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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

"Essa é que é essa!"




in, http://expresso.sapo.pt/ de 30 de Setembro

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Só faz caminho aquele que caminha. 

Sempre assim foi.

A Coligação entre 2011 e 2014 - com os passos mais ou menos brilhantes das caminhadas a que o PS de 2005 a 2011 a obrigou para tirar Portugal do abismo - fez o caminho que pode, sem nunca ter tido a "bengala" da oposição, especialmente do PS que durante seis longos anos, paulatinamente, foi empurrando todos os portugueses para a quase queda final no charco e, agora, quando na decorrência do tempo do Governo do PSD/CDS, deveriam ter "batido com a mão no peito" e, pelo menos, ajudar, o que fizeram foi denegrir o que puderam aqueles que tinham um caminho a cumprir.

O caminho, infelizmente, é muito longo, e vai levar o esforço de gerações a cumpri-lo, mas o que o Partido Socialista se não pode gabar é de o ter ajudado a fazer, bem pelo contrário, ajudou a colocar barreiras...

É, por isso, e como bem diz o articulista da notícia que tomamos a liberdade de nos servir, a Coligação tem uma história para contar (o PS não).
E não tem porque, deliberadamente não quis entrar nesta história, com a agravante de a ter escrito, mas com tantos erros que Portugal já gastou quatro anos a emendar alguns.

Essa é que é essa!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Convençam-me que não houve "maquilhagem"


http://economico.sapo.pt/ de 29 de Setembro

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Se isto é verdade - e teve reflexos nas contas do Estado de 2012 - como hoje se soube, e é confirmado conforme a notícia do "Económico", penso, sinceramente, que algo vai mal e eu, uma parte ínfima mas não desprezível do povo que sou, sinto-me indignado.

Eu bem sei que estamos em campanha eleitoral mas, como um rifão popular que diz sabiamente: não há fumo sem fogo, a minha liberdade de pensar aconselha-me a ter cuidado.

Mas, será possível?

Se eu não engano ninguém, por que razão hei-de ser enganado?
Convençam-me não não houve "maquilhagem".
Agradeço.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Um momento de ouro de Miguel Torga


Coimbra, 12 de Dezembro de 1984. 

Desiludi-o mais uma vez. Mas nada posso fazer, por muito que me custe. Pede-me impossíveis. Transigências de vária ordem que vão contra a minha natureza profunda. E digo-lhe que não.Caminhamos como nunca em sentidos opostos. Ele entra sofregamente na vida e eu saio displicentemente dela. Se atendesse às suas exortações e solicitações, deixaria de ser quem sou. Onde um quer o sucesso, o outro quer a liberdade. A liberdade solitária a que se condena um mortal responsável mas descomprometido. Não foi para triunfar que vim ao mundo; foi para ter consciência de inanidade de todos os triunfos.

Miguel Torga
in, Diário XIV

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A gente lê e quase fica sem palavras para reflectir logo a seguir.

Apetece fechar os olhos - pensar no que se leu - e ler de novo e só depois disso reflectir que todas as palavras deste pequeno texto, são grandes, agudas no sentido e penetrantes pela substância que em cima delas apetece, apenas, lembrar este vulto que não se deixou ludibriar pelos interesses mesquinhos de um certo mundo rasteiro que o quis absorver, esquecendo-se que dentro dele vivia um outro Mundo que só os seus mais íntimos conheceram.

Mas a gente lê momentos de ouro - como este - e o que apetece é dar graças a Deus pelo homem que ele foi, que fugiu a todos os mundos rasteiros para onde o quiseram levar, deixando sempre erguida, sobre as águas límpidas do rio por onde correu o barco da sua vida a vela do seu Mundo, alta e branca sob o "altar" onde ele celebrou a honra de viver displicentemente, a sua liberdade solitária.

De pouco importa especular sobre quem teria sido a personagem a quem Miguel Torga desiludiu, mas importa - isso, sim - pensar no modo firme, sereno e altruísta como ele deixou naquele dia no seu "Diário" este apontamento  com destinatário, e que bem pode ser endereçado a todos aqueles que se esquecem que nem todos os homens são mercadoria para vender na praça onde costumam aparecer os "vendilhões do Templo".

Ao contrário de Jesus que correu com eles à chicotada, Miguel Torga fez das palavras o seu chicote e, certamente, elas fizeram doer mais que o chicote que Jesus.

O Papa e quatro heróis americanos: Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton.



in, "Rádio Varticano"

Francisco no Congresso Americano acolhido com grandes aplausos. É a primeira vez que um Papa põe os pés na casa onde são emanadas as leis nos Estados Unidos. E Bergoglio considera que o convite lhe foi feito por ser ele também filho desse grande continente do qual todos nós – disse – “ recebemos muito e em relação ao qual todos partilhamos uma comum responsabilidade”.

Tendo como refrão no seu discurso o diálogo, a procura do bem comum e a dignidade para todos, o Papa colheu na própria cultura, história dos Estados Unidos o exemplo de algumas personalidades do país para encorajar numa caminhada edificadora para o povo americano e para o mundo inteiro.

Antes de mais, olhando para os medalhões de rostos importantes e históricos que ornamentam as paredes da Sala do Congresso, e entre os quais se distingue o de Moisés, o Papa disse aos Congressistas que Moisés – patriarca e legislador do povo de Israel – oferece uma boa síntese do trabalho que lhes é pedido fazer: “proteger com os instrumentos da lei, a imagem e semelhança modeladas por Deus em cada rosto humano”.

Mas ao falar aos legisladores, o Papa quis endereçar-se, ao mesmo tempo, a todo o povo dos Estados Unidos, aos que labutam quotidianamente e até dão uma mão aos outros; aos anciãos com a sua sageza, aos jovens que se empenham e que muitas vezes sofrem pela imaturidade de tantos adultos. Com todos quis dialogar através da memória histórica desse povo. E neste ano em que se comemoram importantes aniversários de algumas figuras, como o cento-cinquentenário do assassínio de Abraham Lincoln, cinquenta anos da marcha conduzida por Martin Luther King, e o centenário de nascimento de Thomas Merton, o Papa referiu-se a eles, mas também a Dorothy Day, fundadora do Movimento dos Trabalhadores Católicos.

Quatro indivíduos, quatro sonhos que devem continuar a orientar os cidadãos dos Estados Unidos. Lincoln pela sua opção pela liberdade; Martin Luther King pela liberdade sem exclusão; Dorothy Day, pela justiça social e os direitos da pessoa; Thomas Merton, pela capacidade de diálogo e de abertura a Deus.
Falando do Presidente Abraham Lincoln que trabalhou incansavelmente para que, com a ajuda de Deus, os EUA pudessem ter um novo renascimento na liberdade, o Papa frisou que “Construir um futuro de liberdade requer amor pelo bem comum e colaboração num espírito de subsidiariedade e solidariedade” .

Isto levou-o a recordar que vivemos num mundo dilacerado por ódios e violências, atrocidades cometidas, por vezes, em nome de Deus e das religiões. Então há que estar atentos a todas as formas de fundamentalismos:
“É necessário um delicado equilíbrio para combater a violência perpetrada em nome duma religião, de uma ideologia ou de um sistema económico, enquanto se salvaguarda ao mesmo tempo a liberdade religiosa, a liberdade intelectual e a liberdade individual”.
Mas há que livrar-se da tentação de ver tudo como bem ou mal, justos ou pecadores, pois sabemos que na tentativa de ser libertados de inimigos externos podemos alimentar inimigos internos, ou imitar o ódio e a violência dos tiranos e assassinos para tomarmos o seus lugares. Algo que o povo americano recusa – disse-lhes o Papa, indicando como resposta para os males do mundo “a esperança e a atenção para com os outros, a paz e a justiça”; “coragem e inteligência para resolver as muitas crises económicas e geopolíticas de hoje”.

O Papa recordou depois o papel das várias denominações religiosas na construção da sociedade americana, dizendo que é importante também hoje continuar a escutar a voz da fé, porque é voz de fraternidade e de amor, elementos necessários na batalha pela eliminação das novas formas globais de escravatura, fruto de graves injustiças e que requerem novas políticas e consenso social.
“Se a política deve estar realmente ao serviço da pessoa humana, é claro que não pode estar submetida ao serviço da economia e da finança” – frisou Francisco, encorajando a construir, unidos o bem comum.

“Penso também na marcha que Martin Luther King guiou de Selma a Montgomery há 50 anos como parte da campanha pela realização do seu “sonho de plenos direitos civis e político para os Afro-americanos. Aquele sonho continua a inspirar-nos” .

A América continua ainda hoje a ser terra de sonhos, onde não se tem medo dos estrangeiros, até porque muitos de nós eramos estrangeiros e somos descendentes de imigrados – disse o Papa, manifestando toda a sua solidariedade para com os povos indígenas que sofreram com a chegada desses estrangeiros. Exprimindo o desejo de que erros do passado não se repitam, encorajou a educar os jovens a não voltar as costas ao próximo. O Papa recordou que a crise de refugiados que se está a viver actualmente requer que não se vejam neles números que assustam, mas pessoas, cujos histórias devemos ouvir, e responder de forma sempre humana, justa, fraterna. A regra de ouro – insistiu - é “não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti”. Esta regra de ouro põe-nos “perante a responsabilidade de defender a vida em todas as suas fazes de desenvolvimento” .

Nesta linha, o Papa recordou que é contra a pena de morte e apoia a todos nesta opção, pois, tudo embora dando a justa punição,  não se deve “nunca excluir a dimensão da esperança e o objectivo da reabilitação”
E nesta época de grandes desafios sociais, o Papa passou depois a falar da serva de “Deus Dorothy Day, fundadora do Movimento dos Trabalhadores Católicos.”
Francisco enalteceu o seu empenho social, inspirado no Evangelho, para recordar os milhões de pessoas encravadas ainda hoje na pobreza e que precisam de esperança:
“A luta contra a pobreza e a fome deve ser combatida constantemente em muitas frentes, especialmente nas suas causas. Sei que muitos americanos hoje, como no passado estão a trabalhar para enfrentar este problema”.

Isto requer criação e distribuição de riquezas, o correcto uso dos recursos naturais, a criação de postos de trabalho, e cuidados ecológicos – sublinhou o Papa, citando a sua encíclica nesta matéria em que incita a mudar de rota e a criar uma “cultura do cuidado” ambiental.
Finalmente, referindo-se a Thomas Merton, nascido nos Estados Unidos, há um século, quando iniciava a Grande Guerra, o Papa disse que ele “permanece uma fonte de inspiração espiritual e uma guia”, pois embora ele tivesse vivido num contexto de ódio praticado mesmo por pessoas que diziam amar a Deus, ele tomou consciência disso, tornando-se no homem que foi:

“Merton era antes de mais um homem de oração, um pensador que desafiou as certezas desse tempo e abriu novos horizontes para as almas e para a Igreja. Foi um homem de diálogo, um promotor de paz entre os povos e religiões”.
Tendo em mente esta figura e sentindo-se no dever de construir pontes, o Papa recordou que quando há desacordo é preciso diálogo e colher com coragem, audácia e responsabilidade as oportunidades de abertura.
“Um bom líder político é aquele que, tendo presente os interesses de todos, colhe o momento com espírito de abertura e sentido prático. Um bom líder político opta sempre por “iniciar processos mais que possuir espaços”.

Estar ao serviço do diálogo e da paz é estar determinados a pôr termo a conflitos armados em todo o mundo – sublinhou – mas então porque é que “se vendem armas mortais aqueles que planificam infligir indizíveis sofrimentos a indivíduos e sociedades»? – simplesmente pelo dinheiro, dinheiro permeado de sangue dos inocentes – respondeu o Papa, denunciando o silêncio perante isto e o enaltecendo  o “dever enfrentar o problema e travar o comercio de armas”.
O Papa terminou o seu discurso chamando a atenção para o Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia, dizendo querer que a família seja o tema recorrente desta sua visita.  Família que tem sido importante para construção dos Estados Unidos e que continua a merecer todo o apoio e encorajamento – referiu, dizendo-se preocupado com a família tão ameaçada nos dias de hoje, tanto interna como externamente. Relações fundamentais e a própria base matrimonial da família são postas em questão. E perante isto o Papa “não pode senão repropor  a importância, e sobretudo, a riqueza e a beleza da vida familiar”

Francisco chamou a atenção sobretudo para os jovens, membros mais vulneráveis da família, recordando que os seus problemas são os nossos e que é necessário enfrentá-los juntos para encontrar soluções eficazes em vez de permanecer empantanados  nas discussões”.
E, resumindo, deixou mais esta mensagem:
“Uma nação pode ser considerada grande quando defende a liberdade, como fez Lincoln; quando promove uma cultura que consente às pessoas “sonhar” plenos direitos para todos os próprios irmãos e irmãs, como Martin Luther King procurou fazer; quando a luta contra a justiça e a causa dos oprimidos, como Dorothy Day fez com o seu incansável trabalho, fruto de uma fé que se torna diálogo e semea paz no estilo contemplativo de Thomas Merton.”
E concluiu auspiciando que o espírito do povo americano marcado pela riqueza cultural de que estas figuras são alguns exemplos, “continue a desenvolver-se e a crescer, de modo a que o maior número possível de jovens possa herdar e viver numa terra que inspirou um tão grande número de pessoas a sonhar”. Deus bendiga a América!

in, "Rádio Vaticano"

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Aconteceu, ontem, dia 24 de Setembro de 2015 

No Evangelho do dia, S. Lucas faz o relato do encontro entre Herodes e Jesus (Lc 9, 9), onde se lê: «A João mandei-o eu decapitar, mas quem é este de quem oiço dizer semelhantes coisas?» E procurava vê-lo.

Partindo desta pergunta do truculento judeu romano, estando nós em presença de um representante terreno e legitimado segundo os ditames da Igreja Católica Apostólica Romana, da figura de Jesus, o Papa Francisco pela sua postura desde que recebeu a honra papal de continuar entre nós o exercício d'Aquele que "passou fazendo o bem", tem merecido por onde quer que tem passado que, mesmo aqueles, que não acompanham a sua peregrinação com espírito de Fé, façam a mesma pergunta de Herodes:

- Mas quem é este de quem oiço dizer semelhantes coisas"?

E são, muitos que vão descobrindo o carisma que existe neste homem de branco vestido que fala com toda a brancura que têm todas as palavras que diz, como estas que deixou impressas nas paredes do Congresso Americano e em cada um dos presentes, elegendo quatro heróis do nacionais: Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton, apontando as obras que fizeram como pontos de partida para que outros façam o mesmo.

Quatro sonhos que devem continuara a orientar os cidadãos dos Estados Unidos, restando assim - por extensão do pensamento do Papa Francisco - que cada País escolha os seus melhores e siga o seu exemplo, tendo em conta a nossa "casa comum" expressão tão cara a este homem de branco vestido a apontar a brancura dos procedimentos humanos em prol de todos.

Para bem de todos!


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Adeus. Um poema de Eugénio de Andrade





ADEUS

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes
E eu acreditava.
Acreditava.
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis. 

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade
in «Os Amantes sem Dinheiro»
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Parece não haver o retorno dos dias em que era possível ver nos olhos de quem era amado peixes verdes, porque no aquário haviam secado as águas ao mesmo tempo que as palavras e só o silêncio imperava, impenetrável e profundo.
Só esse vivia, enquanto tudo o mais havia sido morto, precisamente pelo silêncio que teimou em não morrer.

Era, efectivamente, um "adeus"!

Estrada fora, ambos sós, cada um ia escolher um novo caminho...

A foto que ilustra este texto de Eugénio de Andrade foi escolhida não só por se ver que naquele caminho de um denso arvoredo só o elemento humano é que vai só, tendo a foto de ser vista com esta mensagem: Está ali para fazer ressaltar a "inteligência" dos elementos vegetais frondosos e entrelaçados nos seus ramos que a par uns dos outros, continuam a "ouvir" as queixas de quem caminha só - depois do "adeus" -  sem entender a lição das árvores unidas e florescentes, de ramos metidos uns nos outros, mesmo quando os ventos desnorteados os querem separar... e não há "adeus" que os separe.

Diz o Poeta que tudo morreu menos o silêncio, e eu penso,que Eugénio de Andrade poderia não ter sido tão radical naquele "adeus",  porque teria sido possível - uma vez que o silêncio não estava morto - pô-lo a gritar de tal modo que ele fosse ouvido e não tivesse havido aquele "adeus".

Mas isto digo eu, que estou de fora do sentimento do Poeta, como ele o viveu e sentiu e só temos de o respeitar nesta bela e dolorida composição da sua arte que foi enorme.

O "barrete" que António Costa quis enfiar a quem o ouviu, foi agora desmascarado!


Vice-Presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis
in, http://www.dn.pt/ de 24 de Setembro



Bruxelas pela voz autorizada do Vice-Presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis desmente António Costa em toda a linha, porquanto, como mandava o bom senso, se o PS com o seu líder não andassem - como se diz popularmente em Portugal - a tentar "enfiar o barrete" àqueles portugueses que acreditaram no que ele dizia, agora, ao que parece, quem tem de "enfiar o barrete" foi quem o quis enfiar aos outros.

Afinal, "Bruxelas afasta a necessidade de medidas adicionais por causa do défice orçamental de 2014 ter subido para 7,2% do PIB devido ao novo Banco" e afasta, porque, como disse Passos Coelho - e não só - "é uma questão meramente contabilística e que não exige medidas orçamentais compensatórias",  pelo que António Costa devia pedir desculpas pela sua verborreia inflamada, irracional e puramente demagógica por andar por aí à caça de votos de qualquer maneira.

Mas, nem tudo vale.
Jogue um jogo mais limpo e até é capaz de ganhar as eleições do dia 4 de Outubro.
Valeu?


Um pouco mais de verdade, sr. António Costa!


Vamos falar direito para aclarar as águas turvas que António Costa permitiu que tenham sido conspurcadas a propósito da injecção de 4,9 mil milhões de euros no NOVO BANCO, que não é despesa pública, mas um empréstimo que necessariamente por força contabilística  majorou o défice de 2014 de 4,5% para 7,2%.

Supunhamos, por abstracto, um exemplo.

A União Europeia dispôs-se a financiar um empreendimento em Portugal. 
A UE não tratou este assunto com o empreiteiro que ganhou o concurso, mas com o Organismo público respectivo que passou a ser o responsável por aquele fundo comunitário, o que quer dizer que, do ponto de vista contabilístico aquele empreendimento foi financiado por despesa pública - por ter aumentado os gastos - mas para o contribuinte o custo efectivo é igual a zero, porque aquela despesa foi financiada por uma receita que cobre integralmente o custo do empreendimento, mas que um dia, onerada dos respectivos juros voltará para os cofres da UE.

Ou seja, é como se se fosse pedir dinheiro emprestado a um determinado Banco e este em vez de ter somado uma despesa negativa - por não ter retorno - fez aquilo que se chama um crédito, ou seja um produto financeiro de cedência de capital, ligado à confiança, que se considera uma operação comercial que visa o lucro, através da renumeração do capital cedido durante determinado período

Foi o que o que fez o Estado português através do Fundo de Resolução, que no caso vertente emprestou ao NOVO BANCO 4,9 mil milhões de euros passando daquele modo a ser o único accionista do Banco, cumprindo a missão de prestar apoio financeiro à aplicação de medidas adoptadas pelo Banco de Portugal.
Em resumo, temos: o Estado emprestou ao Fundo de Resolução 3,9 mil milhões de euros, 700 milhões de euros vieram do conjunto dos outros Bancos portugueses e o restante 300 milhões, da mobilização dos recursos que o Fundo já tinha.

Assim sobre este assunto, temos uma notícia do jornal "Económico" que disse o seguinte:

http://economico.sapo.pt/ de 30 de Janeiro de 2015


Deste modo como se insere da notícia, o Estado vai receber de volta, o que emprestou, porque é assim que este assunto tem de ser avaliado e não deturpado.
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O jornal "Público" de 23 de Setembro, a propósito do aumento do défice de 2014, por força do NOVO BANCO não ter sido vendido, diz o seguinte:

http://www.publico.pt/(de 23 de Setembro)

Ou seja, a derrapagem do défice de 2014, sendo provocada por uma injecção de capital de carácter extraordinário não resultará na exigência de medidas adicionais de correcção do desequilíbrio orçamental, bem ao contrário do que diz o Partido Socialista, pelo que aquilo que este partido diz - com a anuência de António Costa - é uma atoarda que só é possível porque o PS anda de cabeça perdida a meter medo ao povo menos esclarecido, quando pergunta ao Governo, como se lê no "Observador" de 23 de Setembro:

Quanto vão ter de aumentar os impostos aos portugueses para cobrir este gigantesco buraco que abriram nas vossa próprias provisões?

http://observador.pt/

Pergunta inútil, não é?
Pois é, sr. António Costa.
Ficamos à espera de outra mais assisada, porque esta não tem conteúdo.
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É por tudo isto que o Governo está sereno com o aumento do défice de 2014, pelo facto do INE ter contabilizado - como tinha de fazer - os 4,9 mil milhões de euros emprestados ao NOVO BANCO e a razão é simples:

O actual Governo, ao contrário do que fez o anterior do Partido Socialista não nacionalizou o BES, tendo optado por recapitalizar o NOVO BANCO com um empréstimo de que o Estado - no todo ou em parte - vai ser ressarcido, embora se saiba que se o NOVO BANCO não vier a ser vendido pela totalidade do dinheiro emprestado, o que estiver em falta terá de ser garantido pela Banca Pública (Caixa Geral de Depósitos), mas este é o risco de se ter aquele Organismo na esfera do Estado.

Por isso, ao ouvir António Costa dizer que o governo vai ter que aumentar os impostos para cobrir o deficit de 2014, agora corrigido, esta "medoca" só pode colher dividendos - e é isso que ele pretende estando-se em campanha eleitoral - nas pessoas menos esclarecidas, pois como é sabido, o aumento do deficit é apenas contabilístico e foi autorizado pela União Europeia e será anulado, no todo ou não, quando for vendido o NOVO BANCO.

Isto demonstra que António Costa - que sabe que é assim - ao proceder assim, descendo à demagogia e irresponsabilidade da estrema esquerda está a comportar-se de um modo que não abona a quem quer ser - e pode vir a ser - o futuro Primeiro Ministro de Portugal, pelo que não pode merecer qualquer aplauso, mas uma reprimenda.

Um pouco mais de verdade, sr. António Costa porque se vier a constituir Governo, no momento da venda do NOVO BANCO todo o dinheiro recebido reverterá a favor Estado que fez um empréstimo e não uma despesa pública.

Está entendido?
Arre, que é demais, tanta vontade de turvar as águas...

A campanha eleitoral não pode tirar o bom senso a ninguém e em primeiro lugar a quem concorre para ganhar as eleições, só que ganhá-las com embustes é uma forma antiquada que devia estar erradicada... e não está!


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A Democracia não permite "passadeiras vermelhas"...



É  - entre muitas outras coisas - o melhor que a Democracia tem.

Não permite "passadeiras vermelhas", ou seja, que qualquer eleição esteja ganha à partida e, só por isso, este método eleitoral deve merecer o empenho social da cidadania, por forma a que ninguém se furte ao acto de exercer o seu direito de voto, porque ao fazê-lo, permite que elas possam existir, quando o sistema eleitoral democráticos as não consente.

A prova que é assim, é que quando se pensava que Portugal ia estender uma "passadeira vermelha" a António Costa, quando este se candidatou, tal facto não está a acontecer, porque há consciência que no aperto económico que vivemos - e continuamos a viver - tem de haver pragmatismo no modo como se desafiam os problemas.

Efectivamente, em Democracia não há "passadeiras vermelhas".

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A inverdade de hoje de António Costa


A propósito do corte dos 600 milhões de euros que Passos Coelho propõe - sem ainda ter explicado o corte de 1.000 milhões na reformas não contributivas da Segurança Social - hoje, na campanha eleitoral, perante um reformado, António Costa respondeu que Passos Coelho quer rever a Constituição para poder fazer aquele corte.

E disse esta inverdade com o ar mais sério que pode arranjar...

Falou assim, porque o seu interlocutor - se sabia - não lho disse que nem a coligação PSD/CDS, nem o PS, podem rever a Constituição sem que estejam todos de acordo, por serem precisos 2/3 dos deputados para o poder fazer, pelo que andar pelo País a enganar o povo não fica bem e, muito menos o sorriso convencido como enganou aquele homem do povo.

Um pouco mais de verdade, se faz favor.

O Amor - Um poema de Irene Lisboa


Irene Lisboa, é assim que ficou conhecida esta personagem do ensino e das Letras Portuguesas encheu os tempos livres que lhe deixavam as suas ocupações de professora do Ensino Primário e das suas aulas de Pedagogia para nos deixar na sua obra poética várias composições sobre o tema do amor humano e que o mundo onde viveu, atrasado relativamente à emancipação da mulher lhe trouxe alguns dissabores, não tendo muitos dos seus contemporâneos pressentido que havia na sua alma uma bela estima pela pessoa que enchia em pleno a sua sensibilidade humana.

Lembrando o seu poema AMOR que se reproduz, antes, tenhamos presente o mito de Eros e Psique como um convite à nossa humanidade a meter-se por dentro do mito e com ele metido dentro do poema.

The adduction of psyche
Quadro de William Bouguereau


Na mitologia grega Psique era uma mulher de rara beleza que um dia foi levada misteriosamente até ter acordado nos aposentos luxuosos de um castelo de sonho, tendo-se apercebido que no transporte fora acompanhada por alguém, vindo a descobrir que era Eros, o marido que lhe fora predestinado e a fazia sentir bem amada.

Estava feliz, mas para assim continuar - por ordem dele - não podia ver o seu rosto, porque se tal fizesse perdê-lo-ia para sempre. Psique, concordou, até porque se tratava de obedecer ao deuse Eros que na mitologia romana corresponde a Cupido.

Um dia Psique, arriscou um pedido: que o marido a deixasse ir visitar seus pais e suas irmãs a que ele acedeu. Chegada ali confessou que por imposição dele estava proibida de lhe ver o rosto, algo que indignou as irmãs, tendo-lhe dito:

- Isso não pode ser e contra a vontade dele tens de lhe desobedecer.

Levada por esse desejo que já tinha e assim espicaçada, ao regressar a casa e vendo o marido a dormir acende uma vela e ao vê-lo fica de tal modo extasiada pela sua beleza que não se apercebeu que uma gota de cera quente se desprendeu e caiu sobre ele, acordando-o, o que provocou de imediato que ele ao dar conta de Psique ter quebrado a promessa, abandona-a a vagar pelo mundo até que, um dia, Eros - morto de saudade - pediu a Zeus que os ajudasse  a reconciliar.

Diz a lenda que Eros (Cupido), usou na reconciliação uma das suas flechas e levou a sua amada para o Olimpo e nunca mais se separaram. 

E o mito de Eros (o amor) e Psique (a borboleta) que em grego significa "alma" faz que o mito - no Ocidente - seja uma alegoria à imortalidade da alma, simbolizando também o seu sofrimento, mas para receber como prémio o verdadeiro amor que é eterno.


AMOR

Aqueles olhos aproximam-se e passam.
Perplexos, cheios de funda luz,
doces e acerados, dominam-me.
Quem os diria tão ousados?
Tão humildes e tão imperiosos,
tão obstinados!

Como estão próximos os nossos ombros!
Defrontam-se e furtam-se,
negam toda a sua coragem.
De vez em quando,
esta minha mão,
que é uma espada e não defende nada,
move-se na órbita daqueles olhos,
fere-lhes a rota curta,
Poderosa e plácida.

Amor, tão chão de Amor,
Que sensível és...
Sensível e violento, apaixonado.
Tão carregado de desejos!
Acalmas e redobras
e de ti renasces a toda a hora.
Cordeiro que se encabrita e enfurece
e logo recai na branda impotência.
Canseira eterna!

Ou desespero, ou medo.
Fuga doida à posse, à dádiva.
Tanto bater de asas frementes,
tanto grito e pena perdida...
E as tréguas, amor cobarde?
Cada vez mais longe,
mais longe e apetecidas.
Ó amor, amor,
que faremos nós de ti e tu de nós?

Irene Lisboa
in, Poemas de Amor

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Ressalta como nota final o grito de Irene Lisboa.

Ó amor, amor,
que faremos nós de ti e tu de nós?

Lembrando a saudade que Eros sentiu por Psique depois de a ter despedido, lembremo-nos de nós, pessoas reais e voltemos atrás naqueles momentos irados do Cordeiro que se encabrita e enfurece de que nos fala Irene Lisboa, porque manda a inteligência humana que é nesses momentos preciso recair na branda impotência e tudo refazer - imitando o Eros mitológico -  para que, após tanto grito e pena perdida se saber que tem de ser dessa tomada de consciência que deve nascer a resposta que o AMOR reclama e assim aparece no poema e à qual somos obrigados a responder por ela ser a filha dilecta da branda impotência, pois é deste modo de agir que se reconstroem as mais belas histórias de amor.

Continua, por isso, válida a pergunta da poetisa:

Ó amor, amor,
que faremos nós de ti e tu de nós?

Que o belo quadro de William Bouguereau nos inspire e aconselhe. Nesta obra pictórica Psique enleia-se em Eros para de novo reunidos nunca mais se separarem e se isto teve na mente e na paleta do pintor como fonte o mito grego, não deixa de ser uma chamada de atenção ao modo como se deve viver o amor humano quando ele resulta de uma verdade de sentimentos e evitar, assim, casais desfeitos nesta sociedade tonta, onde, muitas vezes, chega um amuo ou uma palavra mal dita para romper uma ligação de amor.

Que o mito de Eros e Psique se realize na realidade humana é o que apetece concluir.

Carta a F. - Um poema de amor de Guerra Junqueiro


Carta a F.

És tu quem me conduz, és tu quem me alumia,
Para mim não desponta a aurora, não é dia,
Se não vejo os dois sóis azuis do teu olhar.
Deixei-te há pouco mais dum mês, ? mês secular
E nessa noite imensa, ah, digo-te a verdade,
Iluminou-me sempre o luar da saudade.
E nesses montes nus por onde eu tenho andado,
Trágicos vagalhões dum mar petrificado,
Sempre adiante de mim dentre a aridez selvagem,
Vi como um lírio branco erguer-se a tua imagem.
Nunca te abandonei! Nunca me abandonaste!
És o sol e eu a sombra. És a flor e eu a haste.
Na hora em que parti meu coração deixei-o
Na urna virginal desse divino seio,
E o teu sinto-o eu aqui a bater de mansinho
Dentro em meu peito, como uma rola em seu ninho!

in, Poesias Dispersas


Julga-se que esta "Carta a F." foi dirigida pelo grande Poeta de Freixo de Espada à Cinta a sua mulher, que idolatrava, Filomena Augusta da Silva Neves, revendo-se nos sóis azuis que foram para Guerra Junqueiro o luar da saudade, quando se ausentava do seu lar.

Nunca te abandonei! Nunca me abandonaste!

É um idílio que hoje, neste tempos em que parece terem morrido idílios assim, bem precisavam de ser retomados para bem de uma sociedade entontecida no - pega e larga como se as pessoas fossem objectos descartáveis - pelo que lembrar esta carta de amor de Guerra Junqueiro, se nada possa vir a acrescentar a um viver de almas ardentes, em que uma possa ser - sol - e a outra - sombra - esta última não se importe de não procurar ter tanta luz, por saber que vai encontra na outra, o sol da vida.

O antes e o depois de António Costa


O ANTES 

No dia 1 de Setembro - longe do começo da actual campanha eleitoral em curso - António Costa conforme noticia o "Observador", a propósito de financiar a Segurança Social disse que temos outras recursos como as vias e devemos pensar bem como no futuro podemos utilizar essas fontes para financiar a Segurança Social"...


in, jornal online "Observador"de 1 de Setembro

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O DEPOIS 

in, http://www.rtp.pt/ de 20 de Setembro

Afinal, com a campanha eleitoral a decorrer - e é preciso ir â caça de votos - António Costa admite como se lê na notícia eliminar portagens nas autoestradas do interior e do Algarve, e aqui, leia-se Via do Infante, pelo que - o antes e o depois - das suas afirmações causam alguma perplexidade, porque se ele corta parte do financiamento da S.S. ao abdicar do recebimento de algumas autoestradas, para colmatar essa brecha económica devia dizer onde vai buscar o que pretende não vir a receber.

É o mínimo que se lhe deve perguntar
Será que o programa onde diz que estão as contas feitas - prevê isto?


Penso que este discurso que visa manipular as paixões e os sentimentos do eleitorado para conquista fácil de poder político - que dá pelo nome de demagogia - devia ser obrigado a pagar imposto... e, penso assim porque é imperdoável no tempo que passa que se pretenda chegar ao coração do povo com invencionices destas, quando se sabe, que Portugal não tem petróleo e o tempo futuro dos portugueses, infelizmente, não permite que o Estado abdique de receitas que lhe fazem falta.

É o discurso fácil de alguém que agora não promete TGV  e mais autoestradas, mas fez parte de um Governo que só via nesses empreendimentos a salvação da economia portuguesa, quando, afina, a meteu a pedir esmola internacional.

Eu não esqueço isto, pelo amor que tenho aos meus filhos e netos e, por simpatia, com todos os portugueses que sentem - como eu - o mesmo problema, sem deixar de pensar que o mais correcto - seja qual seja o próximo Governo - é, na generalidade, baixar os seus custos.

Isso, aceito. O admitido - a concretizar-se - não!

sábado, 19 de setembro de 2015

António Costa ou "O Homem Esse Desconhecido"?



in, http://www.rtp.pt/ de 19 de Setembro

"O Homem, Esse Desconhecido" é, como se sabe, o título de um famoso livro de Alexis Carrel, algo que eu nunca supus se pudesse adaptar a António Costa, que ao dizer, ontem, que não viabilizaria um Orçamento de Estado a apresentar pela coligação PSD/CDS, se esta tivesse a maioria eleitoral, se comportou dentro do título que o biólogo francês deu àquele livro, ameaçado, assim, com as palavras afirmativas que disse, uma futura governação do País, mas hoje - será que alguém lhe puxou as orelhas? - olhando o título da notícia, via RTP, diz que sim, que vai viabilizar o seu próprio Orçamento!!!

Pudera!
Dá vontade de rir... mas a vontade é pouca!

Diz o corpo da notícia - que Costa brinca com as palavras - mas isto não é uma verdade de um só sentido, porque António Costa ao dizer o que disse, referindo-se ao Orçamento do PSD/DCS que pode vir a ser legítimo pela força do voto - andou a brincar com as palavras e, o que é mais grave, com os portugueses...

E não teve graça nenhuma.

Saber não é o mesmo que conhecer




Saber não é o mesmo que conhecer.

Saber, pode ser - e é - ter notícias
das coisas que vão passando pelo mundo
em todas as cidades e em todos os países.
Saber é estar informado
e até pode representar uma soma de conhecimentos.

Mas conhecer, é diferente!

Conhecer representa ter-se uma noção mais ou menos exacta
do porquê das coisas.
É saber distinguir e, sobretudo, é ser-se competente
para poder emitir um juízo sábio.
E acima de tudo,
é ter-se a justa medida, cada um de si mesmo.

- Conhece-te a ti próprio  - foi a máxima de Sócrates,
que não escreveu nenhum livro e era hostil
a todo o ensinamento dogmático,
a todo o saber “encaixilhado”...
Por isso, aprendamos a conhecer-mo-nos,
pois só assim, verdadeiramente,
é que podemos ir até ao ao fundo das coisas.

Deste modo
que o conhecimento profundo do homem
e da sobrenaturalidade que envolve todos
encontre em cada um, um eco profundo.
Na certeza,
que é preciso que este mundo, pese, embora o que vai por aí,
aprenda a conhecer que para além da "carcaça" que nos envolve
existe um mundo espiritual
que vive connosco, ainda que o não suspeitemos.

E só, conhecendo-O
é que é possível endireitar as veredas
de que às vezes ouvimos falar,
mas sem conhecermos, verdadeiramente,
quais os motivos
porque andamos tão cheios de sabedoria do mundo
e tão vazios daquilo que em nós devia ser conhecimento
de coisas que vivem connosco.
estando, embora, longe de cada um de nós.