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domingo, 31 de julho de 2016

"Não tenho já ilusões".



"Não tenho já ilusões".

Esta foi a frase daquele amigo quando me olhou de frente, sem esconder o desapontamento que se lia no seu olhar de vidro.
E eu, apenas pude ter algumas palavras que no momento me pareceram pertinentes, sem contudo, deixar de pensar no vazio existencial do meu companheiro de jornada.

Depois, fiquei a pensar que não ter a ilusão a comandar o leme do barco da vida é ficar-se desarmado, quando ela tem na sua realidade uma grande dose das nossas próprias ilusões, porque o homem, verdadeiramente, nunca perde parte dos seus sonhos de menino, porque, perdendo-os, o que resta é a aridez para o resto da caminhada.

Daí, que a sabedoria do Mundo diga que o homem é um menino que cresceu.
E como sempre, o Mundo tem razão.
Foi por este motivo que ao ouvir do meu amigo a sua crença em não ter mais ilusões que a minha alma se agitou.

E, por dentro de mim, gastas as palavras para lhe demonstrar o valor da ilusão - ou melhor do sonho - ficou o desejo, que foi a minha ilusão de momento, para que Deus na sua infinita Misericórdia, voltasse a incutir naquele amigo o valor que lhe faltava para viver.

sábado, 30 de julho de 2016

Nasci com viagem marcada...



Por dentro estou sofrendo...



Dá que pensar...

Captado com a devida vénia
in, "Revista Municipal" nº 16 da Câmara Municipal de Lisboa
2º semestre de 1943
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Sempre que passo pelo Largo Quintela e ao ver esta estátua do mestre Teixeira Lopes - vítima de vândalos - surge ao meu pensamento a frase retirada do subtítulo do famoso livro A RELÍQUIA, de Eça de Queirós: Sobre a nudez forte da verdade - o manto diáfano da fantasia, de acordo com a primeira edição de 1887.

Se a frase é um reflexo da trama do romance, ela não deixa de estar presente neste seu axioma, que pela nudez forte da verdade - vendo e reflectindo sobre o tempo presente o que sobra - é o manto diáfano da fantasia - neste caso, política, e que a todo o custo com as inverdades de que dão mostras deseja esconder dos cidadãos a miséria moral em que vive o velho e honrado Portugal, herdeiro de glórias passadas de um tempo que parece, nunca mais voltar.

Eis o axioma de Eça de Queirós:

"Hoje que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso que há-de vir a dissolução. Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixar o campo livre ao novo mundo económico."

Dá que pensar...

sexta-feira, 29 de julho de 2016

As ondas do mar são verdes...



As nódoas vão-se nas águas...



Aos poucos...

in, "Diário de Notícias" de 29 de Julho de 2016
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Aos poucos, António Costa, os seus correligionários e os da extrema-esquerda que aliou para lhe sustentar o governo, começam a perceber a razão pela qual Passos Coelho teve de encurtar os gastos públicos, porque havia uma dívida a pagar advinda dos tempos em que Portugal andou à deriva, gastando sem contenção como costumam fazer os maus chefes de família.

Pena que se tenham extremado tanto as posições políticas, porque na realidade todos nós somos poucos para salvar Portugal!


Os velhos trazem um livro...



É confuso, não é?

http://www.sapo.pt/(de 29 de Julho de 2016)
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E se houvesse um mais respeito pela inteligência dos que não alinham pela cantilena deste senhor, que culpa todos menos o chefe?

É que, a continuarmos assim, Portugal vai ter muita dificuldade em sair da menoridade política, que é um mal endémico que já dura desde a Revolução Liberal de 1820.
  • É demais, não é?
  • Porque é que o chefe nunca tem culpa?
  • Será que os chefes desde o Liberalismo são uns anjinhos que pairam acima de todos os defeitos?
É confuso, não é?

"Onde estavas, Deus"?

http://rr.sapo.pt/(de 29 de Julho de 2016)
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Em 2006, o papa Bento XVI, durante a visita que fez ao antigo campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, ao deparar com o horror das câmaras do extermínio, deixou para o Mundo ouvir esta pergunta angustiante: 

- Onde estavas, Deus?

Por este tempo, em 29 de Julho de 2016, o Papa Francisco, de visita ao mesmo local, no decorrer da Jornada Mundial da Juventude, rezou emocionado e em silêncio ante o mesmo local de horror, durante duas longas horas e, possivelmente, a mesma pergunta do seu antecessor deve ter estado presente naquela oração silenciosa que é um modo muito profundo de falar com Deus.

Depois,  cumprimentou sobreviventes do Holocausto e um grupo de pessoas que ajudaram judeus a fugir do regime nazi, tendo percorrido a pé o monumento internacional às vítimas do campo.

http://rr.sapo.pt
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A visita destes dois Papas àqueles locais da intemperança dos homens pela vida dos seus semelhantes é um motivo de reflexão que permite dizer o seguinte: enquanto Bento XVI conseguiu ter palavras para perguntar - Onde estavas, Deus? - ao Papa Francisco não ocorreram palavras, mas falou o silêncio e se, para o Mundo a pergunta de Bento XVI ficará a marcar indelevelmente, a dor expressa de Deus se ter ausentado dos esbirros nazis que mataram centenas de milhares de semelhantes seus, o silêncio do Papa Francisco se lhe retirou palavras, só ele sabe, aquelas que disse a Deus, que efectivamente, esteve ausente em Auschwitz e Birkenau entre 1940 a 1945.

Entenda-se ausente das mentes nazis, mas sempre presente a olhar a maldade dos homens que se ausentam d'Ele.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A vida é assim... e é assim que tem de ser entendida!


MAR PORTUGUÊS

Praia da Arrifana na costa atlântica de Portugal
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Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa Pessoa,
Mensagem. Poema X Mar Português
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Sempre que leio este emblemático poema de Fernando Pessoa - na sua "MENSAGEM" - o que me acode ao espírito não é a liberdade poética que levou o poeta ao "exagero" de nos dizer que o sal das águas, em parte, deriva das lágrimas choradas pelos que ficaram à beira do Tejo a dizer adeus às naus que partiam para a aventura das Descobertas.

Não. Não é isso.

O que mais me impressiona é a mensagem que é transmitida, quase como uma ordenação, ou seja, todo aquele que quiser ultrapassar a dor, que naquele desiderato nacional estava em dobrar o Bojador - o Cabos das Tormentas - tem de a vencer, na certeza que todos temos, que a vida não é um "mar de rosas"...

E depois, Fernando Pessoa acentua esta coisa simples mas muito bela: é no mar que está o perigo e o abismo do fundo, mas é nele que Deus fez espelhar o Céu, como a dizer-nos que depois de vencermos a dor da vida - e quem há que a não sofra - tem a consolação de ver um novo céu, ou seja, um novo motivo de passar adiante.

A vida é assim... e é assim que ter de ser entendida!

As vozes do mundo... sem razão!

in, Wikipedia


O Velho, o Rapaz e o Burro

O Mundo ralha de tudo,
Tenha ou não tenha razão,
Quero contar uma história
Em prova desta asserção.

Partia um velho campónio
Do seu monte ao povoado,
Levava um neto que tinha
No seu burrinho montado:
Encontra uns homens que dizem:
"Olha aquela que tal é!
Montado o rapaz que é forte,
E o velho trôpego a pé."
"Tapemos a boca ao mundo",
O velho disse: "Rapaz,
Desde do burro, qu'eu monto,
E vem caminhando atrás."

Monta-se, mas dizer ouve:
"Que patetice tão rata!
O tamanhão de burrinho,
E o pobre pequeno à pata."
"Eu me apeio", diz prudente
O velho de boa-fé,
"Vá o burro sem carrego,
E vamos ambos a pé."

Apeiam-se, e outros lhe dizem:
"Toleirões, calcando lama!
De que lhes serve o burrinho?
Dormem com ele na cama?"
"Rapaz", diz o bom do velho,
"Se de irmos a pé murmuram,
Ambos no burro montemos,
A ver se ainda nos censuram".

Montam, mas ouvem de um lado:
"Apeiem-se, almas de breu,
Querem matar o burrinho?
Aposto que não é seu."
"Vamos ao chão", diz o velho,
"Já não sei qu'ei-de fazer!
O mundo está de tal sorte,
Que se não pode entender.
É mau se monto no burro,
Se o rapaz monta, mau é,
Se ambos montamos, é mau,
E é mau se vamos a pé:

De tudo me têm ralhado,
Agora que mais me resta?
Peguemos no burro às costas,
Façamos ainda mais esta."
Pegam no burro: o bom velho
Pelas mãos o ergue do chão,
Pega-lhe o rapaz nas pernas,
E assim caminhando vão.

"Olhem dois loucos varridos!",
Ouvem com grande sussurro,
"Fazendo mundo às avessas,
Tornados burros do burro!"
O velho então para e exclama:
"Do qu'observo me confundo!
Por mais qu'a gente se mate
Nunca tapa a boca ao mundo.

Rapaz, vamos como dantes,
Sirvam-nos estas lições;
É mais que tolo quem dá
Ao mundo satisfações."

 Curvo Semedo
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Eis um poema que eu li na minha juventude e que tanto me ensinou do falatório do Mundo, nunca de acordo com aquilo que se faz, seja ou não bem feito, que a língua do Mundo é muito comprida e o pior é que não olha a ninguém por se olhar a si mesma e à sua razão.

Curvo Semedo, um membro importante da "Nova Arcádia", uma Academia literária do séc. XVIII, deu com esta forma de poesia um retrato fiel do que acontece de escárnio e maldizer, tão em voga no seu tempo, que o nosso ainda não acabou e jamais acabará, pelo que os últimos quatro versos conclusivos do poema são um primor de sabedoria que convém seguir.
in, "Citador"

Como Cervantes e Curvo Semedo, têm razão!

Quanto mais a idade cresce...



Acabou a bizarria...

in, capa do jornal "Expresso" de 23 de Julho de 2016
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Com a decisão de Bruxelas em não sancionar Portugal - não porque tivesse tido medo da ameaça de António Costa - mas por razões mais profundas, como a de chamar à realidade o seu governo, a quem impõe agora a adopção e implementação de medidas de consolidação orçamental de 0,25% do PIB até final de 2016, pelo que acabada a infeliz bizarria de colocar Bruxelas em tribunal - como de o devedor não tivesse obrigações a cumprir - obrigou desde ontem António Costa a olhar para o governou que arranjou e a não ter mais desculpas, pois com o ano de 2015 arrumado, o que conta, agora é o que vem a seguir.

Acabou a bizarria... porque Bruxelas tirou o tapete a António Costa para lhe dar a oportunidade de governar sem se desculpar com Passos Coelho que em 4 anos retirou Portugal, quanto pode, do atoleiro em que o encontrou em 2011, mesmo com erros cometidos, o que só acontece a quem trabalha, no caso, governando.

Acima de tudo, a verdade.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Com a boca da inverdade política...


Agora que Portugal não vai ser sancionado por Bruxelas, se nos lembrarmos do que diziam antes desta decisão, o PS, mais O BE e o PCP+PEV, que Portugal não merecia o pagamento de uma multa pelo não cumprimento do défice de 2015, estes partidos o que faziam era dizer com a boca da inverdade política que Portugal não merecia ser castigado... porque o governo de Passos Coelho governou bem, embora com o sacrifícios de uma parte importante da sociedade portuguesa.

Isto é que é a verdade!
O resto... era "só fumaça"...

"Pontos nos i,i,i"...

Sob este escudo todos devemos ser um só.
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Sobre a não atribuição de sanções a Portugal pelo náo cumprimento do défice em 2015, o Presidente da República numa curta intervenção disse tudo o que interessava ao interesse nacional e à concórdia que tem de haver, felicitando o governo actual, mas sem esquecer o esforço feito pelo governo de 2011 a 2015.

Por isso, o PS e os partidos postados à sua esquerda deixem de andar à procura de "bodes expiatórios" - que tem sido uma vergonha o modo dos seus falatórios - e verguem-se à razão, pois, se Portugal não é penalizado deve-se ao que foi feito entre 2011 a 2015 e ponto final.

Por isso, que o actual chefe do governo, a partir das palavras do Presidente da República, passe a olhar em frente, que é o que lhe compete fazer e ponha - como prometeu - a economia a crescer.

Estão postos - e bem - os "pontos nos i, i, i..."
Deixem de fazer baixa política e ergam com compostura a discussão institucional e isto vale para o que governam e para quem está na oposição.

Portugal está primeiro.
Isto não é um "slogan"  - é uma linha de rumo.

Sanção "zero"...


Afinal, Portugal, que teve no governo de Passos Coelho uma missão quase impossível, dada a herança pesada que recebeu dos 10% de défice, pelos esforços do povo português sob a orientação do então Primeiro-Ministro - viu, hoje, reconhecido pelas instâncias europeias o acerto económico como ele dirigiu Portugal entre 2011 e 2015, quase na totalidade deste último ano, e em virtude deste acerto governamental o colégio dos comissários europeus decidiu não aplicar uma multa a Portugal pelo incumprimento em dois pontos de Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Diabolizado pela esquerda radical e pelo Partido Socialista que desde 2011 nunca ajudou Portugal - tendo desistido de colaborar no essencial com o governo de Passos Coelho - o que temos hoje é uma vitória para o esforço dos portugueses que em quatro anos conseguiram erguer um País falido para um trajectória de Pais sustentável, pelo que o que ressalta da - sanção "zero" - é uma tremenda derrota para o Partido Socialista e para todos os que à sua esquerda tudo fizeram para derrotar Passos Coelho, que quer se queira quer não, foi o governante ideal para aquele período angustiante por que Portugal teve de passar.

Esta é a verdade.

Mas agora que na altura devida, António Costa se recusou a coligar-se com Passos Coelho - porque a todo o custo quis ser Primeiro-Ministro e por isso arranjou uma forma de governo contra natura - o que se deseja para bem dos portugueses - que é o que conta - que ele consiga manter Portugal à tona de água e por isso, de uma vez para sempre, esqueça o passado e olhe para o presente, até porque Portugal tem de esperar pela decisão final do "Conselho para as questões Económicas e Financeiras" ECOFIN, que naturalmente, vai confirmar a decisão do colégio dos Comissários europeus.

Mas há ilações a tirar.
A decisão do colégio dos comissários europeus tirou o tapete a António Costa, e uma outra ilação deve ser retirada: o Governo de Passos Coelho - se a política portuguesa não fosse um jogo de sombras, mas de mais verdade - merecia mais respeito e não o "achincalho" que tem sofrido.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Perguntar, não ofende...

in, Jornal "Económico" de 26 de Julho de 2016
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Segundo a notícia a Comissão Europeia através do respectivo "colégio de comissários" que se vai reunir amanhã, vai propor uma multa a Portugal que poderá mediar entre 0,01 e 0,05% do PIB.

Penso que é só uma "medoca"... uma chamada de atenção, não aos nossos políticos - mas ao povo que escolhe - no sentido de ser mais responsável e olhar com atenção para o sentido do seu voto quando é chamado a escolher, porquanto, o que temos feito são más escolhas...

E se for a sério... se houver multas?
António Costa vai por em tribunal a Comissão Europeia, que não tem culpa das nossas más políticas económicas... ou a ameaça foi só para consumo interno?

Penso - e se penso mal que António Costa me desculpe - que a ameaça serviu para o "teatro" político, ou melhor dizendo, para consumo interno.

"Amai a Família".

Amai a Família. É nela
Que está a raiz e pendão;
- Qual serás para a Família
Qual serás para a Nação.

António Corrêa  de Oliveira
in, Antologia II Pátria) 
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É sabido.

António Corrêa de Oliveira foi um Poeta acarinhado no tempo da ditadura pelos seus próceres, e por isso é um literato esquecido e mal amado, mas há dias, dei com um dos seus livros de poesia de onde captei a quadra que vai acima transcrita por me parecer correcta e de grande sentido humano.

Fiquei a pensar na verdade que ela encerra, olhando os tempos que correm onde a Família - célula fundamental de qualquer sociedade - está a sofrer entre nós os maus tratos que se esperavam desde que se viu a deriva de um modernismo balofo, que a vê, mais como empecilho social do que um valor inestimável que ela representa, quando se define em obediência à ordem natural das criaturas.

Uma Família, o que é?
Um contrato monogâmico que ao formar o centro da vida a dois - homem e mulher - estabelece:
  • Uma união moral que se funda na fusão de interesses das sua vidas em ordem ao estabelecimento de uma pequena célula social, responsável a autónoma.
  • Uma união que deve ser vivida em pé de igualdade e de respeito do homem pela mulher, sendo o inverso, a mesma verdade de uma igualdade de um só sentido.
  • Uma unidade familiar, que permite a sólida educação dos filhos pelo pai e mãe juntos.
Isto é uma Família e não os arremedos de famílias que modernamente têm aparecido na sociedade, pelo que, a quadra de António Correia de Oliveira nos quatro versos descreve em linhas morais e cívicas o sentido da Família,em que seja o homem ou a mulher, o que cabe a cada um de deveres a respeitar dentro dessa célula, assim, do mesmo modo, cabe a cada membro, comportar-se perante a Nação.

domingo, 24 de julho de 2016

Este nosso Mundo...

in, Google Earth
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Este nosso Mundo... visto por pensadores ilustres que se debruçaram sobre a sua complexidade e que no tempo actual, faz que muitos dos seus brilhantes pensamentos pareçam ter sido escritos no dia de ontem.


O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.
(Einstein, Albert)

Compreendemos mal o mundo e depois dizemos que ele nos decepciona.
(Tagore, Rabindeanath)

Torturamos os nossos irmãos homens com o ódio, o rancor, a mal­dade e depois dizemos «o mundo é mau».
(Fernando Pessoa)

O mundo é uma realidade universal, desarticulada em biliões de realidades individuais.
(Miguel Torga)
Diário (1938)

Deixe quem desejaria mudar o mundo mudar-se primeiro a si mesmo.
(Sócrates)

O mundo está em má situação: os selvagens devoram-se uns aos outros, os civilizados enganam-se reciprocamente, e tudo isso é nomeado o curso do mundo.
(Schopenhauer, Arthur)
In, Aforismos sobre a Sabedoria da Vida

O mundo pode ser um palco. Mas o elenco é um horror.
(Wilde, Óscar)

Este mundo aterrador não é desprovido de encantos, das manhãs que fazem com que o acordar valha a pena.
(Szymborska, Wislawa)

Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam.
(Lispector, Clarise)
In, Jornal do Brasil (1967)

Se o mundo não conhece um longo período de idealismo, de espiritualismo, de virtudes cívicas e morais, não me parece que seja possível ultrapassar as dificuldades do nosso tempo.
(António de Oliveira Salazar)
In, Como se Levanta um Estado

Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter, uns para os outros, uma amabilidade de viagem.
(Fernando Pessoa)
Livro do Desassossego

O mundo será julgado pelas crianças. O espírito da infância julgará o mundo.
(Bernanos, Georges)
in, Grandes Cemitérios ao Luar

Vivermos no mundo sem tomarmos consciência do significado do mundo é como vaguear numa grande biblioteca sem tocar nos livros.
(Brown, Dan)
in, O Símbolo Perdido

Foi Deus que criou o mundo, mas parece ser o diabo que o mantém.
(Bernard, Tristan)

O nosso mundo é um pano de cena atrás do qual se escondem os segredos mais profundos.
(Rilke, Rainer)

Assim como a águia foi morta como uma seta feita a partir das suas próprias penas, também a mão do mundo é ferida pela sua própria capacidade.
(Keller, Helen)

Estamos no apogeu da indústria do lazer, mas nunca houve uma geração tão triste e depressiva como a nossa. Estamos na era do conhecimento, da democratização da informação, mas nunca produzimos tantos repetidores de informações, em vez de pensadores.
(Cury, Augusto)

É o amor, ou a falta dele, que rege o mundo. Nada de bom acontece na sua ausência e todos os passos que possam ser dados sem o seu cunho serão passos em falso.
(Santos, Gustavo)

Seria melhor se este obscuro capítulo da história do mundo fosse encerrada de uma vez, e que estas pessoas horríveis desaparecessem da face da terra e que nós jurássemos fazer um novo começo, criando um império onde não haveria mais injustiça nem dor.
(Coetzee, J.M.)

O mundo exige mais do que a média, para dar em troca menos do que é justo.
(Agustna Bessa-Luis)

Transformar o mundo não posso mas talvez possa transformar o mundo à minha volta.
(Brito, Casimiro)
in, Arte da Respiração

O mundo pertence aos que querem possuí-lo, e é desprezado por aqueles que o deveriam possuir.
(Eschenbach, Marie)
in, Aforismos
Fonte; "Citador"


Por fim, dei comigo a pensar no pensamento que nos deixou o ditador António de Oliveira Salazar e a fazer a mim mesmo a pergunta que se impõe a quem, como eu, abjurou o modo como ele governou Portugal e a sentir que estou de acordo com aquilo que ele disse: Se o mundo não conhece um longo período de idealismo, de espiritualismo, de virtudes cívicas e morais, não me parece que seja possível ultrapassar as dificuldades do nosso tempo. 

Porque motivo, hei-de agora, nesta idade, estar de acordo com ele?
Mas estou. Essa é a realidade. Tenho de o admitir. É que, se o mundo não se regenera, vai ser muito difícil vencer as dificuldades do nosso tempo.

Não gosto...

http://observador.pt/(de 24 de Julho de 2016)
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Não estou de acordo com o Senhor Presidente da República.

Começo a estar farto de o ouvir falar publicamente como se fosse um membro do executivo, quando é a este que compete dizer a Bruxelas - o que diz, como sabemos - e, por isso, as palavras de PR estão a mais, porque ele é o supremo magistrado da Nação e não pode estar em desacordo com regras que o Estado português sublinhou.

Por favor, atente nisto: o árbitro tem de se resguardar das tropelias dos jogadores que infringiram as leis, porque lhe cabe a ele, em último lugar, decidir... por ser o dono do apito.

sábado, 23 de julho de 2016

Quando me despedi de ti...



Vamos falar de paz!



Na Carta Encíclica "Ecclesiam Suam" que foi conhecida enquanto decorria o Concílio Vaticano II (1962.65), o Papa Paulo VI disserta sobre o mandato da Igreja no Mundo contemporâneo à data da sua publicação, 6 de Agosto de 1964, fazendo desta "Carta" que dirige, também, a "todos os homens de boa vontade" um dos dez documentos sociais mais importantes desde a "Rerum Novarum", tendo-se em conta o tempo que mediou desde então até aos nossos dias.

No nº 6 desta Carta, dedicado ao "Zelo assíduo e ilimitado pela paz" estas são as palavras "ipsis-verbis" que, tendo em conta o mundo actual, cheio de perigos e ataques sangrentos contra a paz do mundo, deveriam merecer toda a atenção do homem, religioso ou não.
À grande e universal questão da paz no mundo, digamo-lo desde já, sentir-nos-erros particularmente obrigado a dirigir não só a nossa atenção vigilante e cordial, mas também o interesse mais assíduo e eficaz. Limita-se, é certo, ao âmbito do nosso ministério e está por isso alheio a qualquer interesse puramente temporal e não opta por formas propriamente políticas. Desejamos, sim, contribuir para inculcar à humanidade sentimentos e atitudes que se oponham, por um lado, a quaisquer conflitos violentos e mortíferos, mas que, por outro, favoreçam todos os ajustes corteses, razoáveis e pacíficos das relações entre os povos. E teremos igualmente cuidado de ajudar a convivência harmónica e a colaboração frutuosa entre as nações, proclamando princípios humanos superiores, que possam ajudar a moderar egoísmos e paixões, que originam os conflitos bélicos. Procuraremos também intervir, quando se nos ofereça oportunidade, para ajudar as partes contendentes a chegarem a soluções honrosas e fraternas. Não nos esquecemos de que este serviço benévolo é um dever que a maturação, não só das doutrinas mas também das instituições internacionais, torna hoje mais necessário na consciência da nossa missão cristã no mundo, cujo objecto inclui tornar os homens irmãos, porque é reino de justiça e de paz o inaugurado pela vinda de Cristo ao mundo.
O estilo epistolar da "Ecclesiam Suam" torna-se mais evidente nos pequenos e numerosos apartes que o Papa Paulo VI dirigiu aos bispos reunidos em Concílio, em “tom de conselho, de advertência ou de encorajamento”, sem se lhes querer sobrepor, mas é, também, um encorajamento ao mundo dos leigos, sobretudo, aos responsáveis pela condução dos povos, tendo deixado a  impressão dominante que a leitura do texto deixa ao leitor é que se trata de uma «carta magna» da acção pastoral da Igreja. 

O pequeno excerto que se publica é, todo ele, um modo de quem quis chegar à sociedade no seu todo orgânico, constituindo assim - olhando o tempo que passa a intemporalidade das palavras quando elas são ditadas por mentes atentas que sabem olhar o Mundo.

Podem os ateus, agnósticos ou até os católicos menos atentos dizer que são palavras "bonitas" ou "bem elaboradas", quando, na essência o que traduz a "Ecclesiam Suam" é a sabedoria do Papa Paulo VI, que foi, um dos homens mais conspícuos de todo o século XX e que sentado na "Cátedra de Pedro" não limitou o seu olhar ao pequeno mundo físico do Vaticano, mas teve a "arte e o engenho" de o dilatar sobre todo o Mundo do seu tempo.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Gosto do preto no branco...



Sabedoria do Mundo - AMIGO


AMIGO

Amigo é aquele que estende as mãos, sem que tu precises.
É aquele que em dias de chuva sai com um guarda-chuva grande que possa proteger os dois.
É aquele que conta moeda por moeda para pagar um delicioso sorvete.
É aquele que se transforma em palhaço para nos fazer sorrir.
É aquele que divide a sobremesa.
É aquele que em quase em todos os planos te quer colocar acima.
É aquele que sempre tem um bom programa no fim de semana e não se esquece de te convidar.
É aquele que fala todos os dias, e em apenas algumas horas quer saber se tem novidades...
É aquele que pergunta sempre se és feliz.

Amigo Verdadeiro é muito raro…
É como ter dois anjos da guarda:
Um enviado dos céus, e um enviado da vida,
Ambos criados por Deus!

Autor Desconhecido
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De acordo com aquilo que expressa o "Autor Desconhecido" ter um Amigo - aquele que é capaz de se transformar em palhaço para nos fazer rir quando estamos tristes - assemelha-se a ter dois anjos da guarda, espíritos puros de acordo com a eclesiologia, e como tal, como eles assim se pode considerar a Amigo que  se sente e vê na atenção que dá ao outro, e que em qualquer dos planos tem a sabedoria de o colocar acima,  dando-lhe a primazia não se esquece de ouvir as suas novidades - tristes ou alegres - para a partir delas ser o anjo da guarda que tem a gentileza de proporcionar - para um fim de semana - um bom programa de lazer, porque se sente um enviado do céu e um enviado da vida.