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segunda-feira, 28 de março de 2016

Reposição dos feriados. Estou de acordo!


Reconheço que foi um erro do anterior Governo a supressão dos quatro feriados, especialmente o do dia 1º de Dezembro, quando o que devia ter sido feito era a não provocação de pontes, tendo em conta a nossa débil economia.

Agora, repô-los sem acautelar este facto, é um erro, o que prova que o motivo que levou o  actual Governo a agir, foi uma vez mais o costume: desfazer só por desfazer e animar a preguiça nacional, que já vê a possibilidade de haver três pontes...

Estou de acordo com a reposição.
Discordo de não se medirem as causas que as paragens produtivas podem causar à economia portuguesa.

Chega de populismo e encare-se a realidade!

O Orçamento 2016 é constitucional!


Pudera!

Era só o que faltava que sem ter de dar cumprimento às exigências dos credores internacionais a que Portugal esteve sujeito durante três anos por culpa de seis anos de regabofe - o do consulado socialista de José Sócrates - neste momento, as  premissas que o fizeram promulgar tivessem inconstitucionalidades...

Era só o que faltava!

Constitucional ele é... mas será verdadeiro?
Vai por Portugal a crescer?
Pelos vistos o PR não tem certezas em relação às previsões nele inscritas...diz que ele é uma solução de compromisso, pelo que tanto pode dar certo... como não.

Porquê, então, tantas loas que lhe foram tecidas pela "tripeça" que tomou conta do poder Portugal?

Não posso estar de acordo!


O Governo actual mais os seus acidentais companheiros de caminho até parece que se comprazem no deitar abaixo aquilo que fez o Governo anterior... como se se tratasse de uma vingança... como se dissessem: agora quem manda sou eu.

"Reizinhos absolutosc e irresponsáveis que não merecem a atenção dos que como eu, sabem que Portugal começou a cair com a Revolução Liberal de 1820, a que acresceu a loucura da implantação da República - que nos conduziu à ditadura do Estado Novo - e que a Chamada impropriamente "revolução dos cravos" ao trazer uma Democracia coxa nada adiantou à cultura política do povo, que não fosse a dos Partidos que pouco ou nada fizeram pela elevação ética e moral da cultura da cidadania, que se vinga, votando cada vez menos... enquanto eles, senhores de uma minoria - que se tornou, como esta última numa maioria de "arranjo" à boa maneira da Monarquia Constitucional ou da I República - cavalgam o poder com ar de quem conquistou um "brinquedo apetecido"...

É por isso, que António Costa, herdeiro de um mal atávico, se compraz em deitar abaixo parte do que fez Passos Coelho, sobretudo, o que dá popularidade fácil... e imediata...

Veremos como vamos levar Portugal a crescer, com este "deita abaixo" a começar pelas 35 horas de uns - o funcionalismo do Estado - contra as 40 horas dos que, no Sector Privado, têm de erguer Portugal com o seu trabalho.

Mas... então, as 40 horas não estavam bem para todos?

Olhe que sim, sr. António Costa... mas, havia que deitar abaixo, ainda que agora se tenham de pagar horas extraordinárias!
Até parece que no Portugal socialista, uns são filhos e outros enteados... uma coisa que nem parece dos que se dizem da "esquerda"... 

Um chavão, simplesmente.

Mario Draghi vem dar uma lição ao Conselho de Estado?


Li atentamente os artigos 141º a 146º do Conselho de Estado, tal como se encontra definido na Constituição da República Portuguesa e em lado nenhum encontrei que a lei que o rege admita a possibilidade de haver convidados como participantes deste Órgão da República, pelo que me espanta o facto do actual Presidente da República ter convidado Mario Draghi, Presidente do BCE.

Por outro lado, não vejo que o PR tenha alguma função executiva na governação económica ou financeira de Portugal, por me parecer que o local indicado é a Assembleia da República, pelo que passar para o Conselho de Estado a ideia da criação de uma unidade nacional sobre as alterações ao Plano Nacional de Reformas e ao Plano de Estabilidade que terão de ser entregues em Bruxelas no final de Abril, parece algo estranho como se os membros do Conselho de Estado tivessem de ouvir Mario Draghi, para depois decidir, porque formalmente, os conselheiros vão decidir já sem a presença do Presidente do BCE... mas em primeiro lugar ouvem a lição como bons alunos...

Mas... onde está aqui a Assembleia da República?

Até posso estar de acordo para bem de Portugal, mas não posso deixar sem um reparo - que sendo o PR um constitucionalista de renome - passe por cima da lei que criou o Conselho de Estado, que não prevê a presença de entidades estranhas ao seu funcionamento regular, ademais, tratando-se de um estrangeiro.

Alguém me explica esta anormalidade... até, porque, o próprio Regimento - segundo creio - também não prevê a presença de estranhos?
Não entendo isto!

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Eis, a transcrição "ipsis-verbis" do Conselho de Estado.


CAPÍTULO III
Conselho de Estado

Artigo 141.º
Definição
 O Conselho de Estado é o órgão político de consulta do Presidente da República.
Artigo 142.º
Composição
 O Conselho de Estado é presidido pelo Presidente da República e composto pelos seguintes membros:

a) O Presidente da Assembleia da República;
b) O Primeiro-Ministro;
) O Presidente do Tribunal Constitucional;
d) O Provedor de Justiça;
e) Os presidentes dos governos regionais;
f) Os antigos presidentes da República eleitos na vigência da Constituição que não hajam sido destituídos do cargo;
g) Cinco cidadãos designados pelo Presidente da República pelo período correspondente à duração do seu mandato;
h) Cinco cidadãos eleitos pela Assembleia da República, de harmonia com o princípio da representação proporcional, pelo período correspondente à duração da legislatura.

Artigo 143.º
Posse e mandato

1. Os membros do Conselho de Estado são empossados pelo Presidente da República.

2. Os membros do Conselho de Estado previstos nas alíneas a) a e) do artigo 142.º mantêm-se em funções enquanto exercerem os respectivos cargos.

3. Os membros do Conselho de Estado previstos nas alíneas g) e h) do artigo 142.º mantêm-se em funções até à posse dos que os substituírem no exercício dos respectivos cargos.

Artigo 144.º
Organização e funcionamento
1. Compete ao Conselho de Estado elaborar o seu regimento.

2. As reuniões do Conselho de Estado não são públicas.

Artigo 145.º
Competência
Compete ao Conselho de Estado:

a) Pronunciar-se sobre a dissolução da Assembleia da República e das Assembleias Legislativas das regiões autónomas;
b) Pronunciar-se sobre a demissão do Governo, no caso previsto no n.º 2 do artigo 195.º;
c) Pronunciar-se sobre a declaração da guerra e a feitura da paz;
d) Pronunciar-se sobre os actos do Presidente da República interino referidos no artigo 139.º;
e) Pronunciar-se nos demais casos previstos na Constituição e, em geral, aconselhar o Presidente da República no exercício das suas funções, quando este lho solicitar.

Artigo 146.º
Emissão dos pareceres

Os pareceres do Conselho de Estado previstos nas alíneas a) a e) do artigo 145.º são emitidos na reunião que para o efeito for convocada pelo Presidente da República e tornados públicos quando da prática do acto a que se referem.

domingo, 27 de março de 2016

Algo há a fazer na nossa Democracia!




Costuma afirmar-se que a representação parlamentar tem o carácter de mandato, o que é erro grosseiro, tal como o vemos erigido no Parlamento, quando em boa verdade a noção de mandato só pode aplicar-se à representação que liga duas vontades individuais, referida a interesses concretos e nitidamente definidos, ou seja:

O representante eleito exprime e representa realmente uma vontade popular de um dado círculo que ele conhece e, porque existe, ele compromete-se a responder pelas suas aspirações e em cujo nome e interesse age e do qual está dependente e se torna responsável.

Não é isso que acontece, entre nós, pelo que o povo, verdadeiramente, salvo raras excepções, não tem no Parlamento, eleitos a quem possa pedir contas mas sim uns "ilustres desconhecidos" que lhe são impostos pelos Partidos nos respectivos cadernos eleitorais a que obedecem, quando o deviam fazer ao povo de onde dimanam.

Para quando se fará o que tem de ser feito?

Cristo ressuscitou. Aleluia!




VENHO DE LONGE...


Venho de longe...

Trago da velha escuridão
Uma luz a espelhar-se no lago
Da água-viva
Que é um afago
Onde embalo o coração!

Venho de longe...

Não trago ódio, nem fel,
Nem sonhos crus.
Trago um doce abraço
De quem retesou o nó
Que andava lasso...
mas ficou apertado
Com a força de Jesus
Ressuscitado!

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De um livro a publicar sob o título
VELA AO VENTO 


A Ressurreição de Jesus é o grande Mistério que ao longo dos séculos tem ocupado a mente de muitas gerações que, despreocupadamente, têm omitido as profecias que centram este passo como doutrina fundamental do Cristianismo, pois se Ele não tivesse ressurgido, não seria o Messias prometido desde os tempos amais antigos.

Ora, Jesus, segunda Revelação de Deus, foi um Espírito Puro que viveu entre os homens num dado tempo e lugar para lhes trazer a Mensagem de Deus. Ele mesmo o disse: Depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galiléia” (Palavras de Jesus, Mt 26.32).

E é, S. Mateus (16, 21) que afirma, ainda: Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia, tendo por guia o que ouvira do próprio Jesus: E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem, e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.  Mt 20-19), tendo cabido a S. João (2, 19) a frase de Jesus: Destruí este tempo e em três dias eu o levantarei, sendo que o "templo" era o seu próprio Corpo, cabendo ao mesmo Apóstolo a frase depois de Jesus ter ressuscitado: Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso. (Jo 2.22).

Três dias na mansão dos mortos para depois ressuscitar para a Vida Eterna.

O Mistério é transcendental, mas se escapa à racionalidade que o não aceita por um princípio de vaidade humana, ele não escapa aos que, lendo as profecias mais antigas se deixam penetrar pelo insondável que existe na vida de Jesus Cristo que teve o poder de vencer a Morte.

Vitória, tu reinarás, canta o coro da Catedral de Coimbra, num registo notável que bem merece ser ouvido e meditado na grande profundidade mística do Mistério que é - e será para sempre - a Ressurreição de Jesus.



A vitória de Cristo sobre o poder da Morte, será para sempre uma interrogação dos menos atentos à ecleologia de uma Vida que, se não lhe tivesse acontecido o que estava predito seria vã a fé dos homens, domo disse S. Paulo, o grande convertido da estrada de Damasco, que se havia de tornar o mais célebre doutrinador evangélico de Jesus, ao abandonar a Escola de Gamaliel, onde a velha lei, com a vinda de Cristo, deixou de fazer sentido para a visão da nova realidade que se abriu com a Cruz.

sábado, 26 de março de 2016

Nossa Senhora das Dores




NOSSA SENHORA DAS DORES

Nossa Senhora das Dores:
Teu olhar doce e profundo
Ficou quieto... sofrias!

Mas houve na vida mais cores
E passou a haver outro mundo
E que dantes, só tu vias!

Nossa Senhora das Dores,
Não me queixo ao pé de ti
Lembrando o teu sofrimento!

Mas se um dia as minhas dores
Forem de mais para mim
Dá-me todo o teu alento!    

De um livro a publicar sob o título
VELA AO VENTO       
  

Neste Sábado Santo...


sexta-feira, 25 de março de 2016

Sexta-Feira Santa


Prisão de Jesus (Lc 22, 47-53)

Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar. Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?»
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?»  E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.  Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o.  Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos:

«Vós saístes com espadas e varapaus, como se fôsseis ao encontro de um salteador!  Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»

Cronologia dos acontecimentos
  • 02H00: Jesus é traído por Judas e é preso por uma multidão enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. 
  • 03H00: Jesus é conduzido a Anás
  • 04H00: Jesus levado a Caifás.
  • 05H00: Jesus é negado por Pedro
  • 6H00: Jesus é levado ao conselho e declarado réu de morte.
  • 07H00: É conduzido a Pilatos e acusado.
  • 08H00: Jesus é reconduzido a Pilatos e é solto Barrabás.
  • 09H00: Jesus é flagelado preso à coluna.
  • 10H00: Jesus é coroado de espinhos e mostrado ao povo.
  • 11H00: Jesus é condenado à morte e sobe ao Calvário.
  • 12H00: Jesus é despojado das suas vestes e crucificado.
  • 13H00: Jesus entrega-nos a Sua Mãe Santíssima.
  • 14H00: Jesus perdoa os seus algozes
  • 15H00: JESUS MORRE NA CRUZ.
  • 16H00: O lado de Jesus é aberto pela lança.
  • 17H00: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
  • 18H00: Jesus é sepultado e deixado no sepulcro

Seguindo o relato de S. Lucas (23, 47-48), após a morte de Jesus, ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo!» E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito. 

A hora das trevas havia-se consumado

Cobriu-se a terra de luto
(Coro da Catedral de Coimbra)


A bem conhecida prece  Stabat Mater (Estava a Mãe) desde o século XIII, tem merecido de Poetas e Cantores toda a atenção eclesial de que é exemplo a tradução que se transcreve do falecido Padre Ricardo Dias Neto, 

De pé, a mãe dolorosa
junto da cruz, lacrimosa,
via o filho que pendia.

Na sua alma agoniada
enterrou-se a dura espada
de uma antiga profecia

Oh! Quão triste e quão aflita
entre todas, Mãe bendita,
que só tinha aquele Filho.

Quanta angústia não sentia,
Mãe piedosa quando via
as penas do Filho seu!

Quem não chora vendo isso:
contemplando a Mãe de Cristo
num suplício tão enorme?

Quem haverá que resista
se a Mãe assim se contrista
padecendo com seu Filho?

Por culpa de sua gente
Vira Jesus inocente
Ao flagelo submetido:

Vê agora o seu amado
pelo Pai abandonado,
entregando seu espírito.

Faze, ó Mãe, fonte de amor
que eu sinta o espinho da dor
para contigo chorar:

Faze arder meu coração
do Cristo Deus na paixão
para que o possa agradar.

Ó Santa Mãe dá-me isto,
trazer as chagas de Cristo
gravadas no coração:

Do teu filho que por mim
entrega-se a morte assim,
divide as penas comigo.

Oh! Dá-me enquanto viver
com Cristo compadecer
chorando sempre contigo.

Junto à cruz eu quero estar
quero o meu pranto juntar
Às lágrimas que derramas.

Virgem, que às virgens aclara,
não sejas comigo avara
dá-me contigo chorar.

Traga em mim do Cristo a morte,
da Paixão seja consorte,
suas chagas celebrando.

Por elas seja eu rasgado,
pela cruz inebriado,
pelo sangue de teu Filho!

No Julgamento consegue
que às chamas não seja entregue
quem por ti é defendido.

Quando do mundo eu partir
dai-me ó Cristo conseguir,
por vossa Mãe a vitória.

Quando meu corpo morrer
possa a alma merecer
do Reino Celeste, a glória. 
Amém.

O hino "Sabat Mater" beseia-se  na profecia de Simeão, uma espada era para perfurar o coração de sua mãe, Maria (Lc 2,35) e tem sido atribuído ao Papa Inocêncio III.

quarta-feira, 23 de março de 2016

A ceia de Betânia em 4ª feira de Cinzas


Do Evangelho segundo São Marcos 14, 1-11

Conspiração dos judeus

Faltavam só dois dias para a Páscoa e os Ázimos; os sumos sacerdotes e os doutores da Lei procuravam maneira de capturar Jesus à traição e de o matar. É que diziam: «Durante a festa não, para que o povo não se revolte.»

Unção de Betânia

Jesus encontrava-se em Betânia, na casa de Simão, o leproso. Estando à mesa, chegou uma certa mulher que trazia um frasco de alabastro, com perfume de nardo puro de alto preço; partindo o frasco, derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus.
Alguns, indignados, disseram entre si: «Para quê este desperdício de perfume? Podia vender-se por mais de trezentos denários e dar-se o dinheiro aos pobres.» E censuravam-na. Mas Jesus disse: «Deixai-a. Porque estais a atormentá-la? Praticou em mim uma boa acção! Sempre tereis pobres entre vós e podereis fazer-lhes bem quando quiserdes; mas a mim, nem sempre me tereis. Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu antecipadamente o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho, há-de contar-se também, em sua memória, o que ela fez.»

Traição de Judas

Então, Judas Iscariotes, um dos Doze, foi ter com os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Eles ouviram-no com satisfação e prometeram dar-lhe dinheiro. E Judas espreitava ocasião favorável para o entregar. 


Armam ciladas contra Mim
(Coro da Catedral de Coimbra)


A Paixão de Jesus começou em Betânia naquela noite que S. Marcos descreve, estando Ele em casa de Simão, dito o leproso, referindo alguns que Jesus teria sido convidado por Simâo num acto de gratidão de ter sido curado da lepra, que para além de agradecer com palavras, sendo ele um fariseu, abriu o seu coração para Jesus e as portas de sua casa, desde aquele momento ficaram abertas para a Igreja.

Na sombra, porém, o a insídia espreitava, de pouco se importando com este acto benevolente, Judas Iscariotes, de conluio com os sumos-sacerdotes e a troco de dinheiro prometeu entregar Jesus, pelo que ao ouvirmos a melodia ARMAM CILADAS CONTRA MIM entoada pelo Coro da Catedral de Coimbra, insere-se com toda a profundidade eclesial neste passo da traição do amigo de tantas jornadas pelos caminhos da Mensagem de Jesus.

O sentimento cristão de Giovanni Papini




Ao meditar, hoje, no ataque terrorista em Bruxelas - no coração da Europa - dei com os olhos em cima dumas palavras de Giovanni Papini, que após a sua conversão ao cristianismo em 1919 - após a Guerra de 14 a 18 - e a propósito da "História de Cristo" que ele nos deixou, num dado tempo da sua procura de Cristo e da Paz de que Ele encheu a sua vida,  aludiu a duas perguntas inquietantes de homens de cultura do seu tempo.

Diz Papini, que na Alemanha David Strauss, perguntava: "Acaso seremos nós hoje cristãos?" e que por outro lado, André Gide, fazia uma pergunta parecida: "Católicos, sereis vós cristãos?"

O terrorismo islamita ataca porque o Ocidente está desunido, pelo que, estas perguntas merecem ser respondidas com a verdade de Papini acabou por encontrar e às quais muitos de nós, teimosamente, não temos sabido responder e é. por isso, por causa das fragilidades do Ocidente, que fez uma Guerra no tempo da juventude deste célebre homem da Toscana, e já fez uma outra entre 39 e 45, que todo o Mundo devia repensar em temos mais apostólicos de uma unidade perdida pelo sons desabridos da metralha que em duas guerras não matou inimigos, mas irmãos, segundo o cristianismo verdadeiro que urge ir buscar às Verdades esquecidas ou nunca lembradas.

Eis as palavras de Papini no pós-guerra de 14-18:

O cristianismo não é um bem que se procura a esta hora da grande agonia do Ocidente, mas um bem que nós nunca quisemos aceitar.  O cristianismo não pertence ao passado; o futuro é que talvez lhe pertença... É a coisa mais virgem e mais nova do mundo, uma esperança mais do que uma nostalgia... Como palavra, o Evangelho tem mil e novecentos anos; como realidade e consumação, está sempre a nascer...
in, nº 25 de "Convertidos do século XX"

E se é assim - porque o é - por que razão em tantos lados do Mundo, agora que se aproxima a Páscoa - a Hora Maior de Cristo - Ele e o cristianismo verdadeiro que converteu Giovanni Papini, não é seguido e deixa, por isso, que continuem a ficar no ar perguntas como as que Papini, recordou,  atribuindo-as a David Strauss e André Gide?

terça-feira, 22 de março de 2016

Escolhas...



Escolhas..

Podes escolher o que fazer no dia de hoje...
Podes escolher em fazer alguém feliz...
Podes escolher algo em que acreditar...
Podes escolher em fazer alguém acreditar...
Podes escolher as pessoas que queres ter perto...
Podes escolher o que quiseres...

Podes escolher o que queres da tua vida!!!

Mas não escolhas em escolher alguma coisa,
sem perguntares em primeiro lugar se a tua escolha
faz parte dos planos de Deus pata ti...
pois foi Ele                     
quem te escolheu primeiro!!!


Autor Desconhecido
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Como diz o "Autor Desconhecido" é-nos permitido escolher tudo, mas porque Deus tem um plano para cada criatura, se Ele não é consultado pela consciência que nos deu, de nada nos aproveita culpar o destino se deixámos "à rédea solta" o nosso sentir perante Ele que nos escolheu para termos - o que não devemos escolher para satisfazer meras vaidades pessoais - mas, simplesmente, o que devemos possuir para satisfazer o cumprimentos dos planos ajustados à vida digna, que efectivamente, merecemos ter.


E, mais uma vez, nos devemos render ao velho... mas novo Platão. que continua, hoje, a ensinar o que nunca devíamos ter esquecido... ou nos devia ter sido ministrado como um ensino que nunca tivemos... porque Deus não é culpado das escolhas que fazemos!

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia 21 de Março- Dia Mundial da Poesia


Bem sei que o contributo para este "Dia Mundial da Poesia" que fui buscar ao acervo das minhas poesias, nada acrescenta ao evento que hoje se comemora, mas sei e sinto que "Esta Medalha que Sou" foi conquistada por entre o afã dos dias de muito trabalho que levo feitos na grande roda da vida e, só por isso, olhando o "verso" e o "reverso" das lutas travadas e por sentir que nelas algo está feito... ainda que, por vezes, ao contrário de sonhos acalentados, apesar disso, sinto que nunca tiveram a força de me derrotar!

É, por isso, que sigo... de VELA AO VENTO!



ESTA MEDALHA
     QUE SOU

Olho o verso e o reverso
Desta medalha que sou
Onde o meu sonho anda imerso...
E às vezes sou o inverso
Da força que me animou!

Sinto que esta medalha
Em especial o seu tardoz
Perdida tanta batalha
Aponta a sua metralha
E faz ouvir a sua voz! 

E fica depois a fingir
Um sonho que não existe...
Mas porque volta a sorrir
Ao invés do meu sentir
O sonho fica e resiste!

Ele é, embora disperso,
A força aonde vou
Burilar este meu verso...
Ainda que sinta o inverso
Do que a vida me mostrou!


De um Livro a publicar sob o título
VELA AO VENTO



domingo, 20 de março de 2016

Feliz aquele...


O Salmo 22 (21) e a polémica pergunta de Jesus


Na Missa do Domingo de Ramos, hoje celebrada, a Igreja insere no Ofício Litúrgico o Salmo 21, em cujos primeiros versos o salmista entoa a bem conhecida pergunta de Jesus pregado na Cruz:  Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?


Salmo 21 - A PAIXÃO DO JUSTO (Is 53)

Salmo individual de súplica. Exprime de tal forma a experiência do sofrimento, que se tornou modelo de densidade religiosa. Segundo Mt 27,46 e Mc 15,34, Jesus terá utilizado as primeiras palavras deste salmo como oração suplicante quando se encontrava na cruz. Vários outros versículos são aproveitados na narração da Paixão de Jesus (Mt 27,35.43.46). Por isso, este salmo ficou profundamente ligado à Cristologia. Na tradição cristã foi ganhando um timbre quase messiânico. Mas a sua possível ressonância messiânica está ligada à leitura especificamente cristã que dele se fez, pois depende da mais profunda valorização teológica do sofrimento pessoal; ora este era um aspecto menos notório no messianismo real.

1Ao Director do coro. Pela melodia «A corça da aurora».
Salmo de David.

2Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste,
rejeitando o meu lamento, o meu grito de socorro?
3Meu Deus, clamo por ti durante o dia e não me respondes;
durante a noite, e não tenho sossego.

4Tu, porém, és o Santo
e habitas na glória de Israel.
5Em ti confiaram os nossos pais;
confiaram e Tu os libertaste.

6A ti clamaram e foram salvos;
confiaram em ti e não foram confundidos.
7Eu, porém, sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
8Todos os que me vêem escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.
9«Confiou no SENHOR, Ele que o livre;
Ele que o salve, já que é seu amigo.»
10Na verdade, Tu me tiraste do seio materno;
puseste-me em segurança ao peito de minha mãe.
11Pertenço-te desde o ventre materno;
desde o seio de minha mãe, Tu és o meu Deus.
12Não te afastes de mim, porque estou atribulado
e não há quem me ajude.

13Rodeiam-me touros em manada;
cercam-me touros ferozes de Basan.
14Abrem contra mim as suas fauces,
como leão que despedaça e ruge.
15Fui derramado como água;
e todos os meus ossos se desconjuntaram;
o meu coração tornou-se como cera
e derreteu-se dentro do meu peito.
16A minha garganta secou-se como barro cozido
e a minha língua pegou-se-me ao céu da boca;
reduziste-me ao pó da sepultura.
17Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
18posso contar todos os meus ossos.

Eles olham para mim cheios de espanto!
19Repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam a minha túnica.
20Mas Tu, SENHOR, não te afastes de mim!
És o meu auxílio: vem socorrer-me depressa!
21Livra a minha alma da espada,
e, das garras dos cães, a minha vida.
22Salva-me da boca dos leões;
livra-me dos chifres dos búfalos.

23Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos
e te louvarei no meio da assembleia.
24Vós, que temeis o SENHOR, louvai-o!
Glorificai-o, descendentes de Jacob!
Reverenciai-o, descendentes de Israel!
25Pois Ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre,
nem desviou dele a sua face;
mas ouviu-o, quando lhe pediu socorro.
26De ti vem o meu louvor na grande assembleia;
cumprirei os meus votos na presença dos teus fiéis.
27Os pobres comerão e serão saciados;
louvarão o SENHOR, os que o procuram.
«Vivam para sempre os vossos corações.»

28Hão-de lembrar-se do SENHOR e voltar-se para Ele
todos os confins da terra;
hão-de prostrar-se diante dele
todos os povos e nações,
29porque ao SENHOR pertence a realeza.
Ele domina sobre todas as nações.
30Diante dele hão-de prostrar-se todos os grandes da terra;
diante dele hão-de inclinar-se todos os que descem ao pó
e assim deixam de viver.
31Uma nova geração o servirá
e narrará aos vindouros as maravilhas do Senhor;
32ao povo que vai nascer dará a conhecer a sua justiça,
contará o que Ele fez.


Este salmo é um dos maiores textos bíblicos.

Ao lembrá-lo, no momento da agonia, Jesus quis provar que a parte humana da sua presença entre os homens não era diferente da de todos os seus irmãos sofredores, - e, por isso, no momento final quis deixar a prova de ter sido, nessa parte, um companheiro que viveu e sofreu como os demais - mas a parte do Deus incarnado que n'Ele viveu estaria presente para todo o sempre e é, por isso que ao dirigir-se ao Pai, lhe diz:

De ti vem o meu louvor na grande assembleia;
cumprirei os meus votos na presença dos teus fiéis.

Não se ignora, contudo, o abandono de que muitos místicos falam, como a zombaria, as hostiilidades sofridas e o desprezo dos chefes do povo, mas, o que ressaltou, por fim, não foi o abandono a uma morte sem regresso, porque estava escrito que Ele havia de ressuscitar e aparecer aos discípulos para que eles testemunhassem o grande Mistério, pelo que o salmista - poeta e cantor - o que nos quis deixar como herança é que n'Aquele Crucificado que deplorava o seu abandono, a sua Natureza carnal fez as perguntas que todos fazemos como símbolos das nossas próprias interrogações acerca daquilo que não compreendemos, mas cuja resposta - e esta é-nos dada pele divindade de Jesus para a qual os verdugos não encontraram pregos para a crucificarem - na segunda Carta a Timóteo (4, 18): O Senhor me livrará de todo o mal e me levará a salvo para o seu Reino celeste. A Ele, a glória, pelos séculos dos séculos. Ámen!