualquer modo, instalar nela a anarquia dos radicais, onde não raro, impera a violência da fantasia das mudanças, como se as pessoas fossem descartáveis.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

"A ordem natural das coisas"


"A ordem natural das coisas"  é, um modo como Aristóteles entendeu que elas devem existir, dado que é da sua natureza que elas devam viver assim, pelo que, contrariar ou esquecer isto é atropelar o que nelas é de mais válido para a construção do Presente e do Futuro.
Por isso, talvez valha a pena ler o texto ipsis-verbis que se segue.

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A anarquia espiritual é mais perigosa que a anarquia temporal.  

Não se iludam os que supõem que, restabelecida a ordem temporal, está atido o "desideratum", e resolvido o problema. Há, pois, primeiro que tudo, que resolver problema da ordem espiritual, e a única maneira de o resolver encontra-se na consolidação do sentimento da tolerância mutua, e no aproveitamento inteligente e oportuno das fontes tradicionais de um povo. 

Tudo quanto seja revigorarmos elementos de vida do passado ; tudo quanto seja tornar conscientes as bases do passado nacional, ligando a inteligência das gerações do Presente ao que constituiu a vitalidade e a razão de ser do Passado, é bom, é opimo. E tudo quanto seja quebrar o fio das tradições, e abrir entre o Passado e presente uma solução de continuidade, é perigoso e é péssimo. 

Assim, quem quiser dar-se ao trabalho de resolver o problema da ordem espiritual de um povo, tem, antes de mais nada, de dedicar-se pacientemente, sem paixões e propósitos preconcebidos, a estudar a historia das instituições sociais desse povo, na parte que diz respeito á sua influencia moral. 

E uma vez de posse dos conhecimentos que esse estudo lhe der, pode consagrar-se então a reatar os fios partidos, para ver como começa a despertar na alma narcisada desse povo o sentimento da ordem e da disciplina. As nações devem caminhar para o Futuro, cada vez mais se servindo do Passado. 

O Futuro dos povos não deve ser uma incógnita insolúvel: deve ser uma incógnita previsível. E a melhor maneira de se prever o Futuro é conhecer bem o Passado. E por outro lado futuro de um povo para ser progressivo, solido e benéfico não deve ser outra coisa que não seja a conclusão logica, determinada e certa do Passado. 

Todo o Futuro que ou não se firma no Passado, ou lhe é antagónico, é efémero fictício. (...)

in, artigo de Filosofia Política de Lord Heney. publicado na revista "Ideia Nacional" de Homem Cristo Filho, em 17 de Março de 1915

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Não desconheço quem foi Homem Cristo Filho, como um intelectual brilhante dos tempos pós implantação da República e como se bateu pelas suas ideias nacionalistas exacerbadas, assim como não desconheço que ajudou a implantar o novo regime de 1910, para depois o abandonar, mercê do desnorte republicano, assim como não desconheço o embaciar da sua memória, onde muitos viram laivos fascisantes.

Contudo, ao deparar-me com este texto, tenho de concordar com ele, porquanto sem ordem qualquer País caminha a passos largos para a anarquia e não posso deixar de constatar que no tempo actual se vive uma anarquia espiritual que tende a não dar o devido relevo ao Passado histórico de Portugal, para lhe opor, as ideias de um modernismo balofo que por não assentar naqueles valores ancestrais, que deviam ser - e não são - o cerne mais firme das nossas atitudes cívicas e, logo, políticas.

A ditadura real e a encapotada!

Um pontapé na ditadura de João Franco
in, Jornal "Granadeiro" no seu número único para celebrar o evento

Como a gravura documenta é uma figura de mulher - augurando o símbolo da República pela qual se ansiava - que de punho cerrado dá um pontapé em João Franco atirando-o para o charco e, assim, foi acabada a sua ditadura política, em Fevereiro de 1908.

E de facto, acabou... naquele momento, para surgir depois, no consulado de Pimenta de Castro em 1915.

Pelo que, não estou certo que tenha acabado de todo, porque há ditaduras de cunho variável, mesmo em democracia.
Há a real, a que não deixa dúvidas a ninguém, quando respeita o voto do povo postado numa lista única - tendo o voto eleitoral o mesmo sentido no acto da contagem - e a encapotada, que depois do povo ter votado em listas separadas - logo, com sentidos políticos diferentes - estas são unidas pela "arte do arranjinho" fazendo valer, deste modo a ditadura do número...

Aconteceu isto nas últimas eleições do dia 4 de Outubro de 2015, em que a ditadura do número juntou os votos dispersos que quatro partidos (PCP+PEV+BE+PS) para derrubar a coligação (PSD+CDS) que tinha ganho as eleições.
Não o esqueço e não quero acabar o ano sem de novo, chamar a atenção para o que aconteceu. Não posso aceitar, efectivamente, a ditadura do número, quando ele não é verdadeiro e, muito menos, quando ele vem dos que falam da "ética republicana" - falo do PS - a tal ética que em 2008 sacudiu a ditadura de João Franco.

Apesar de tudo isto, Bom Ano para todos, na esteira agostiniana que mandava amar o irmão, mas combater o seu erro

domingo, 27 de dezembro de 2015

Ai, a dura realidade...

http://www.sapo.pt/de 27 de Dezembro de 2015

Ai, a dura realidade que é ser Governo!

O que salta à primeira vista é que a máquina socialista está bem oleada e recomenda-se, pelo modo certeiro como se faz avisar.
Quem sabe da poda é assim que faz, não é?
- Pois é!

Os "adivinhos" deitaram as cartas e avisam o povo, que no ano que vem a inflacção vai ser de 1,1%... 
Mas que grande advinhação... que já era esperada, vinda de quem vem...

Ai, a dura realidade que é ser Governo!

Que vá connosco o Caminheiro Maior!



Todo o homem é um barco em cima do mar da vida!

Embarca, ainda que seja só com um ramo.
A vida ensina, que o outro que falta se consegue na luta que é preciso travar em cima do mar da vida.


Todo o homem é um barco que saiu do cais, aparelhado como pode por si mesmo ou como o ajudaram a partir, para se fazer ao largo e enfrentar o mar da vida, tendo como condição o não ter medo de se afastar, mesmo quando - e muitas vezes isto acontece - ao olhar de longe o cais da partida, ele pode parecer uma realidade esquecida, nas só aparentemente, porque ninguém esquece as suas origens, que são afinal, o porto seguro aonde, um dia, se deseja voltar, depois de se ter andado por outras paragens por onde andou o destino

Reli, há dias, o livro de poemas SEARA DE PALAVRAS do meu ilustre amigo, Américo Gonçalves e fixei-me na composição "O Barco que me Leva" onde o Poeta se sente embarcado e como tantas vezes acontece, sem se saber ao certo o rumo da vida que é feita de surpresas, tantas vezes, e das quais só o próprio é que sabe.

Diz, assim, Américo Gonçalves, no "Barco do Destino":

O barco que me leva a céu aberto
dá ideia que segue em debandada
sem recordar o cais onde morava
e sem rumo que o leve a porto certo.

Corta ao ondas, verdade, e o mar alto
mas não sabe se eu vivo em sobressalto
e não me diz se o fim é longe ou perto.

É este o drama.
O homem não sabe se o fim é longe ou perto, mas o que sabe, é que há o dever de navegar no mar da vida a céu aberto para ver melhor a cor do céu, mesmo quando o seu azul normal cedeu a uma qualquer tempestade que o escureceu, mas é nesses momentos, pesem embora, o surgimento de cores com que se não sonhava, mas é preciso continuar de vela ao vento, seja ele qual seja.

E é por isso, que o Poeta não desarma:

O barco que saiu aparelhado,
afasta-se, mais se afasta, sempre avança,
como se esquecesse o porto da partida,
feito emigrante, parente desgarrado.

Vem aí um Novo Ano.

E o que eu sinto e desejo a todos os meus amigos e a todos os homens, é que, ainda que possamos parecer "emigrantes" na nossa própria terra e cada um se possa sentir um parente desgarrado, o que há a fazer é continuar sem desânimo, avançando sempre, como se se esquecesse o porto da partida - que nunca se esquece - pois é, voltando a ele nos momentos em que se pode nublar o azul do céu, que neste Novo Ano é preciso continuar a cortar as ondas da vida.

Sem desânimo!

sábado, 26 de dezembro de 2015

Bom Ano Novo!


Quase a terminar mais um ano, onde naturalmente, a nossa vida física se gastou mais um pouco, apetece lembrar o seguinte pensamento, que um dia retirei, nem sei de onde:

Como um rei mandou cunhar a sua efígie na moeda do seu reino, assim Deus, a grava no homem. Por mais que a imagem da moeda se vá gastando, a moeda mantém o seu valor. Assim o homem, imagem de Deus, mantém o seu valor.

Que importa, por isso, mais um ano, se perante Deus continua inalterável o nosso valor de criaturas?

Peçamos-lhe, pois, que no Novo Ano que não tarda aí, nada façamos que nos leve a criar problemas nas nossas consciências, sabendo que Deus não nos abandona e mantém inteira a sua confiança em nós, uma razão que nos deve impedir de praticar acções contrárias à honra de sermos pessoas responsáveis por nós mesmos e a partir de nós perante a sociedade de que fazemos parte.

Façamos, pois, por merecer por direito próprio a honra de mantermos firme o valor que Deus deposita em cada um de nós desde o dia do nosso nascimento, fazendo que a nossa acção seja assim, aos olhos do mundo um exemplo e por ele sejamos apontados.

Peçamos pois, ao Senhor, para este ano que se aproxima muita coragem e, sobretudo muita sabedoria, neste ano em que parece, a vida social e politica de Portugal não vai ser fácil.

O Lucro e o Poder: são, ainda, os patronos do Liberalismo!



Diz a História que os liberais, só no princípio foram progressistas e revolucionários, mas à medida que foram tomando o poder tornaram-se conservadores em defesa das suas conquistas, aí pelos anos 30 e 40 do séc. XIX onde as revoluções ou simples movimentos gregários se inspiraram no Liberalismo, que embora fizessem repousar o seu ideário sobre a igualdade de todos, no campo social fizeram que as desigualdades aumentassem e tenham sido causadoras de injustiças em favor das suas deusas.

O tempo que passa tem, ainda, resquícios daquele imbróglio social, havendo, por isso, quem lhe chame neo-liberalismo reinante, pelo que, mais tarde ou mais cedo, ou, quem sabe - mais cedo do que mais tarde - hão-de aparecer as revoltas do homem contra o anti-humanismo da actual civilização da máquina e das recentes tecnologias ditas de ponta, que têm como seus patronos o Lucro e o Poder, filhos dilectos de um Liberalismo estúpido que se tem apossado de todas as camadas sociais, com o fim de lhes quebrar a disciplina, de lhes negar a força do sangue e a voz dos antepassados.

Esta tripeça, tem por norma por de parte a tradição, as regras espirituais e, por fim, pretende que a alma do homem seja guiada por aquele imperativo e a razão gire à mercê das regras que a si mesmo entenda conceder, como o deitar abaixo das hierarquias, exercendo o Poder de mistura com a tirania do mais forte sobre os mais fracos, com a desfaçatez de fazerem tudo isto em nome deles, sem cuidarem quanto são ridículos estes falsos libertadores.

Terêncio disse, um dia: Eu sou homem e nada do que é humano me é estranho, e é por pensar no aforismo do velho dramaturgo romano que dou comigo a pensar, que sendo infinitivamente superiores as Leis da Natureza aos fautores do Liberalismo sem peias, estas, sem se importarem com as suas declarações de princípios, gestos e raciocínios - engenhosos mas grosseiros - vão continuar inalteráveis e a impor as Verdades Eternas que jamais deixarão de o ser e, por isso, a marcha do Universo sob a ordem divina vai continuar a fazer o seu caminho e, um dia, o Liberalismo dos homens hã-de pagar muito caro o retorno à saúde social, hoje enferma das loucuras e desvios da nossa demente sociedade de consumo.

Que os liberais não esqueçam que a Natureza de per si resolve as doenças que o homem faz aparecer sobre ela, fazendo valer as suas leis contra todos aqueles, que hoje, ufanamente, se arrogam do direito de a poder destruir.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Adeste Fideles (31)


in, "O Astrolábio" (coro da Catedral de Coimbra)
Adeste Fideles: https://www.youtube.com/watch?v=OOlRhtOIcb4


ADESTE FIDELES - Hino Português tocado em todo o mundo no Natal. "Adeste Fideles" é o título do chamado Hino Português escrito pelo Rei D. João IV de Portugal. Foram achados dois manuscritos desta obra, datados de1640, no seu palácio de Vila Viçosa. Muitos outros alegam a autoria desse hino, a John F. Wade, que não pode ter composto a obra, já que o seu manuscrito data de 1743. O mais provável é que Wade tenha traduzido o Hino Português, como era chamado em Londres na época e ficado com os louros. D. João IV de Portugal, “O Rei Músico” nascido em 1604 foi um mecenas da música e das artes, assim como um sofisticado autor; foi também compositor e durante o seu reinado possuiu uma das maiores bibliotecas do mundo. A primeira parte da sua obra musical foi publicada em 1649. Fundou uma escola de música em Vila Viçosa de onde saíam músicos para Espanha e Itália e foi aí, no seu palácio, que se acharam dois manuscritos desta obra. Esses escritos (1640) são anteriores à versão de 1760 feita por Wade. De entre os seus escritos podemos encontrar “Defesa da Música Moderna (Lisboa, 1649) ano em que o Rei D. João IV lutou contra o Vaticano para conseguir a aprovação da música instrumental nas igrejas. Uma outra famosa composição sua é Crux fidelis, um trabalho que permanece popular nos serviços eclesiásticos.
http://realbeiralitoral.blogspot.pt/´


Todos os fiéis vós, alegre e triunfante,
Vinde, ó vinde a Belém.
Nascido
Rei dos Anjos:
Vinde, adoremos (3x)
Senhor.

Deus de Deus, Luz da Luz
Lo.
Deus verdadeiro, gerado, não criado.
Vinde, adoremos (3x)
Senhor.

Cante, agora 'Io', um coro de anjos;
Seu canto agora no céu,
Glória! Soli Deo Gloria!
Vinde, adoremos (3x)
Senhor.

Assim que nasceu neste dia.
Senhor, glória,
Eterno Pai, o Verbo feito carne.
Vinde, adoremos (3x)
Senhor

"Se Jesus voltasse"




SE JESUS VOLTASSE


A noite vai passando lenta e fria
Pasmada e lenta a noite vai passando…
É renda branca a neve que se esfia…
Arde sobre a lareira o lume brando.

Nas almas vibra um hino de alegria,
Uma alegria enorme vai  vibrando…
— Mãezinha, nesta noite quem diria
Que andassem Anjos pelo Céu, em bando?

Mas, olha, mãe, se Deus voltasse à terra,
Para acabar no mundo com a guerra,
Onde seria agora o seu Natal?

O seu amor imenso
Que eu, meu filho, não sei, mas sonho e penso
Que viria nascer em PORTUGAL!...

Pe. Moreira das Neves
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O Padre Moreira das Neves que foi um famoso cantor de Nossa Senhora, termina este soneto natalício dando largas ao seu estro de um belo recorte litúrgico que deixou impresso em todas as suas composições, dando voz a uma suposta mãe que em resposta diz à filha que - Se Jesus Voltasse - era bem capaz de escolher Portugal para nascer de novo...

No entanto, Portugal já não é o mesmo que Moreira das Neves conheceu, porque neste belo e antigo País, até o desnorte das camadas mais cultas não se coíbe, de mostrar às crianças em vez de Jesus, O Menino-Deus que vamos lembrar, um barbudo Pai Natal, de gargalhada fácil, bonacheirão e bom - é verdade - mas um substituto inadmissível de Jesus nas mentes infantis que assim vão crescendo longe do verdadeiro Natal acontecido em Belém, segundo os desígnios  dos profetas no cumprimento da Palavra de Deus.

Não se pode dizer que a maçonaria despreze a perversidade das suas intenções, porque ela é cada vez mais actuante em Portugal, agindo na sombra como lhe compete fazer e neste caso, criando nas mentes das crianças sombras que podem, um dia, não ser a Luz que Jesus trouxe ao Mundo com o seu nascimento.

A quem aproveita a falsidade de falar do Pai Natal e esquecer Jesus?

A Sagrada Família

A SAGRADA FAMÍLIA
Pintura portuguesa do século XVI
Quadro proveniente do Mosteiro da Esperança, actualmente no Museu da Arte Antiga
in, "Revista Municipal" nº 46 - 3º trimestre de 1950


Naturalmente, por falta de informação, a Revista Municipal a que se alude não refere o nome do autor de tão expressiva pintura, mas sendo de arte portuguesa do século XVI, prova quão desperta estava a sociedade de então - com todos os seus atrasos no que concernia aos bens colectivos da vida do povo - para estes acontecimentos da arte sacra, que só podemos elogiar, pois sem que tal tivesse acontecido, hoje, neste aspecto, Portugal não contava com esta e outras jóias pictóricas de grande valor.

O Mosteiro da Esperança localizado no local ainda hoje assim conhecido, em Lisboa. em 1834 foi varrido pela "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar - que ficou conhecido pelo "mata.frades" - e executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de30 de Maio, que extinguiu todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, em 1888,data do encerramento definitivo.

Porque estamos em tempo de Natal - tempo de Paz - ainda que me ocorra dizer algo sobre esta fúria anti-religiosa, calo o meu protesto, mas sem dizer que os bens daquele Mosteiro, como de costume foram incorporados nos da Fazenda Nacional, razão, porque tão bela obra faz parte do acervo do Museu da Arte Antiga, em Lisboa, pedindo à  SAGRADA FAMÍLIA que perdõe os desacatos do tempo das "luzes"...

Este Jesus que vamos lembrar!



Este Jesus que vamos lembrar em mais um Dia de Natal é, efectivamente, Alguém que aparece no meio dos homens num tempo histórico em que a Galileia, a sua província natal era parte integrante do Império Romano dominado por Augusto a que sucedeu Tibério no tempo em que Jesus já era adulto.

A Judeia conquistada pelos romanos em 63 a.C., era um reino semi-autónomo que com a morte de Herodes foi dividido pelos seus três filhos Filipe (leste do rio Jordão); Arquelau (Judeia, Samaria e Idumeia) e Herodes Antipas (Galileia). Com a deposição de Arquelau, o seu reino foi convertido em província, ficando aos cuidados de um governador romano: Pôncio Pilatos.

Jesus nasceu nos confins do império, na Galileia, uma terra árida e rochosa como outras terras da região, como era a aldeia de Nazaré, a sua terra natal. No seu tempo dominavam a língua três idiomas: o aramaico usado na primeira infância e se usava no dia a dia em família. O hebraico, na liturgia e se aprendia na escola da sinagoga no estudo das Escrituras e o grego, a chamada língua franca que era usada documentalmente, enquanto as classes sociais se dividiam em três: a alta, que abarcava a nobreza sacerdotal, altos funcionários e comerciantes. a média, incluindo pequenos proprietários rurais, artesão e comerciantes e a inferior, onde cabiam  os escravos e os jornaleiros.

Jesus, nascido no meio destas realidades sócio-culturais, não uma lenda mas um facto histórico devidamente assinalado no tempo em que nasceu, mas durante muitos séculos anunciado pelos profetas de Deus, porque Ele desde a primeira aurora dos tempos estava presente na mente do Criador.

Atentemos nestes vários passos da Escritura, quanto à sua descendência:

  • Descenderia de Abraão

Profecia:
Gn 18.18 - visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e por meio dele serão benditas todas as nações da terra. (Gn 12.3).

Cumprimento:
At 3.25 - Vós sois os filhos dos profetas e do pacto que Deus fez com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. (Mt 1.1 / Lc 3.34).

  • De Isaque

Profecia:
Gn 17.19 - E Deus lhe respondeu: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe chamarás Isaque; com ele estabelecerei o meu pacto como pacto perpétuo para a sua descendência depois dele.

Cumprimento:
Mt 1.2 - A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos; (Lc 3.34).

  • E de Jacó

Profecia:
Nm 24.17 - Eu o vejo, mas não no presente; eu o contemplo, mas não de perto; de Jacó procederá uma estrela, de Israel se levantará um cetro que ferirá os termos de Moabe, e destruirá todos os filhos de orgulho. (Gn 28.14).

Cumprimento:
Lc 3.34 - Judá de Jacó, Jacó de Isaque, Isaque de Abraão, Abraão de Tará, Tará de Naor, (Mt 1.2).

  • Da tribo de Judá

Profecia:
Gn 49.10 - O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele obedecerão os povos.

Cumprimento:
Lc 3.33 - Nasom de Aminadabe, Aminadabe de Admim, Admim de Arni, Arni de Esrom, Esrom de Farés, Farés de Judá, (Mt 1.2-3).

  • Seria herdeiro do trono de Daví

Profecia:
Is 9.7 - Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso. (Is 11.1-5).

Cumprimento:
Mt 1.1 - Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. (Mt 1.6).

  • Nascimento

Profecia:
Mq 5.2 - Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.

Cumprimento:
Mt 2.1 - Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam: (Lc 2.4-7).

  • O que aconteceu na época do seu nascimento

Profecia:
Dn 9.25 - Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos.

Cumprimento:
Lc 2.1-2 - Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirínio era governador da Síria. (Lc 2.3-7)

  • Nasceria de uma virgem

Profecia:
Is 7.14 - Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.

Cumprimento:
Mt 1.18 - Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo. (Lc 1.26-35).

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Há muitos outros passos bíblicos que comprovam o Mistério de Jesus naquilo que Ele fez durante a sua vida pública em consonância com tudo quanto fora dito pelos profetas, mas como estamos em tempo de Natal fica-se por aqui no relato extraordinário da vida de Jesus, desejando-se que em todos os homens o Mistério que O fez andar pelos caminhos dos homens - e ser um deles - seja, neste Natal um motivo de encontro com esta realidade que só tem explicação na sobrenaturalidade dos acontecimentos, que tendo-O feito viver num dado tempo e lugar, foi precisamente, para a partir de tudo quanto lhe aconteceu, os homens todos fossem mais irmanados e no Grande Mistério encontrassem razões que só se encontram explicadas no Divino que rege o Mundo.