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terça-feira, 30 de junho de 2015

Que fazer à casa de todos nós?


in. Google Earth

in, http://greensavers.sapo.pt

Com o título "Laudato Si" - Louvado Seja - no dia 18 de Junho, inspirado no "Cântico das Criaturas" de S. Francisco de Assis, que nele enaltece o Senhor Deus pela Natureza e pela Obra da Criação, o Papa Francisco publicou a sua segunda Carta Encíclica, fazendo dela um cântico à Natureza intitulado  - A CASA DE TODOS - tendo a pessoa humana em primeiro lugar, lembrando que Deus lhe ofertou o Mundo criado para ela continuar a Sua Obra e não para a destruir.

Tomando como lema orientador o fundador dos Franciscanos que comparou a terra ora a uma irmã com quem partilhamos a existência, ora a uma mãe que nos acolhe nos seus braços, este pensamento de S. Francisco sente-se presente nesta Carta Encíclica que leva o Papa a convidar a Humanidade a uma "conversão" no campo da ecologia, apontando a necessidade de uma mudança de rumo no sentido da protecção que nos deve merecer a "casa comum".
Alguns pontos-chave desta Carta Encíclica:

  • «As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, e constituem um dos principais desafios atuais para a humanidade». 
  • Como «o clima é um bem comum, um bem de todos e para todos» a sua alteração desenfreada é um desordenamento que atinge os mas vulneráveis.
  • Refere o Papa que «o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos», pelo que privar ou dificultar este bem natural  «negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável».
  • Aponta-se que na relação entre os países mais ridos e pobres existe uma "dívida ecológica", frisando o Norte e o Sul do planeta, que diante das mudanças climáticas há  «responsabilidades diversificadas». Impressiona o Papa a  «fraqueza das reações» perante o drama actual de pessoas e das próprias populações.
  • Não deixa de se apontar a raiz humana que sustenta a crise ecológica que o Mundo vive centrada no poder, donde deriva o "descartável".
  • Retomando a linha mestra da "Evangelli Gaudium" afirma o Papa que a  «A sobriedade, vivida livre e conscientemente, é libertadora», propondo mudanças no modo como se vive, princípio que não pode ficar à margem da educação ambiental e da espiritualidade.
  • Crítica às "grandes Cimeiras" onde são tomadas muitas medidas e, depois, pouco se vê que tenda a reduzir os problemas da ecologia.

Por fim, o Papa Francisco, não deixa de abordar a cultura do "usar e deitar fora" que é a grande responsável pelo aborto e pelo abandono dos idosos.

Esta súmula é amplamante explanada ao longo de seis Capítulos, frisando-se no nº 13 da apresentação da Carta Encíclica este apelo do Papa: O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.(...) e, nesta linha, ao referir que o Criador ama as suas criaturas, aponta o Papa que: A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. 

Que todos nós, individualmente e no todo, possamos estar atentos a esta asserção de confiança a que somos convidados pelo Papa Francisco e olhemos a "casa comum" como ela merece, deixando de ver, apenas no conjunto da universalidade, a nossa casa e tenhamos a capacidade humana de nos sentirmos arrendatários não da casa que nos pertence, mas da tal propriedade que é de todos.

Isto não é fácil de fazer - sabe-se, e o Papa também o sabe - mas é preciso, como ele fez, mandar a pedra para criar movimento nos charcos que em muitos lados abundam de águas estagnadas pela falta de respeito da ecologia universal.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Dois poemas de Almeida Garrett (1799-1854)


                                                                       
                                                                                            Gravura publicada pela Revista 
                                                                     "Occidente" nº 24 de 15 de Dezembro de 1878


A colectânea de poesias "Folhas Caídas" foram publicadas em 1853 tendo merecido do seu autor uma justificação, advertindo os leitores que mesmo no Inverno da vida - Almeida Garrett tinha então 54 anos - havia de ser-se poeta até ao fim.

Com o Poeta assim aconteceu. A morte ceifou-o no ano seguinte ao da publicação deste livro emblemático, deixando-nos a pensar do motivo porque naquela idade já se sentia no Inverno da vida, algo que nunca saberemos.

Testemunho que é de um grande homem que ele foi, na vida política e literária, bem merece a transcrição que a seguir se apresenta da "Advertência" com que abre as "Folhas Caídas" fazendo jus à fidelidade do seu pensamento e, sobretudo, à verdade que nos quis deixar.



Antes que venha o Inverno e disperse ao vento essas folhas de poesia que por aí caíram, vamos escolher uma ou outra que valha a pena conservar, ainda que não seja senão para memória.
A outros versos chamei eu já as últimas recordações da minha vida poética. Enganei o público, mas de boa-fé, porque me enganei primeiro a mim. Protestos de poetas que sempre estão a dizer adeus ao mundo, e morrem abraçados com o louro - às vezes imaginário, porque ninguém os coroa.

Eu pouco mais tinha de vinte anos quando publiquei certo poema, e jurei que eram os últimos versos que fazia. Que juramentos!
Se dos meus se rirem, têm razão; mas saibam que eu também primeiro me ri deles. Poeta na primavera, no estio e no outono da vida, hei-de sê-lo no inverno, se lá chegar, e hei-de sê-lo em tudo. Mas dantes cuidava que não, e nisso ia o erro.

Os cantos que formam esta pequena colecção pertencem todos a uma época de vida íntima e recolhida que nada tem com as minhas outras colecções.
Essas mais ou menos mostram o poeta que canta diante do público. Das Folhas Caídas ninguém tal dirá, ou bem pouco entende de estilos e modos de cantar.

Não sei se são bons ou maus estes versos; sei que gosto mais deles do que de nenhuns outros que fizesse. Porquê? É impossível dizê-lo, mas é verdade. E, como nada são por ele nem para ele, é provável que o público sinta bem diversamente do autor. Que importa?
Apesar de sempre se dizer e escrever há cem mil anos o contrário, parece-me que o melhor e mais recto juiz que pode ter um escritor é ele próprio, quando o não cega o amor-próprio. Eu sei que tenho os olhos abertos, ao menos agora.

Custa-lhe a uma pessoa, como custava ao Tasso, e ainda sem ser Tasso, a queimar os seus versos, que são seus filhos; mas o sentimento paterno não impede de ver os defeitos das crianças.
Enfim, eu não queimo estes. Consagrei-os ignoto deo. E o deus que os inspirou que os aniquile, se quiser: não me julgo com direito de o fazer eu.

Ainda assim, no ignoto deo não imaginem alguma divindade meia velada com cendal transparente, que o devoto está morrendo que lhe caia para que todos a vejam bem clara. O meu deus desconhecido é realmente aquele misterioso, oculto e não definido sentimento de alma que a leva às aspirações de uma felicidade ideal, o sonho de oiro do poeta.

Imaginação que porventura se não realiza nunca. E daí, quem sabe? A culpa é talvez da palavra, que é abstracta de mais. Saúde, riqueza, miséria, pobreza e ainda coisas mais materiais, como o frio e o calor, não são senão estados comparativos, aproximativos. Ao infinito não se chega, porque deixava de o ser em se chegando a ele.

Logo o poeta é louco, porque aspira sempre ao impossível. Não sei. Essa é uma disputação mais longa. 
Mas sei que as presentes Folhas Caídas representam o estado de alma do poeta nas variadas, incertas e vacilantes oscilações do espírito, que, tendendo ao seu fim único, a posse do Ideal, ora pensa tê-lo alcançado, ora estar a ponto de chegar a ele, ora ri amargamente porque reconhece o seu engano, ora se desespera de raiva impotente por sua credulidade vã.
Deixai-o passar, gente do mundo, devotos do poder, da riqueza, do mando, ou da glória. Ele não entende bem disso, e vós não entendeis nada dele.
Deixai-o passar, porque ele vai onde vós não ides; vai, ainda que zombeis dele, que o calunieis, que o assassineis. Vai, porque é espírito, e vós sois matéria.

E vós morrereis, ele não. Ou só morrerá dele aquilo em que se pareceu e se uniu convosco. E essa falta, que é a mesma de Adão, também será punida com a morte.
Mas não triunfeis, porque a morte não passa do corpo, que é tudo em vós, e nada ou quase nada no poeta.


As "Folhas Caídas" respeitam, como se pode ver, de uma época da sua vida íntima, onde  -é ele que o diz - consagrou os seus versos ao Ignoto Deo, envolvendo-O num manto de mistério,  e no impossível de que ele nos fala não se inibe de dizer que o poeta é louco, o que, para quem o queira entender, as poesias deste livro correspondem a estados de alma e sem escusar de nos dar uma explicação mais concisa, logo acrescenta: nas variadas, incertas e vacilantes oscilações do espírito, que é algo de que damos conta à medida que vamos lendo os seus poemas.

Como acontece com os grandes Poetas, neles só o corpo é mortal.
A sua poesia, não!
Vejamos dois exemplos desta asserção:


IGNOTO DEO

D.D.D.

Creio em ti, Deus: a fé viva
De minha alma a ti se eleva.
És - o que és não sei. Deriva
Meu ser do teu: luz... e treva,
Em que - indistintas! - se envolve
Este espírito agitado,
De ti vem, a ti devolve.
O Nada, a que foi roubado
Pelo sopro criador
Tudo o mais, o há-de tragar.
Só vive de eterno ardor
O que está sempre a aspirar
Ao infinito donde veio.
Beleza és tu, luz és tu,
Verdade és tu só. Não creio
Senão em ti; o olho nu.
Do homem não vê na terra
Mais que a dúvida, a incerteza,
A forma que engana e erra.
Essência!, a real beleza,
O puro amor - o prazer
Que não fatiga e não gasta...
Só por ti os pode ver
O que inspirado se afasta,
Ignoto Deus, das ronceiras,
Vulgares turbas: despidos
Das coisas vãs e grosseiras
Sua alma, razão, sentidos,
A ti se dão, em ti vida,
E por ti vida têm. Eu, consagrado
A teu altar, me prosto e a combatida
Existência aqui ponho, aqui votado
Fica este livro – confissão sincera
Da alma que a ti voou e em ti só ‘spera.


É a este Deus Desconhecido - ao pés do qual depõe as "Folhas Caídas" que ele se entrega, aspirando chegar ao infinito donde veio, entregando-lhe  a confissão sincera da sua alma, razão suficiente para lermos com o desvelo que pudemos cada um dos seus versos na sinceridade como a sua mente os concebeu.


AVE, MARIA

Maria, doce Mãe dos desvalidos,
A ti clamo, a ti brado!
A ti sobem, Senhora, os meus gemidos,
A ti ó hino sagrado
Do coração de um pai voa, ó Maria,
Pela filha inocente.
Com sua débil voz que balbucia,
Piedosa mãe clemente,
Ela já sabe, erguendo as mãos tenrinhas,
Pedir ao Pai dos Céus
O pão de cada dia. As preces minhas
Como irão ao meu Deus,
Ao meu Deus que é teu filho e tens nos braços,
Se tu, mãe de piedade,
Me não tomas por teu? Oh!, rompe os laços
Da velha humanidade;
Despe de mim todo outro pensamento
E vã tenção da Terra;
Outra glória, outro amor, outro contento
De minha alma desterra.
Mãe, oh!, Mãe, salva o filho que te implora
Pela filha querida.
De mais tenho vivido, e só agora
Sei o preço da vida,
Desta vida, tão mal gasta e prezada
Porque minha só era...
Salva-a, que a um santo amor está votada,
Nele se regenera.



Todos nós, algum dia, teremos erguido as mãos a Maria, à doce mãe dos desvalidos como o Poeta lhe chama para acudir a um filho doente.
É isto que encontramos em cada um dos versos desta invulgar - AVE MARIA - espelhada na aflição de Almeida Garrett, que num dado momento da sua oração de súplica, fala deste modo:
Despe de mim todo outro pensamento
E vã tenção da Terra; 

E é, a esta luz que se pressente na manifestação de abandono das coisas da Terra - sempre vãs se nelas não pomos a beleza do espírito - que o Poeta na sua verdade, olhando a vida, tão mal gasta e prezada, nos dá a sabedoria de que, num dia qualquer tomamos consciência, vivendo a vida - mal gasta - sendo que é, ao mesmo tempo, tão prezada, porque só temos uma para viver... e gastá-la mal gasta é um desperdício.


Mãe, oh!, Mãe, salva o filho que te implora
Pela filha querida.
De mais tenho vivido, e só agora
Sei o preço da vida,
Desta vida, tão mal gasta e prezada
Porque minha só era...
Salva-a, que a um santo amor está votada,
Nele se regenera.


domingo, 28 de junho de 2015

Penso em ti - Um poema de Júlio Dinis



Penso em Ti

Surge a manhã! Tudo é festa
Tudo no campo é prazer,
Trinam as aves na floresta
Hinos de sol ao nascer,
Nestas horas misteriosas,
Em que dos jasmins e rosas
Sobem perfumes aos céus,
Nestas horas de magia
Em que tudo tem poesia,
Meus pensamentos... são teus.

Leva o sol seu curso em meio,
Tudo inunda em clara luz
E só das selvas no seio
Branda sombra se produz.
Mal se ouvem os zumbidos
Dos insectos e os gemidos
Da fonte caindo além;
Nesta hora de ardente calma
De amor só me fala a alma
E este amor - é teu também.

Já vai desmaiado o dia,
Aumenta o grato frescor,
E na alameda sombria
Gorjeia o alado cantor;
Soltam-se os diques às presas,
Da rega é a hora, e às rezas
Convida o bronze cristão;
Cede o trabalho ao descanso
Nestas horas de remanso,
Meus pensamentos teus são.

Noite é já. A lua alta
Dos ares cruza a amplidão.
Longe, ao longe, o mar exalta
Aos céus a vaga canção;
E do arvoredo a folhagem
Quer na sua linguagem,
Seus bramidos imitar;
O sono a terra domina
E a tua imagem divina
Me enleia em brando sonhar!

Penso em ti a toda a hora,
De manhã, pelo arrebol,
Depois, quando à luz da aurora
Sucede o fulgor do sol;
Penso em ti na hora amena
Em que a tarde vai serena
Envolver-se em ténue véu;
Penso em ti de noite escura,
E é toda a minha ventura;
A mais não aspiro eu.

in, Poesias


Em rodapé deste poema, lê-se:


Aspirar, aspiro, mas... Esta poesia (perdoem-me o nome) não é um simples jogo de fantasia. O que ela é, escuso de o dizer. Os que a entenderam dispensam explicações.
Os outros não sei se feliz se infelizmente para eles, nem com um volume inteiro de notas a entenderiam melhor.
Em quanto a este tique que nela figura, se me perguntarem quem é. colocam-me em sérias dificuldades. Não saberei responder talvez satisfatoriamente.


Ao tom intimista dos sofrimentos da alma, a que todos estamos sujeitos, não se furtou Joaquim Guilherme Gomes Coelho - de seu pseudónimo Júlio Dinis - que deixou ficar para a posteridade esta nota que bem merece o nosso respeito pelo homem que ele foi, médico de profissão e que morreu tuberculoso, na plena idade em que, se não fora a doença  - tinha 32 anos - esta lhe matou todos os sonhos, incluindo os sentimentais referentes à constituição de família.

Penso em ti...

E quando se vivem dramas como o que tomou de assalto a vida de Júlio Dinis, este pensar como ele o refere passa a ser um infiel companheiro da vida desde o romper do dia até que este se feche na abóboda celeste e continua de noite a martelar os sentidos, pelo que este "Penso em ti", enquanto testemunho que é, e verdadeiro do homem que foi o ameno e bucólico escritor das gentes e paisagens da nossa ruralidade nortenha do século XIX, é um momento de rara beleza humana e, por isso, bem merece ser lembrado.

O liberalismo - dito democrático - dos nossos dias...




"HORAS DE PAZ" é uma obra publicada em dois volumes - e, hoje, pouco conhecida - do grande e multifacetado talento de Camilo Castelo Branco, que assim a chamou para ilustrar, no tempo em que a escreveu (1855) - tinha então 30 anos - alguma paz interior, que é algo que num dia qualquer da existência, por muito tumultuosa que seja, se sente, pelo facto do homem ser um misto de carne e espírito e, quando este, se alteia por cima dos desmandos da carne é o fautor, por excelência, da formusura da sua condição natural.

No 1º volume desta Obra - Cap. VII - sob o título "Do Papa e do seu poder temporal", dando veia larga ao polemista que ele foi, refutando um aritgo publicado com o mesmo título nos nºs 4 e 5  do jornal literário de ideias liberais "A Península" que se publicou no Porto, Camilo Castelo Branco num dado passo escreve assim:

Se abris um livro, se estudais um artigo, se dissecais um pensamento dessa prodigiosa biblioteca de modernos civilizadores, para logo se vos aclara a ideia inspiradora de seus sistemas,  e vedes o desvelo incansável e fervoroso de todos eles, resumido na palavra ASSOCIAÇÃO todas as venturas constituintes da felicidade do povo.
Associação industrial, associação agrícola, associação comercial, associação mercantil, associação literária, associação à luz do dia, associação nas trevas da noite - é tudo associação, menos "associação religiosa".

E sarcástico como era seu timbre, Camilo continua a zurzir nas ideias liberais de cariz coercitivas, dizendo:

Nisto, manda a razão confessar que não são contraditórios os que se intitulam amigos do "género humano".
Apostados em desviar os discípulos da escola estacionária dum espiritualismo sobre-humano, convém aos "mestres" fazê-los carne, embrutecê-los na vida dos sentidos, acorrentá-los às sensações externas, materializá-los, enfim. (...)



Passaram 160 anos desta crítica de Camilo aos "mestres" do Liberalsmo e todas as suas palavras estão mais actuais que nunca, porque nestes tempos "democráticos" - que deviam ser e não o são na pureza que a verdadeira Democracia defende - as ideias liberais continuam a ser a cama onde se deita esta "democracia" doente.

E, ainda, que sejam permitidos movimentos religiosos gregariamente associativos - porque deles depende, em grande medida o bem colectivo às pessoas marginalizadas que o Estado esquece - este mesmo Estado liberal que se diz "democrático" faz a todo o custo tentativas de desviar os discípulos da escola estacionária dum espiritualismo sobre-humano, no dizer de Camilo, que ao falar deste modo, diz às claras - para quem o quer entender - que a escola estacionária nos aspectos da matriz em que assenta o seu "Credo" não pode ir além dos ditames do seu Fundador que lhe ditou Leis Eternas que têm de resistir aos liberalismos de qualquer tempo.

Pelo que é um "crime" que o nosso Estado ou qualquer outro dos nossos dias comete:

  • Quando aposta em desviar o homem do espiritualismo sobre-humano, ou seja, aquele que está acima da razão do cálculo matemático das sebentas escolares,
  • Quando aposta em fazer do homem um arcaboiço metido num pedaço de carne,
  • Quando aposta  em embrutecê-los na vida dos sentidos,
  • Quando aposta em acorrentá-los às sensações externas.

Prova esta pequena análise em cima dum velho escrito das "HORAS DE PAZ" do grande escritor, que ele - que conheceu tantas horas amargas - num dado momento da sua vida aquietou a turbulência da sua vida para ter um encontro de paz com Deus e que as suas velhas palavras continuam a ser setas atiradas ao nosso tempo, apostado, sobremaneira, em matar toda a vida do sentido religioso e em seu lugar, enchê-la dos prazeres da carne que depois de morta é um monte de pó sem qualquer valor, enquanto o sentido religioso do homem e a sua abertura ao transcendente não morre com a finitude da carne.

Um facto que os "mestres" dos liberalismos de ontem e de hoje, propositadamente esquecem para impor a sua "lei" aos distraídos e, manhosamente, aos que se apegam à escola estacionária de que nos falou e bem, Camilo Castelo Branco.


O que esta gravura sugere...




in, "O Astrolábio"


O que esta gravura sugere
é a existência na palma da mãos de um chão lavrado
por elas mesmas,
e, também, por elas regado tão carinhosamente
que nasceram fartas e louras as espigas do pão
capazes, até, de serem pão sagrado!

O que esta gravura sugere
é a beleza das mãos abertas em sinal de doação
de quem tudo dá - ou reparte -
e assim se representa na simbologia das espigas
apresentadas ao alto, à vista do mundo, num desejo
do alimento chegar a todos!

O que esta gravura sugere
é que a fome do mundo se mata de mãos abertas
e não das mãos sovinas de uma economia sem rosto
que esconde o pão de mãos fechadas,
como se o pão que ela come não proviesse
do trabalho das mãos dos humilhados e ofendidos!


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Assim, sim! - 20 valores para a Presidente da AR!



A Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves tinha-se comprometido a discutir a  Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC) "Pelo Direito de Nascer" encabeçada por Isilda Pegado, na actual Legislatura.

Não obstante, como se sabe, a discussão desta Lei foi adiada para a próxima Legislatura por decisão tomada pela conferência de líderes enquanto a Senhora Presidente esteve fora de Portugal, de visita à Guiné Bissau.

Diz o povo, que "patrão fora, dia santo na loja", um aforismo que no caso presente não vai ter razão porque a Presidente da AR esteve fora... mas dentro - não fisicamente, mas com o assunto em mente - não "achou graça" à decisão e em conclusão a Lei vai ser discutida no próximo dia 3 de Julho, como noticia a Rádio Renascença, neste dia.

Prova isto, que a sensatez e o cumprimento da palavra que nobilita a Presidente da AR, age em sentido contrário ao anúncio recentemente feito do adiamento da (ILC), pelo que custe a quem custar e aqui estamos a falar de algo que pode dar ou tirar votos - e este é que é o problema - a iniciativa dos cidadãos vai ser respeitada.

É assim que se cumpre a Democracia!

Que os senhores parlamentares - os que estão mergulhados no não agendamento desta Lei - tirem as conclusões do seu acto anti-povo, quando é do povo que eles esperam os votos...
  • Ou andam esquecidos disto?
  • Ou, apenas se lembram do povo no decorrer da campanha eleitoral?

Heroínas do meu País!


Volta do Trabalho - (clihé de Marques Abeu)
in. Revista "Occidente" de 20 de Fevereiro de 1914


Um punhado de rosas em lembrança daquelas esforçadas mulheres que nas aldeias portuguesas dos princípios do século XX arrostaram e venceram crises económicas, mas tendo de sobra valores para os dar aos tempos de hoje, tão necessitados deles!


Porque, tal como a mulher da foto -  descalça pela miséria dos tempo, mas linda nos seu trajar simples e lavado - ainda assim as conheci nos tempos em que "menino e moço" visitava a aldeia onde nasci e, sempre, admirei o porte, a alegria e a força das santas mulheres - minhas avós - que via regressar ao fim das tardes do cultivo das veigas ou dos socalcos que eram aplanados nas encostas dos montes.

As suas imagens dos tempos em que ia nas "férias grandes" beber o ar puro da minha aldeia serrana ficaram para sempre presentes na minha retina, hoje algo embaciada pelos anos.

Esta recordação foi realçada ao folhear um exemplar da bela Revista que foi a "Occidente", e aquela mulher que regressa do trabalho de enxada ao ombro fez que a minha lembrança voltasse para trás, agradecido a Deus e à sociedade que paulatinamente foi melhorando as condições da vida humana, que naquele tempo era quase uma escravatura que a bondade levava a rir.

Fui testemunha disso, daquela bondade sofrida onde eu vi, sempre, na pureza do olhar e, até das graças onde ferviam cantigas - em todas as que conheci - revejo-as na poesia "Gentil Camponesa" do Poeta popular António Aleixo que transcrevo, rezando por todas elas a bela oração da minha infância e que nunca esqueci.

MOTE

 Tu és pura e imaculada,
 Cheia de graça e beleza;
 Tu és a flor minha amada,
 És a gentil camponesa.

 GLOSAS

 És tu que não tens maldade,
 És tu que tudo mereces,
 És, sim, porque desconheces
 As podridões da cidade.
 Vives aí nessa herdade,
 Onde tu foste criada,
 Aí vives desviada
 Deste viver de ilusão:
 És como a rosa em botão,
 Tu és pura e imaculada.

 És tu que ao romper da aurora
 Ouves o cantor alado...
 Vestes-te, tratas do gado
 Que há-de ir tirar água à nora;
 Depois, pelos campos fora,
 É grande a tua pureza,
 Cantando com singeleza,
 O que ainda mais te realça,
 Exposta ao sol e descalça,
 Cheia de graça e beleza.

 Teus lábios nunca pintaste,
 És linda sem tal veneno;
 Toda tu cheiras a feno
 Do campo onde trabalhaste;
 És verdadeiro contraste
 Com a tal flor delicada
 Que só por muito pintada
 Nos poderá parecer bela;
 Mas tu brilhas mais do que ela,
 Tu és a flor minha amada.

 Pois se te tenho na mão,
 Inda assim acho tão pouco,
 Que sinto um desejo louco:
 Guardar-te no coração!...
 As coisas mais belas são
 Como as cria a Natureza,
 E tu tens toda a grandeza
 Dessa beleza que almejo,
 Tens tudo quanto desejo,
 És a gentil camponesa

in "Este Livro que Vos Deixo..."

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O nefasto calculismo político na vizinhança de eleições!


Isilda Pegado
http://www.publico.pt  (19 de Janeiro de 2014)


O não agendamento na actual Legislatura de uma "Iniciativa Legislativa de Cidadãos" (I.L.C.) subordinada a uma “Lei de apoio à Maternidade e Paternidade – do Direito a Nascer, a que Presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Isilda Pegado meteu ombros é o claro despudor dos parlamentares que neste momento dispõem de uma maioria absoluta para poder - se o tivessem querido - levar à discussão parlamentar o documento que entrou na A.R. no dia 18 de Fevereiro de 2015.

Estas iniciativas de cidadãos outorgada pela lei nº 17/2003 da AR,  devem obrigatoriamente ser subscritas por 35.000 cidadão eleitores. Para lhe dar corpo Isilda Pegado recolheu em cerca de três meses 48.115 assinaturas, propondo alterações á fracturante lei em vigor.

Logo após a entrega desta proposta da cidadania com implicações legislativas - por motivos que nos escapam - teve atrasos no seu acompanhamento e, agora, sem uma justificação consistente ou convincente, Luis Montenegro, o líder parlamentar do PSD - interpretando o sentir da conferência de todos os líderes parlamentares - veio informar que a mesma não seria discutida nesta Legislatura pelo que este descaro é demonstrativo da falta de respeito que merecem ao Parlamento as iniciativas dos cidadãos.

Mas que esperar se o assunto foi arrastado de propósito - atrevo-me a dizer - para não contaminar o tempo eleitoral que se avizinha, pelo que Isilda Pegado que encabeçou a lista, deve pedir contas desta falta de respeito pelos cidadãos ao PSD - o seu Partido -  a menos que a Presidente da A.R. ponha estes senhores em sentido e traga à Assembleia da República o respeito que faltou aos líderes parlamentares.

Vale a pena por uma questão histórica trazer a liça, notícias relacionadas com a (ILC) que o calculismo frio e medroso dos nossos parlamentares deixaram ficar na gaveta como se o assunto, num tempo em que o Primeiro-Ministro abre a boca a colocar em cima da mesa a necessidade de haver mais natalidade está em contraponto com esta iniciativa louvável, seja uma maçada ou um contratempo eleitoral.

E, por isso, autorizou a marcha à ré, quando a iniciativa de Isilda Pegado - por aquilo que ele diz - devia andar na popa do "navio" como uma bandeira bem levantada e, nela, o nome da sua destemida mentora que bem merecia pela ideia e pelos combates que tem travado mais consideração.

Porque a história se faz com as atitudes que marcam o tempo, ficam aqui para memória. em primeiro lugar, o texto que deu origem ao "projecto de lei" e não "petição", como é dito no nº 8 do referido texto, presente no pedido de assinaturas.


“Lei de apoio à Maternidade e Paternidade – do Direito a Nascer

1 – O Povo vai levar ao Parlamento um Projecto de Lei – “Lei de apoio à Maternidade e Paternidade – do Direito a Nascer”. Para tanto são necessários 35.000 subscritores. Tarefa de todos os que defendem a Vida Humana. Uma vez ali, e por imperativo legal, o Parlamento terá de discutir e votar aquele diploma.

2 – O Povo não se conforma além do mais, que, no País com a mais baixa taxa de Natalidade do mundo, uma em cada cinco das gravidezes termine em aborto.

A experiência destes anos de liberalização do aborto mostra que, as mulheres em risco de aborto, estão em geral numa profunda solidão. Apesar de muito se falar em apoios à maternidade, o facto é que no drama que leva ao aborto não estão criados mecanismos de apoio à Vida, à Maternidade e à Paternidade.

3 – Por isso, a proposta de lei que irá ser apresentada destina-se a:

a) Apoiar a maternidade e paternidade criando mecanismos de informação, respostas sociais adequadas e incentivos pessoais e profissionais para que as mães possam ter os seus filhos;

b) Trazer o pai ao processo de decisão e, com a responsabilidade inerente, tomar parte na vida que está em risco de aborto;

c) Eliminar o aborto gratuito e os subsídios ao aborto;

d) Informar a mãe das circunstâncias ecográficas da gravidez e de todas as alternativas ao aborto;

e) Reconhecer o bebé, antes do nascimento, como membro do agregado familiar e com direito a nascer;

f) Eliminar a actual desconfiança que cai sobre os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) objectores de consciência, que os impede de acompanhar as suas pacientes.

4 – Isto é, a proposta de lei da Iniciativa Legislativa de Cidadãos (I.L.C.) é um instrumento positivo, que se propõe ajudar as famílias a terem os seus filhos e, a criar uma verdadeira “Cultura de Vida” na Sociedade. Ao reconhecer-se o Direito a Nascer daremos um enorme passo na dignificação da Vida Humana desde a concepção.

Porém,

5 – A I.L.C. não é um instrumento para penalizar o aborto. Temos por certo que o aborto deverá ser sempre proibido. Mas esta lei não se debruça sobre essa matéria. A I.L.C. propõe apoio à maternidade e paternidade e espera-se com isto combater o aborto. A Lei Penal não é o único instrumento de combate ao aborto. Há tantos domínios onde este trabalho deve ser feito!

6 – A I.L.C. não é instrumento de legitimação da actual lei penal, que despenalizou o aborto a pedido da mulher até às 10 semanas de gestação. A qual continuará injusta, iníqua e violadora dos Direitos Humanos. Com a presente lei de Apoio à Maternidade e Paternidade o chamado “aborto a pedido” ficará limitado pelo “direito a nascer” do filho.

7 – A I.L.C. não é resultado de qualquer acordo de partidos ou de alguma instituição, é uma iniciativa de cidadãos (tal como o nome diz e é exigido por lei) que propõem o texto ao Povo, que o subscreverá, para se poder iniciar o processo legislativo no Parlamento.

8 – A I.L.C. não é uma Petição. Nestes 7 anos de liberalização do aborto já foram apresentados no Parlamento três Petições sobre o aborto – “Vemos, Ouvimos e Lemos, não podemos ignorar”; “Defender o Futuro” e “Fim ao aborto gratuito”. Nenhuma petição pediu a penalização do aborto, mas todas pediam a revisão da regulamentação da Lei do aborto. Agora, mais do que um pedido (porque não é petição) o Povo toma em mãos o poder directo de apresentar um projecto de lei e, no uso desse direito de soberania, provocará o debate em sede parlamentar e a resposta concreta dos senhores Deputados no apoio à maternidade e paternidade.

9 – A I.L.C. não é um texto perfeito e imutável. Terá certamente lapsos e é susceptível de ser alterado (desde que não desvirtuado o seu objecto) em sede de processo legislativo, no Parlamento. Para isso, os que o queiram, serão chamados a intervir.

Assim, também será com esta Iniciativa Legislativa, tão genuína e realista, que Portugal pode encontrar um novo rumo e Esperança de Vida.


Em consequência o texto - ipsis-verbis - cerca de um mês antes da petição ser entregue na A.R., publicada pelo Jornal "A Voz da Verdade" - semanário do Patriarcado de Lisboa - no dia 14 de Janeiro de 2012, subordinado ao título:

A cultura do amor

 « Portugal tem desde há 4 anos uma lei que atenta contra a vida humana não só nos primeiros tempos (aborto até às 10 semanas) como também ao longo da vida fértil das mulheres que a tal flagelo se submetem.

O aborto é sempre um mal: para a criança porque é impedida de nascer; para a mulher que o pratica porque física e psiquicamente fica com marcas para o resto da vida; para o pai porque de uma forma ou outra (umas vezes é o impositor do acto, outras porque contra a sua vontade) acaba por carregar aquela culpa e dor; e para a Sociedade que assiste e tem dentro de si estes sofrimentos que tantas vezes geram agonias, danos, depressões e até violências diversas.

Esta lei que liberalizou o aborto em Portugal produziu já nas camadas mais jovens, em especial nas raparigas, uma mudança de mentalidade plasmada na ideia de que – o que está na Lei é bom. Isto é, o aborto nada terá de censurável porque é um acto legal. Famílias que se confrontam com jovens filhos que chegam a casa e debitam naquele sentido. Colégios de matriz Católica onde os alunos (do secundário) acham que, a divergência entre o ensinado no Colégio (contra o aborto) e a Lei (que o permite) só mostra o “atraso do Colégio”, etc..

Muitos outros países já viveram o que estamos agora a viver. Nesses países foi mantida a Verdade, através das Igrejas e dos Movimentos de Defesa da Vida. Têm sido lutas de décadas cujos resultados são tantas vezes infrutíferos à luz dos critérios do mundo, mas que no tempo, têm gerado uma nova mentalidade que aposta na dignidade de toda a vida humana e na protecção que a esta, a Sociedade e o Estado devem conferir.

É também este o nosso papel dizer todos os dias a Verdade – A vida humana tem de ser protegida, as mães, pais e famílias devem ser apoiados para suprir as dificuldades que as levam ao aborto, e o Estado tem de dar sinais de apoio claro à maternidade.

O Estudo que a Federação Portuguesa pela Vida apresentou ao País com os números do aborto e os custos deste, revelaram que estamos a “pôr o dedo na ferida”. Do outro lado não houve reacções credíveis.

Sabemos que por todo o País o voluntariado nesta matéria – apoio a mães e crianças em risco – está a crescer, umas vezes institucionalizado outras de forma anónima. Chegam-nos os relatos de profissionais de saúde indignados com a destruição que esta lei está a fazer (nomeadamente porque se tornou um meio contraceptivo – 3 e 4 abortos praticados pela mesma mulher) lançam mãos a formas alternativas de agir, e até a apresentar a objecção de consciência ao aborto que não tinham apresentado inicialmente.

Muitos são os relatos e “histórias” de gente que se empenha em “salvar uma vida”, em geral contadas com grande emoção e felicidade. São histórias de vida que exigem recato e muita, muita confidencialidade para que ninguém saia magoado.

Por isso, há sinais de Esperança numa sociedade que tem consciência do mal que é o aborto e aposta em cada momento na busca de uma solução de Vida e de Amor.

Este trabalho capilar pode, e estamos certos, fará uma nova cultura.

Como sabemos os momentos tendencialmente mais frágeis do ser humanos são o início e o fim da vida.

Vivemos numa época onde a solidariedade é proclamada por todos. A solidariedade não pode ser uma palavra vã ou de retórica. Proteger a vida humana no início e no fim da vida são seguramente os pressupostos mais elementares de uma Cultura solidária de Vida e de Amor.


No dia 17 de Junho de 2015, Guilherme Silva - no exercício da presidência da A.R. em substituição da respectiva Presidente - a Rádio Renascença noticiou que, irá explicar aos cidadãos proponentes que a hipótese que têm de não deixar cair o processo é que façam um requerimento na próxima legislatura a pedir que a iniciativa seja discutida e que vale mais isto do que não ter a garantia de ser feita a votação final global ainda nesta sessão.

Em reacção, a Plataforma pelo Direito a Nascer diz que só pode haver algum equivoco. Isilda Pegado diz que esta proposta do Parlamento contraria as determinações recentes da própria presidente da Assembleia da República. Isilda Pegado acrescenta que a plataforma vai insistir para que a iniciativa suba a plenário, alegando que isso é o que diz a lei.

Para Isilda Pegado é mais uma batalha.

Pela força e determinação que esta ilustre senhora tem demonstrado - tenho a certeza - que se vai bater pela força da razão que lhe advém das 48.115 assinaturas que granjeou com todo o seu labor para que a iniciativa não fique para as calendas gregas, como parecem desejar estas cinco personagens com quem - sozinha - defendeu a sua acção de cariz legislativo, na TVI,  e cujo vídeo aqui fica como um testemunho da sua força interior, onde existe como um imperativo maior o direito à vida.


Vale a pena ouvir - pelo dislate das ideias e dos argumentos - os parlamentares que se deram ao cuidado de rebater Isilda Pegado, que efectivamente "pegou" neles com toda o destemor que a caracteriza e ao qual eu rendo a minha sincera homenagem.