Pesquisar neste blogue

sábado, 30 de janeiro de 2016

"Fugiu-lhe a boca para a verdade"...

Aconteceu no passado dia 29 de Janeiro de 2016.

No decorrer do debate quinzenal na Assembleia da República, António Costa ao responder a Passos Coelho, começou por o tratar de "Senhor Primeiro-Ministro".

E fê-lo por duas vezes...

Foi um lapso, é verdade... mas como diz o povo "fugiu-lhe a boca para a verdade", pois o deputado que se sentava na bancada merecia estar no lugar ocupado por António Costa... e só não estava pela "ligeireza" como António Costa lhe "passou a perna", um facto anómalo, por muito que nos queiram dizer o contrário.

Diz o Dicionário on-line "Priberam" que o verbo "usurpar" quer dizer: Apoderar-se violentamente ou fraudulentamente do que pertence a outrem, e se é certo que António Costa não retirou o poder pela violência a Passos Coelho, fê-lo por meios pouco ortodoxos, pela atitude assumida não ter partido de uma base unitária de apoio antes das eleições, que não fosse a do PS - o seu Partido -  porquanto as outras duas - BE e PCP - foram arranjadas num tempo em que o acto eleitoral havia passado e, por isso, a Democracia entrou de pé coxo neste estranho jogo eleitoral.

Por isso, no dia 29 de Janeiro de 2016, fugiu-lhe a boca para a verdade...

O problema é a "imagem do País" a degradar-se!

É, efectivamente difícil resolver a equação, simplesmente porque  os termos estão falsos! Mas o Professor ainda não descobriu o erro,,, porque lhe custa desagradar a quem o colocou à frente da turma!



..................................................................................................................... 

Ninguém acredita nas contas do Governo, a começar cá dentro pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), as agências de "rating" incluindo a Dominion Bond Rating Service (DBRS), de Toronto,  a única que é reconhecida pelo Banco Central Europeu (BCE) receia que a aliança espúria entre o Partido Socialista e os seus dois parceiros da extrema-esquerda, crie no governo de Portugal um enfraquecimento político quanto ao equilíbrio das contas públicas.

Bruxelas também não está de acordo. De acordo só António Costa, acossado por Catarina Martins para bater o pé, o que é, a todos os títulos um mau conselho.

Não vale, agora, culpar Passos Coelho de ter enganado Bruxelas, transformando em definitivo aquilo que era temporário, o que não cola, pois se fosse assim o Governo de Passos Coelho não tinha reposto, em 2015, 20% dos cortes da função pública, pelo que António Costa só engana quer quer ser enganado.

Portanto, há que ter "tento na bola" e jogar mais limpo s, f. f., até porque o partido que ele lidera faz falta na governação de Portugal, mas não é com jogadas destas, de vir culpar o seu antecessor, cujo "crime" foi ter tirado - naquilo que pode - Portugal do pântano em que o Partido Socialista o conduziu.

Só por isto, devia haver mais trambelho e menos demagogia, se não fora o "contrato" de António Costa com os dois partidos anti-europeus que agora, tudo fazem para lhe atropelarem o caminho... o que não é mal feito! Pena é, como diz a notícia do jornal "Económico" é a imagem do Pais a deteriorar-se.

Essa é que é essa!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A tua caminhada...



A TUA CAMINHADA...

A tua caminhada ainda não terminou...
A realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades,
lembra-te da fantasia e
sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo
jamais conseguirão obter,
porque é uma vitória que surge da paz
e não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações
tempestuosas novamente,
mas haverá de ver sempre
o lado bom da chuva que cai
e não a faceta do raio que destrói.

Tu és jovem.

Atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita
é quase chegar a perfeição.
A juventude precisa de sonhos
e de se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios
precisam da água que rola,
e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã
o sinónimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olha para trás...
mas vai em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.

Autor Desconhecido
................................................................................................................................

O "Autor Desconhecido" deste poema, num dado ponto diz, claramente que se refere a um jovem, como a dar mais importância a este facto, e com toda a razão, pois o jovem tem pela frente, pela própria natureza das coisas um caminho mais longo.

Por isso, se isto é uma evidência, não deixa de ser uma necessidade humana - seja qual seja a idade - que a caminhada que cabe a cada um de nós, ninguém a pode substituir, porque o passo de cada um é próprio e definitivo e se é lícito olhar para trás - até para ver o que está em frente - é para aí que a caminhada continua... pois há muitos que precisam, como acaba este belo poema, que chegues para poderem seguir-te.

"O paleio nacional"

in, Jornal já extinto "O Zé" de 16 de Abril de 1912
...............................................................................................................................

"O paleio nacional" é uma instituição,

Veio para ficar, pois mesmo quando 99% têm razão o 1%restante é tão palavroso e hábil na arte do engano, que a ínfima parte arrima-se de tal sorte à sua "razão" que até parece que fala verdade.

Costuma acontecer isto com os "passarões" que aprenderam numa escola especial que ninguém conhece mas cujos "ensinamentos" sabem por a render... a ponto de levar o Povo a coçar a cabeça.

O "paleio nacional" é, efectivamente, algo que veio e assentou arraiais, pela simples razão que o Povo tem de aprender mais e esquecer-se de telenovelas, futebol e dos sons desconexos dos "passarões"... 

IVA da restauraç]ao



http://rr.sapo.pt/de 29 de Janeiro de 2016
......................................................................................................................

Ah! A redução do IVA para 13% a todo o serviço da restauração em 2016 teria (,,,) custos "muito superiores" à previsão inicial... mas, então, que contas é que António Costa andou a vender aos portugueses?

Contas erradas, não foi?... mas, todos  ouvimos António Costa ates de se sentar na cadeira do poder  - com a tripeça a fazer equilíbrio - que o IVA da restauração era para baixar para 13%!"
No tempo do "fala barato" o IVA era para tudo o que era restauração: comidas e bebidas.
Agora... não é bem assim. 
Afinal. só vai ser para "todo o serviço de alimentação", ficando de fora bebidas e mais o que se vai ver!
As coisas que se dizem...

Blá. blá, blá, blá... depois, como diz o povo "é que a porca torce o rabo", mas nada há a fazer senão suportar as coisas que se dizem... e não deviam ser ditas!
Mas... este senhor não disse que só prometia o que podia cumprir?
  • Disse, não disse?... blá,blá,blá,blá!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Para memória futura

http://economico.sapo.pt/de 28 de Janeiro de 2016
..........................................................................................................

Para memória futura.

Porque o mundo jamais poderá esquecer o que se passou naquele dia de 4 de Julho de 1989, na praça Tiananmen, em Pequim na (Praça da Paz Celestial) - que irónico é o nome! -  quando o força bruta e impiedosa do regime comunista da Coreia do Norte esmagou a revolta de estudantes da República Popular da China.

Naquele dia, cerca de 5.000 mil estudantes oriundos de vários lados revoltaram-se contra a corrupção e repressão do Governo de Pequim.

A imagem do estudante que fez frente à marcha infrene dos tanques de guerra - o "rebelde desconhecido" - como passou a ser conhecido para a História, segundo relato da época foi feita pela revista "Times" e do seu fotógrafo Jeff Widener, até hoje, é uma personagem perdida no pó do tempo.

A ser verdade o que noticia o "Económico" desta data - que tudo leva a crer se virá a concretizar - a imagem aqui fica, para vergonha de um regime que, infelizmente, continua activo e com seguidores em países democráticos, o que não deixa de ser uma vergonha, enquanto atentado aos mais elementares direitos humanos.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Foi para isto, senhor António Costa?

http://economico.sapo.pt/noticias/ de 27 de Janeiro de 2016
....................................................................................................................................

Afinal, as contas do tão propangueado, acarinhado e sábio Programa macro-económico de Mário Centeno - de que António Costa tanto se ufanou no decorrer das legislativas de 4 de Outubro não estavam certas... ou foram as concessões feitas aos Partidos (BE+PCP) - os dois pés restantes da "geringonça" - que as tornaram erradas?

Fosse uma coisa ou outra o que é de lamentar é o facto de Bruxelas "não ir na conversa", como foram os portugueses no tempo pós-eleitoral de 4 de Outubro de 2015 que pôs à frente do Governo de Portugal um tripé de partidos sem norte, onde o desnorte maior foi o do Partido Socialista que António Costa lidera, e que, a qualquer preço queria ser - como foi e é - Primeiro-Ministro de Portugal.
Uma vergonha para este velho País que estava a sair dum grande crise e se vê a braços com tempos incertos por causa da avidez do poder que sacrificou tudo a essa mesquinha vaidade.

Já o disse e repito: não me revejo no actual Governo de Portugal... e, pelos vistos, internacionalmente, este que é - quer eu queira ou não -  o Governo que tenho de aceitar, embora me fosse imposto contra toda a lógica da Democracia adulta que devíamos ter e não temos, está a meter a Nação portuguesa em trabalhos escusados e que nos envergonham.
  • Tanta farronca de meter a Europa a respeitar-nos, para quê?
  • Foi para isto, senhor António Costa?
Afinal de contas, o esboço do Orçamento apresentado em Bruxelas - é um acto de fé - porque, como diz a notícia, há "sérias dúvidas nos pressupostos financeiros que constam no documento"... nada que não se soubese em Portugal e do qual o Governo foi avisado pelas instâncias competentes.

Não, senhor António Costa.

Desiluda-se. O senhor brincou com os portugueses, mas Bruxelas não lhe vai aceitar a "brincadeira" e, do mesmo modo as Empresas de "rating" que não aceitam previsões ilusórias...

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O meu velho "Cine-Royal"!

in, "Restos de Colecção" - captação de imagens, com a devida vénia
.............................................................................................................

Recordo-me...

Era, então, um adolescente, morador do Bairro da Graça, tendo quase à mão este antigo cinema que preencheu - e muito - a minha mocidade, quando, com os outros da minha igualha e como eu, estudantes-trabalhadores, aos sábados combinávamos a ida "ao nimas", normalmente na sessão da noite, naquele local mítico que exibia com orgulho o facto de ser o cinema que estreou em Lisboa o primeiro sonoro da Cidade.

Um dos arrumadores - nome vulgar que era dado aos empregados que conduziam aos lugares os espectadores - era pai do um amigo meu que Deus já chamou, e que se encarregava, antecipadamente de reservar lugares para o grupo, dado que naquele tempo, acontecia muitas vezes que os 900 lugares repartidos entre a 1ª e 2 plateias, balcão e camarotes, esgotavam.

Recordo-me...

Corria o dia 3 de Março de 1976 quando foi realizada a última sessão cinematográfica no "Cine-Royal" com o filme "Voluntários à Força" e tanto bastou para reunir os que, do velho grupo puderam estar presentes, para, saudosamente vermos fechar a porta da frontaria onde a estrela que encima o frontão - a marca do seu proprietário Agapito Serra Fernandes - ficou ali sem o brilho dos dias antigos da minha juventude que, muitas vezes, calcorreou a Rua Senhora do Monte, vizinha do miradouro do mesmo nome, para ver e admirar meia-Lisboa.

Recordo-me...

E dou graças a Deus por isso, quando passo pela Rua da Graça e ao olhar a fachada que denota nos traços que lhe deu o seu autor, Arq. Norte Júnior, um encanto que nunca lhe soube ver na minha juventude, como ela na pureza das suas linhas dentro do estilo arte-nova, continua a ser a marca indelével do meu velho "Cine-Royal", hoje, descaracterizado e onde se calou para sempre o barulho característico da velha máquina projectora de tantos filmes que me encantaram!

Recordo-me...  

Recordo-me da velha rapaziada.
Dos tempos em que ir "ao nimas" era um festa que ás vezes acabava dentro do velho edifício, no bar onde gastávamos as parcas moedas nos "pirolitos" de saudosa memória, pela esbelteza da garrafa, a que alguns chamavam - o frasco da bola -  mas sobretudo pelo sabor gaseificado do líquido contido hermeticamnete pela tal bola de vidro, que era usada como berlinde quando as garrafas se partiam... ou a nossa traquinice as partia para recolher as bolas...

Recordo-me...

E lamento que o meu velho "Cine-Royal" esteja transformado numa área comercial de uma cadeia de bens alimentícios, dando a tão belo edifício um destino tão diverso e onde os filmes que passam, são hoje, os filmes sem graça de muitos que entram e saem com desejo de comprar aquilo que não podem!

Palavras Construtoras de Vida (4)


A cultura e a sua relação com o homem

É próprio da pessoa humana necessitar da cultura, isto é, de desenvolver os bens e valores da natureza, para chegar a uma autêntica e plena realização. Por isso, sempre que se trata da vida humana, natureza e cultura encontram-se intimamente ligadas.

A palavra «cultura» indica, em geral, todas as coisas por meio das quais o homem apura e desenvolve as múltiplas capacidades do seu espírito e do seu corpo; se esforça por dominar, pelo estudo e pelo trabalho, o próprio mundo; torna mais humana, com o progresso dos costumes e das instituições, a vida social, quer na família quer na comunidade civil; e, finalmente, no decorrer do tempo, exprime, comunica aos outros e conserva nas suas obras, para que sejam de proveito a muitos e até à inteira humanidade, as suas grandes experiências espirituais e as suas aspirações.

Daqui se segue que a cultura humana implica necessariamente um aspecto histórico e social e que o termo «cultura» assume frequentemente um sentido sociológico e etnológico. É neste sentido que se fala da pluralidade das culturas. Com efeito, diferentes modos de usar das coisas, de trabalhar e de se exprimir, de praticar a religião e de formar os costumes, de estabelecer leis e instituições jurídicas, de desenvolver as ciências e as artes e de cultivar a beleza, dão origem a diferentes estilos de vida e diversas escalas de valores. E assim, a partir dos usos tradicionais, se constitui o património de cada comunidade humana. Define-se também por este modo o meio histórico determinado no qual se integra o homem raça ou época, e do qual tira os bens necessários para a promoção da civilização.

in, Cap, II, nº 53 da Constituição Pastoral "Gaudium et Spes" sobre a Igreja no Mundo Actual

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Raízes!

(...)
Ali, é certo, as grandes árvores eram por vezes tombadas por setecentos anos de vida poderosa, ou arrancadas pelo furacão, ou queimadas pela neve, ou destruídas pelo incêndio. Senti muitas vezes cair na profundidade da floresta as árvores titânicas: o roble que tomba com estrondo de catástrofe surda, como se batesse com mão colossal às portas da terra pedindo sepultura. As raízes, porém, ficavam a descoberto, entregues ao tempo inimigo, à humidade, aos líquenes, ao aniquilamento progressivo.

Nada mais belo que aquelas grandes mãos abertas, feridas e queimadas, que numa vereda do bosque nos indicam o segredo da árvore enterrada, o enigma que a folhagem mantinha, os músculos profundos do domínio vegetal. Trágicas e hirsutas, mostram-nos uma nova beleza: são esculturas da profundidade — obras-primas secretas da natureza.
(...)
in, "Confesso que Vivi"
Pablo Neruda
...........................................................................................................................

Sempre que leio este belo trecho de Pablo Neruda - que em tempos mão amiga me mandou emoldurado com a sugestiva foto - deixa-me a pensar se o que ele tem de mais belo é a escultura da Natureza prefigurada nas raízes da velha árvore tombada, ou se é, a escultura imaterial da palavra do escritor que pelo rendilhado das frases, de modo algum perde beleza perante a beleza daquela, pela descrição que nos deixou daquelas grandes mãos abertas que mantinham viva a folhagem através das esculturas da profundidade onde a velha árvore, que teimando em viver mergulhava as suas raízes no húmus do chão.

E, depois, não deixo de pensar na força humana que agarra a vida até à última centelha, tal com as raízes da velha árvore que Pablo Neruda exalta... e são, como ela, raízes resistentes, como aconteceu com o velho amigo que me mandou o pequeno texto do Poeta chileno, que tal qual aquela àrvore, tombou vencido, mas deixou ficar no chão da vida as suas raízes imateriais que continuam a dar vida à beleza da sua memória.

É para ela que, comovidamente, fica este apontamento, na certeza que tenho, que as raízes que deixou hão-de continuar a aviventar a "àrvore" que ele foi na "floresta humana" dos seus muitos amigos!

A "geringonça" vai aguentar-se no vôo?


Não ignoro que a natureza política da eleição de ontem destinada a eleger o Próximo Presidente da República é diferente da que se realizou no passado dia 4 de Outubro de 2015 que escolheu os deputados para a Assembleia da República, mas não posso deixar de constatar o seguinte, somando as percentagens ontem obtidas, tendo em conta o estrato político que forma (ou disforma) a "geringonça".

  • Sampaio da Nóvoa(com apoio de voto do PS........................22,89%
  • Marisa Matias (BE).................................................................10,13%
  • Maria de Belém Roseira(com apoio de voto do PS................. 4,24%
  • Edgar Silva (PCP).................................................................... 3,95%
Soma das percentagens..............................................................41,21%

Ou seja, com este valor a "geringonça" não se podia por de pé, o que quer dizer: não podia formar governo, pelo que, treme que treme... treme que treme... significando assim - com a ressalva acima - que o actual momento dos partidos que se conluiaram a seguir às eleições de 4 de Outubro, têm de ter cuidado, a começar pelo PS com 27,13%, que é o que mais interessa, porquanto é um partido indispensável ao Parlamento português.

Em nome da estabilidade política não desejo que o actual governo caia, mas entendo que o PS tem de se erguer da hecatombe que ontem sofreu... ou António Costa vai ignorar este  tiro tremendo no porta-aviões!

E agora, PS?


Na votação de ontem para a eleição do Presidente da República Portuguesa, António Costa - sem ter preferência declarada por dois dos candidatos que se apresentaram às urnas dentro do seu espaço político - aconselhou os votos dos seus militantes no Prof. António Sampaio da Nóvoa e D.ra Maria de Belém Roseira.

Falhanço rotundo.

O primeiro dos candidatos arrecadou 22,89% e a segundo 4,24%, somando os dois 27,13%, ou seja, sensivelmente menos 5% que o partido Socialista conseguiu, com António Costa nas eleições legislativas de 4 de Outubro de 2015.

Isto dá que pensar, ou não?

Claro que dá... e muito... penso que, a começar pelo PS...
Temo, por isso, que mais uma vez, Portugal com os seus políticos de fé - mas de fé laica - precisa de seguir um caminho diferente, com maiorias sensatas... e não de ocasião!

domingo, 24 de janeiro de 2016

"O povo é quem mais ordena"!

http://24.sapo.pt/ de 22 de Janeiro de 2016

Isto aconteceu em Braga no dia 22 de Janeiro de 2016, num auditório com 1.200 lugares sentados  e alguma gente de pé, quando o hoje eleito Presidente da República Portuguesa, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que a sua campanha e a forma como pretende exercer o cargo de Presidente da República "ultrapassa facções, grupos, áreas, tendências, sensibilidades" e "vai diretamente às pessoas", tendo acrescentado, a seguir: "Então não é o povo quem mais ordena? Estar próximo do povo é algum pecado? A campanha tinha de ser assim. Era fundamental que fosse assim. Campanha de alguém isolado? Olhem para esta sala e eu pergunto: isolado onde e como?".

Efectivamente, é "o povo quem mais ordena"... e é tanto assim, que elegeu à 1ª volta o actual Presidente da República!

Efectivamente, é "o povo quem mais ordena"... e é tanto assim, que no passado dia 4 de Outubro de 2015 deu a vitória eleitoral a quem queria ver a governar, se não fora o "arranjinho" que António Costa "cozinhou" com partidos que a única coisa que queriam era o atropelo dos votos do povo para não deixarem governar quem ganhou as eleições, e, aqui, o povo, não pode fazer jus ao axioma "o povo é quem mais ordena"...porque na desordem que se seguiu, António Costa com os seus "parceiros" arranjados à última hora, desordenaram aquilo que o povo tinha ordenado.

E isto não pode ser esquecido!

Por isso, lembro hoje, que Marcelo Ribeiro de Sousa venceu, porque "o povo é quem mais ordena" - como ele lembrou, naquela noite do dia 22 de Janeiro em Braga - algo de que não pode vangloriar-se, António Costa, que, exercendo, embora o poder, o faz com votos que em si mesmo, ou melhor dizendo, no partido pelo qual concorreu - o PS - os votos recebidos não lhe dão o direito de dizer que "o povo é quem mais ordena", se não fora ter juntado, a destempo, votos que lhe não pertenceram...

Na democracia adulta, quer o Primeiro-Ministro, quer o Presidente da República, um e outro, passado o tempo eleitoral, são representantes legais do conjunto de todo o povo, e se considero assim Marcelo Rebelo de Sousa, outro tanto não faço com António Costa, embora lhe deva, como homens que ambos somos, o respeito humano que todo o homem me merece.

Mas não respeito o politico, porque se "o povo é quem mais ordena"... não ordenou que devia ser ele o meu Primeiro-Ministro.

E isto não pode ser esquecido!

O homem: o eterno cabouqueiro da verdade!

in, "Introdução à Filosofia" 
de Maria Antónia Abrunhosa, Miguel Leitão e Rogéria Resende (1980)


Diz Alain (pseudónimo literário do filósofo francês Émile-Auguste Chartier) que toda a verdade se torna falsa no momento em que nos contentamos com ela, ou seja, no pensamento deste ilustre literato francês cuja vida se repartiu entre 1868 e 1951, o homem é - e vai continuara a ser - e eterno cabouqueiro da verdade, porque dentro do cognosicível que pode abarcar, vão continuar a existir perguntas sobre perguntas.

O homem é, assim, o perguntador recorrente que em cima duma "verdade alcançada" é ele mesmo que costuma pô-la em dúvida quando a partir dela - deixando de a ter como definitiva - procura ir mais além na interrogação das coisas.

Eis, porque Fernando Pessoa através do seu heterónimo Àlvaro de Campos nos deixou para interrogação nossa este passo, que foi interrogação sua:


               Ah, perante esta única realidade, que é o mistério,
Perante esta única realidade terrível - a de haver uma realidade,
Perante este horrível ser,  que é haver ser,
Perante este abismo de existir um abismo,
Este abismo de a existência de tudo ser um abismo,
Ser um abismo por simplesmente ser,
Por poder ser,
Por haver ser!
- Perante isto tudo como tudo o que os homens fazem,
Tudo o que os homens dizem,
Tudo quanto construem, desfazem ou se construi ou desfaz através deles,
Se empequena!
Não, não se empequena... se transforma em outra coisa -
Numa só coisa que está para além dos deuses, de Deus, do Destino -
Aquilo que faz que haja deuses e Deus e Destino,
Aquilo que faz que haja ser para que possa haver seres,
Aquilo que subsiste através de todas as formas
De todas as vidas, abstractas ou concretas,
Eternas ou contingentes.
Verdadeiras ou falsas!
Aquilo que, quando se abrangeu tudo, ainda ficou fora,
Porque quando se abrangeu tudo não se abrangeu explicar porque é um tudo,
Porque há qualquer coisa, porque há qualquer coisa, porque há qualquer coisa!(...) 

Porque há qualquer coisa, porque há qualquer coisa, porque há qualquer coisa...e assim o homem comum vai continuar a interrogar e interrogar-se sobre esta qualquer coisa que não lhe larga o pensamento - Deus ou Destino - ou um simples deuse a quem faz perguntas quando o não preenche na parte que pode alcançar pelo raciocínio, a resposta que não tarda a ser falsa, porque a ela vai suceder eternamente uma nova pergunta, uma nova inquietação sobre aquilo que subsiste através de todas as formas...

E é na resolução desta dízima infinita que parece ter-se fixado o pensamento de Alain, quando na "História dos Meus Pensamentos" disse: A coisa mais difícil do mundo é dizer pensando o que todos dizem sem pensar, ou seja, assentar-se o homem numa conclusão pensada - ainda que a ela sobrevenha uma nova conclusão pensada  está acima de tudo quanto se diz sem pensar - porque este modo de agir não compromete racionalmente, enquanto o que se diz, pensando, podendo não ser um modo definitivo de resolver a dízima que continua infinita continua a coloca o homem em busca da verdade.

E é para isto que se vive... ou se desiste de viver, se o homem passa a actuar na vida falando sem pensar, dizendo o que todos dizem... quando qualquer trabalho intelectual o que tende é caminhar sobre regras lógicas que lhe possibilitam não ceder ou cair no erro sistemático, porque há qualquer coisa, porque há qualquer coisa, porque há qualquer coisa.

Deus ou Destino!

A unidade perfeita do corpo humano


Leitura da primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios (12, 12-30)

Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim sucede também em Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos baptizados num só Espírito para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito. De facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos. Se o pé dissesse: «Uma vez que não sou mão, não pertenço ao corpo», nem por isso deixaria de fazer parte do corpo. E se a orelha dissesse: «Uma vez que não sou olho, não pertenço ao corpo», nem por isso deixaria de fazer parte do corpo. Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfacto? Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros, segundo a sua vontade. Se todo ele fosse um só membro, que seria do corpo? Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: «Não preciso de ti»; nem a cabeça dizer aos pés: «Não preciso de vós». Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários; os que nos parecem menos honrosos cuidamo-los com maior consideração; e os nossos membros menos decorosos são tratados com maior decência: os que são mais decorosos não precisam de tais cuidados. Deus organizou o corpo, dispensando maior consideração ao que dela precisa, para que não haja divisão no corpo e os membros tenham a mesma solicitude uns com os outros. Deste modo, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele. Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um por sua parte. Assim, Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lugar  apóstolos, em segundo profetas, em terceiro doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres, das curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas. Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres? Todos terão o poder de curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as interpretar?

III Domingo do Tempo Comum - 24 de Janeiro de 2016

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O problema das subvenções,,,

http://economico.sapo.pt/ de 21 de Janeiro de 2016

...............................................................................................................

O Lider do Tribunal Constitucional "não foi hábil" a defender o acórdão das subvenções" vitalícias, segundo a opinião do PS - e não o foi porque os senhores juízes não são políticos...
Limitam-se à "camisa de forças" da lei... e por isso, embora com os votos dos vencidos,  a maioria declarou inconstitucional a norma de 2005 que suspendeu as subvenções a ex-políticos com rendimentos familiares acima dos 2.000 euros.

Não podia ter sido de outra maneira, à luz da Constituição - de que não gosto, mas é a que temos - ao passo que à boa maneira portuguesa, fintar a lei é uma "lei"!

  • E se, os senhores políticos, a começar pelos 30 deputados peticionários, se entendessem e de uma vez para sempre elaborassem uma Constituição que respeitasse o tempo que vivemos?
Era um serviço que faziam a Portugal!


O teu olhar quando falas...


Uma promessa que vai tardar... mais um poucochinho!

http://www.sapo.pt/ de 21 de Janeiro de 2016
.........................................................................................................

O IVA da restauração - uma das bandeiras de António Costa - só vai ser hasteada em 1 de Julho de 2016, Mas, então,não era para começar a ser válido a 13% com a aprovação do Orçamento de Estado de 2016?!!!
E só em Julho? Tanta demora?
Tanto tempo?... Mas então... as contas não estavam certas, como António Costa dizia?

Pelos vistos, não estavam!

Foi uma ilusão que passou... um ar que lhe deu...
Foi um balão que se esvaziou... mas, tão depressa?
Pois foi!
A gente desconfiava das contas certas... se calhar, a começar pelo seu autor principal - pelo que foi dito - que parece, vendo o balão a esvaziar-se deste modo o que tem de fazer é meter ar novo... que o ar velho já deu o que tinha a dar.

Mas será que ele é capaz de meter ar novo e voltar a encher o balão?
É o que vamos ver!

A vergonha do pedido de inconstitucionalidade da "subvenção vitalícia" para deputados...


Sobre este assunto o que me intrigou foi o facto do meretíssimo Tribunal Constitucional ter dado razão a 30 deputados peticionários (PS e PSD) que apresentaram ao TC um pedido de fiscalização, parta que a norma da suspensão das subvenções abolida em 2005, fosse considerada, no tempo presente, para quem até àquela data tivesse completado 12 anos de funções políticas e intrigou-me, porque, num País como o nosso a braços com uma tremenda crise financeira, me parece que os sacrifícios são apenas para aqueles que por si mesmo não têm quem os defenda.

E isto parece mal... 

Intrigou-me, ainda, o facto anómalo dos 30 deputados, tendo pudor do que propuseram ao TC, o tivessem feito nas nossas costas, envergonhados da sua audácia, como desejando que os seus nomes ficassem ocultos... 

Intrigou-me, ainda, como homens eleitos pelo povo com o poder de legislar as leis da Republica não se coibiram de reclamar para si, fazendo-se juízes de si mesmos... e de tal modo que conseguiram levar a água ao moinho, mercê do beneplácito do Tribunal Constitucional...
  • Porquê?
Para que se saiba eu estou do lado dos membros que votaram vencidos.

............................................................................................

Eis o corpo da notícia:
Depois do pedido de fiscalização, esta semana o Tribunal Constitucional declarou a norma inconstitucional, por considerar que a mesma viola o princípio da proteção da confiança.  
 A norma em causa foi inscrita no Orçamento de 2014, e previa a suspensão das subvenções vitalícias dos políticos nos casos em que os titulares tenham rendimento de outras fontes, superior a 2 mil euros por mês
 A norma previa exceções para os ex-presidentes da República, como é o caso de Ramalho Eanes, Jorge Sampaio ou Mário Soares.
 Segundo dados da Caixa Geral de Aposentações, em 2014 eram pagas 341 subvenções vitalícias, que custavam cerca de 10 milhões de euros por ano aos cofres públicos. O Estado vai ter que devolver o dinheiro aos políticos que viram a sua subvenção suspensa

http://www.tvi24.iol.pt de 19 de Janeiro de 2016

O TC entendeu que o corte das subvenções violava o princípio da proteção da confiança – leia-se, os direitos adquiridos. O mesmo argumento que levou ao chumbo de vários diplomas do Governo de Passos na era da troika.

Nota: transcrição ipsis-verbis da resposta nº 9 que abaixo se transcreve do jornal on-line "Observador de 20 de Janeiro de 2016
........................................................................................

No acórdão do TC, é apenas referido que o pedido foi feito por “um grupo de deputados à Assembleia da República”.
 http://rr.sapo.pt/ de 19 de Janeiro de 2016
........................................................................................

Impressionou-me, ainda, que no acórdão do TC os nomes dos 30 deputados peticionários - alguns dos quais, dois Ministros do actual governo (Ana Paula Vitorino e João Soares) uma candidata à Presidência da República (Maria de Belém Roseira) pelo que diz a notícia acima referida não tenham vindo indicados.

Mas eles aqui ficam, por ordem alfabética, para memória futura:


Alberto Costa, PS
 Alberto Martins, PS
 Ana Paula Vitorino, PS
 André Figueiredo, PS
 António Braga, PS
 Arménio Santos, PSD
 Carlos Costa Neves, PSD
 Celeste Correia, PS
 Correia de Jesus, PSD
 Couto dos Santos, PSD
 Fernando Serrasqueiro, PS
 Francisco Gomes, PSD
 Guilherme Silva, PSD
 Hugo Velosa, PSD
 Idália Serrão, PS
 João Barroso Soares, PS
 João Bosco Mota Amaral, PSD
 Joaquim Ponte, PSD
 Jorge Lacão, PS
 José Junqueiro, PS
 José Lello, PS
 José Magalhães, PS
 Laurentino Dias, PS
 Maria de Belém Roseira, PS
 Miguel Coelho, PS
 Paulo Campos, PS
 Renato Sampaio, PS
 Rosa Maria Albernaz, PS
 Sérgio Sousa Pinto, PS
 Vitalino Canas, PS

http://www.tvi24.iol.pt de 19 de Janeiro de 2016

21 deputados do PS
9 deputados do PSD
............................................................................................................................

12 respostas a um mesmo número de perguntas


O que é a subvenção vitalícia?
Pergunta 1 de 12

É uma pensão mensal que foi criada pela lei 4/85 no Governo de Bloco central liderado por Mário Soares. Pretendia servir de compensação a quem se dedicava à causa pública.
A subvenção mensal vitalícia é calculada à razão de 4% do vencimento base, correspondente à data da cessação de funções do cargo (em cujo desempenho o seu titular mais tempo tiver permanecido), por ano de exercício, até ao limite de 80%.
.......................................................................

Quem tem direito? 
Pergunta 2 de 12

O Presidente da República (embora tenha um regime próprio), os membros do Governo, os deputados à Assembleia da República, os representantes da República nas Regiões Autónomas, os membros do Conselho de Estado e os juízes do Tribunal Constitucional que não sejam magistrados de carreira.
De acordo com a lei original, estes tinham que exercer os cargos durante oito ou mais anos, consecutivos ou intervalados. O período mínimo passou, em 1995, para os 12 anos. A subvenção, no entanto, passou a poder ser processada quando a pessoa atingisse os 55 anos em vez dos anteriores 60.
........................................................................

Ainda é atribuída?
Pergunta 3 de 12

Este direito terminou em 2005, com o Governo de José Sócrates. A partir daí, só as pessoas que à data (2005) já tinham completado 12 anos de funções políticas podiam pedir para receber a subvenção. Isto significa que algumas continuaram a pedir a subvenção desde aí – e que há outras que ainda podem pedir.
........................................................................

Que mais alterações houve?
Pergunta 4 de 12

Em 2013, os deputados do PSD Duarte Pacheco e do CDS João Almeida entregaram uma alteração à lei do Orçamento do Estado que propunha um corte de 15% nas subvenções – e suspensão de pagamento a quem tinha mais de 2.000 euros de rendimentos (do agregado familiar e não apenas do titular da subvenção). Passou a ser proibido acumular a subvenção com salários do setor público e foram introduzidos limites na acumulação com os do setor privado. As novas regras entraram, assim, em vigor em 2014.
O contexto era de forte austeridade, ainda com a troika em Portugal. Pelo que a medida foi introduzida com a mensagem de que as medidas restritivas teriam que se impor também aos políticos (além dos cortes nos vencimentos do Estado, que também se lhes aplicaram).
...........................................................................

Quantos ex-titulares de cargos políticos recebem subvenção atualmente?

Pergunta 5 de 12

No final de 2014, havia 341 ex-titulares de cargos políticos a receber subvenções vitalícias. Em 2012, havia 402. Pode ler aqui alguns exemplos como o ex-ministro e ex-deputado do PSD, Ângelo Correia, da ex-deputada do PSD e do PCP, Zita Seabra, do ex-ministro das Obras Públicas, Joaquim Ferreira do Amaral (PSD), do ex-ministro da Administração Interna, Manuel Dias Loureiro (PSD), do ex-ministro da Economia, Álvaro Barreto (PSD), do ex-ministro da Administração Interna, Armando Vara (PS), do ex-governador de Macau, Carlos Melancia, do ex-ministro-adjunto Rui Gomes da Silva (PSD), dos ex-deputados do PCP, Carlos Brito e Margarida Tengarrinha, entre outros.
...................................................................................

Quem paga as subvenções?
Pergunta 6 de 12

A Caixa Geral de Aposentações
.....................................................................................

Quanto é que as subvenções custam ao erário público? 
Pergunta 7 de 12

De acordo com o relatório de contas da Caixa Geral de Aposentações, custaram 735 mil euros em 2014. No ano anterior, antes da introdução da condição de recursos, o gasto foi de cerca de 3 milhões de euros.
.......................................................................................

Como funciona a condição de recursos?
Pergunta 8 de 12

O pagamento das subvenções vitalícias é sujeito ao valor do rendimento mensal médio do beneficiário (e do seu agregado familiar), no ano imediatamente anterior àquele a que respeita a subvenção. Fica suspensa se o rendimento, excluindo a subvenção, for superior a 2.000 euros, fica limitada à diferença entre o valor de referência de 2.000 euros e o rendimento nas restantes situações.

Por causa do limite de 2.000 euros brutos de rendimento do agregado familiar, há ex-deputados, por exemplo, que passaram a receber apenas 200 ou 300 euros, pois o valor da sua subvenção somado com o da mulher/marido ultrapassava o limite introduzido no Orçamento de 2014.

Se, por exemplo, a mulher de um ex-deputado tem uma pensão de 700 euros e o ex-político recebe uma pensão de reforma também de 700, então só pode receber 600 euros de subvenção, ou seja, até chegar ao teto de 2.000 euros.
Se não acredita que existam deputados com pensões tão baixas, vale a pena reter isto: ainda há casos de ex-deputados mais velhos que recebem as pensões mais baixas porque quando começaram a trabalhar o sistema de segurança social ainda não estava montado e que, portanto, dependiam mais da subvenção vitalícia.
............................................................................

O que foi pedido ao Tribunal Constitucional e qual a decisão tomada este mês de janeiro? 
Pergunta 9 de 12

Os deputados requerentes invocaram os princípios constitucionais da proporcionalidade e da proteção da confiança e o princípio da igualdade, bem como os artigos 117.º e 50.º da Constituição da República Portuguesa, o primeiro relativo ao estatuto remuneratório dos titulares de cargos políticos e o segundo dispondo que “ninguém pode ser prejudicado na sua atividade e carreira profissional, ou nos seus direitos sociais” em razão do exercício de cargo político.
O TC entendeu que o corte das subvenções violava o princípio da proteção da confiança – leia-se, os direitos adquiridos. O mesmo argumento que levou ao chumbo de vários diplomas do Governo de Passos na era da troika
.............................................................................

Quem foram os deputados que fizeram o pedido ao TC?

Pergunta 10 de 12

Foram 30 deputados do PS e PSD. Contam-se os nomes dos antigos ministros Maria de Belém Roseira, Alberto Costa e Alberto Martins, a atual ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e o da Cultura, João Soares, além dos deputados Idália Serrão, Jorge Lacão, José Magalhães, Sérgio Sousa Pinto e Vitalino Canas. Do lado social-democrata, encontram-se nomes como Mota Amaral, o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Costa Neves, e os ex-deputados Guilherme Silva, Hugo Velosa e Couto dos Santos.
Os pedidos de fiscalização sucessiva junto do Tribunal Constitucional têm de ser subscritos por um mínimo de 30 deputados – um décimo dos 230 deputados da Assembleia da República.
..............................................................................

É verdade que Passos e Costa tinham um acordo para suspender a condição de recursos?
Pergunta 11 de 12

Sim, é. O PSD e o PS uniram-se em novembro de 2014 para aprovar a recuperação das subvenções para os ex-políticos que têm rendimentos acima de 2.000 euros, proposta pelos deputados Couto dos Santos (PSD) e José Lello (PS). O CDS-PP absteve-se na votação, e o PCP e BE votaram contra na votação em comissão parlamentar
..................................................................................

Mas então por que razão isso não entrou em vigor?

Pergunta 12 de 12

Porque houve um recuo. Dentro do PS e do PSD começaram a levantar-se vozes contra a reposição dos cortes e os líderes partidários, Passos Coelho, António Costa e Paulo Portas, resolveram pôr um ponto final na polémica. O assunto era sensível. O PS, contudo, avisou logo que não ia desistir e que ia suscitar a anulação dos cortes junto do Tribunal Constitucional. O anúncio foi feito em plenário por Isabel Moreira.
............................................................................

in, "jornal on-line "Observador" de 20 de Janeiro de 2016
Nota: os sublinhados são nossos.