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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Um árbitro que joga ao ataque...

http://rr-sapo.pt - 15 de Fevereiro de 2017
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O árbitro que deve ser o Presidente da Assembleia da República e segunda figura do Estado - uma vez que por sua iniciativa não o faz, devia ser colocado em off-site -. para perceber que o lugar que ocupa lhe retira o direito de usar a camisola do partido, neste caso a do Partido Socialista e não se intrometer em assuntos do foro partidário.

Já todos percebemos que Mário Centeno - naturalmente com o aval de António Costa - está metido na embrulhada dos SMS e e-mail´s trocados com António Domingues sobre o facto de lhe ter sido garantida a primazia especial de aceitar o cargo de gestor público no topo da pirâmide na Caixa Geral de Depósitos, como se se tratasse de uma entidade privada.

Por a acusação de Ferro Rodrigues ao PSD e o CDS de prestarem "um mau serviço" não se coadunar com as funções que ocupa, porque querer saber a verdade é um dever democrático, advém, que concluamos que quem prestou o tal "mau serviço" com aquela asserção foi Ferro Rodrigues.
O tempo de hoje não se parece - ou melhor, não se devia parecer - com o tempo do MES que Deus lá tem para honra e proveito do povo, que ainda não encontrou o meio de ser totalmente livre, porque de vez em quando aparecem estes árbitros que não se privam de jogar ao ataque em defesa da sua camisola partidária.

A verdade, doa a quem doer, não pode ser escondida!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Eu não sabia!

Eu não sabia que a documentação trocada entre o Ministro das Finanças, Mário Centeno a António Domingues, no tempo em que entre os dois se trocou correspondência para acertar que aquele gestor aceitasse o lugar cimeiro da Administração da Caixa Gera de Depósitos (CGD), estivesse ao abrigo do foro privado.

E não pensava assim, poquanto ela foi um acto de cariz público, tratando-se de nomear um gestor de um Banco público - e não privado - pelo que a correspondência ganha um sentido público em detrimento do privado...

Mas, pelos vistos não é assim.

Cavalgando um artigo constitucional com um "cavalo de Tróia" que salta por cima de todas as ondas, a esquerda radical - onde se meteu o Partido Socialista - parece, querer cavalgar tudo, para nos dizer que afinal não é assim.
Eu não sabia que um acto público pode passar a ser privado...
Eu não sabia o que esta esquerda que me quer ensinar... mas sei que não quero aprender o que diz a cartilha deles! 

Sou teimoso ou foi esta esquerda - que antes se batia pela clareza dos negócios públicos - é que me fez teimoso em não querer seguir aquilo que ela me quer ensinar?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Marcha à ré, pede-se ao Ministério da Educação...


Há dois tipos de analfabetismo:

  • Aquele que não sabe ler e arca com esta disfuncionalidade que lhe pode ser cometida por culpa própria pelo meio que não o ajudou a crescer intelectualmente ou pela sociedade que lhe faltou com com os bens primários da educação escolar.
  • Aquele que ostenta um analfabetismo funcional que atinge a incapacidade que algumas pessoas têm de entender compreensivelmente o texto que acabaram de ler, ou seja, quando, mesmo que as pessoas saibam ler e escrever, apresentam incapacidade para interpretar o texto que lhes foi dado para ser interpretado. 

Tudo isto vem a propósito sobre uma revisão do cornículo lectivo do ensino básico a que o Ministério de Educação quer promover em dois campos: 

O primeiro por reintroduzir  a  Educação Cívica - desde que o que se vai ministrar atenda aos deveres do cidadão ante a sociedade de faz parte e tem o dever de a elevar pela cumprimento da ética (que forma o carácter) e pela respeito pela moral (que forma o dever de agir dentro das normas e atitudes).

O segundo - que de modo algum deve ter uma diminuição da carga horária das disciplinas fundamentais da  Educação escolar como são o Português e a Matemática - porquanto, relativamente ao Português, tirar horas curriculares do ensino é um atentado inqualificável que de modo algum deve merecer que venha a suceder e quanto à Matemática, reduzir em temo o seu ensino é matar o cérebro para a ciência exacta que ela é, e onde se vem mover os indivíduos.

Haja atenção.

Chegam alunos ao ensino superior que não sabem como resolver os problemas da Matemática porque não sabem ler os enunciados dos teoremas a que são chamados a responde, pelo que reduzir o Português é não cuidar desta verdade, razão suficiente que devia levar O Ministério da Educação a fazer marcha à ré...

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Pelo respeito pelos eleitores saúdo o livro "Quinta-Feira e Outros Dias"!

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"Marcelo diz que não tenciona escrever as memórias da sua Presidência"

Uma afirmação destas dias depois de Cavaco Silva ter publicado um livro das suas memórias do tempo em que exerceu as funções de Presidente da República, pode ser inócua, mas deixa-me a pensar - até porque Marcelo Rebelo de Sousa - não diz que nunca fará o mesmo, mas que não tenciona escrever as memórias da sua Presidência.

Mas como atrás do tempo, temo vem, penso que o Presidente da República pode mudar de atitude, porquanto a história contada pela primeira pessoa - aquela que a viveu - tem mais liquidez literária, pelo que - na minha opinião - o que Cavaco Silva fez com a publicação do seu livro "Quinta Feira e Outros Dias" foi prestar de contas, em primeiro lugar,  àqueles que o elegeram para o cargo público que desempenhou.

 Foi uma acção respeitosa.

Entendo, por isso, que Marcelo Rebelo de Sousa, se mudar de opinião daria um contributo valioso para  fazer entender àqueles que o elegeram  e a todos os portugueses os dias vividos em honra do cargo, que é público - e é o mais alto que se exerce a nível político - pelo que dar conta do que se fez e correr o risco do contraditório, porque nunca agradamos a todos, é um acto nobre de quem não tem medo de, em consciência relatar o facto de tudo ter feito em defesa do interesse de Portugal.

E, porque é gratificante o respeito que se deve ter por aqueles que o elegeram fico a pedir que Marcelo Rebelo de Sousa mude de opinião, chamando à colação Churchill que nas páginas de "Memórias da Segunda Guerra Mundial" um tempo em que liderou a resistência entre 1940 e 1945, apoiando-se na sua vida pública colocou no papel a sua perspectiva histórica, como testemunho de alguém que viveu de perto os acontecimentos e foi responsável por decisões que afectaram o curso das coisas.

É por pensar que qualquer homem público relevante, seja entre nós ou como aconteceu com o Primeiro Ministro inglês, tem quase como dever deixar a sua impressão do que viveu, sentiu ou afectou o curso das coisas públicas.


Eis, porque, tomo como exemplar o livro de Cavaco Silva - que já fez o mesmo - quando foi Primeiro-Ministro.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Que pena, João Galamba!

https://eco.pt
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Que pena João Galamba!

Que pena que sendo este deputado um jovem já tenha aprendida na "escola da dissimulação" política, vindo agora dar outra leitura  da afirmação que fez - e todo nós percebemos ser um ataque ao Presidente da Republica - no programa "Sem Moderação" do canal "Q": "Tudo aquilo de que é acusado Mário Centeno pode Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República português, ser, ipsis verbis, acusado exactamente da mesma coisa”

Com efeito o nome do Programa "Sem Moderação" coincide com a falta verbal deste palavroso deputado "sem moderação"...

Referindo-se ao comunicado do Presidente da República, ainda disse: “O que ele tentou fazer, na segunda-feira, político hábil como é, foi tentar demarcar-se disto e tentar desresponsabilizar-se de algo que também é responsabilidade sua.” 

Vir agora dizer que estas palavras não implicavam em desabono da actuação do Chefe de Estado, prova de como se faz a política - sem políticos - no Portugal democrático em que tudo vale, incluindo o querer chamar de tolos aqueles que ouviram dizer o que ele disse, quando a verdade é outra.

João Galamba - como diz o povo "levou nas orelhas" - e foi obrigado a inventar uma desculpa esfarrapada para limpar a imagem que deixou... quando se sabe que ele é um político truculento, azedo e um mau medidor das palavras.

Que pena, João Galamba!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

"Uma Consulta" . Um poema de Júlio Dinis


UMA CONSULTA

— Dá licença? — Entre quem é.
— Muitos bons dias. — Olé,
Por aqui, minha senhora?
Desculpe vossa excelência
Se a não conhecia agora.
— Sem mais... À sua ciência
Recorrer venho.—Deveras?
(Senhor me dê paciência!
Nunca tu cá me vieras).
Então que temos ? — Padeço.
— Sim? porém de que doença?
— Essa é boa! acaso pensa
Que eu porventura a conheço?
— Ah! não conhece ? — Quem dera!
Então não o consultava.
— (E eu que muito estimava).
Mas diga, então? — Eu lhe conto...
Oiça bem. Não perca um ponto.
— Nem um ponto hei-de perder.
— Ai, doutor, doutor, meu peito...
— É do peito que padece?
Quem havia de o dizer!
— E Jesus, doutor, parece
Que me quer interromper?!
Não era a isso sujeito.
— Nem o tornarei a ser...
Vamos lá. —Ora eu começo...
Atenção é o que lhe peço; 
Diga-me: que lhe pareço ?
Não me acha muito abatida?
— Assim, assim; mas às vezes
A vista pode enganar.
— Não, não. Pode acreditar
Que há já um bom par de meses
É um tormento esta vida.
— Então que é o que sente ?
— O que sinto? Ora eu lhe digo:
O doutor é meu amigo?
— Oh ! senhora... — E é prudente ?
Oiça, pois: Eu dantes era
Fera e rija, que era um gosto!
Ou em Dezembro ou Agosto
Correr o mundo pudera,
Sem no fim me achar cansada.
— E hoje? — Não lhe digo nada,
Nem comigo posso já.
— Mau é! — Quer saber, doutor ?
Só para vir até cá,
Que tormentos não passei!
— Diga-me, se faz favor.
Que idade tem? — Eu nem sei...
Eu sou mais nova três anos
Que o reitor da freguesia.
— (É grande consolação!)
— Tenho ainda outros dois manos
Que mais velhos do que eu são,
Porém, como eu lhe dizia,
Doutor...—Que mais sente então?
— A vista sinto estragada,
Até já me custa a ler,
De mais a mais sou nervosa.
Isso não lhe digo nada!
Olhe, estou sempre a tremer.
— Faço ideia. — Andava ansiosa
Por consultar o doutor;
Eu tenho em si muita fé.
— Lisonjeia-me. — Outra queixa...
Que eu sofro também... Qual é?
— É dum forte mal de dentes.
Todos me caem. — Bem, bem.
— E os que restam, mal assentes,
Qualquer dia vão também.
— É provável. — Ai, doutor!
Que cruel enfermidade !
Não acha? — Acho e o pior...
— Há-de curar-me, não há-de?
— E então não sente mais nada ?
— Nada... ai, sim, tem-me parecido,
Porém, talvez me iludisse...
•— Diga. — A semana passada,
Como ao espelho me visse...
Pareceu-me ter percebido...
— O quê ? — Que a pele não era
Como dantes, tão macia.
—• E então ? — Quem visse dissera
Que eram rugas. — (Eu dizia)
E é isso o que padece?
— Ainda pouco lhe parece,
Doutor? — Por certo que não.
— Então que doença tenho?
— Em sabê-lo muito empenho
Sempre tem ? — Eu ? Pois então ?
Para isso o procurei.
— Bem, então sempre lho digo
Mas julgo não ficarei
Por isto, seu inimigo.
— O meu doutor! — O seu mal
É, senhora, de algum perigo.
— Ai Jesus! — E muita gente
Dele morre. —Oh santo Deus!
Por quem é não diga tal!
E... morre-se de repente?
— Conforme. — Pecados meus?
E então é isso o que pensa!
Porém ainda me não disse
O nome dessa doença
E eu sempre o quero saber...
— O nome?—Sim.—É. . velhice!
— E o remédio? — Morrer.

Janeiro de 1860,
in. Poesias
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De formação académica, Júlio Dinis foi médico.

De formação literária viveu entre o romantismo surgido em Portugal por Almeida Garrett em 1825 e o realismo surgido no século XIX - no tempo curto da sua vida - tendo dado às suas obras em prosa e em verso, estas duas tendências estéticas, como acontece no realismo desta invulgar CONSULTA que só existiu na sua mente, porque a fina sensibilidade da sua alma jamais consentiria o desfecho radical como ele o apresenta à sua inventada paciente.

Mas vale a pena ler sobre a riqueza do diálogo em que o médico nunca deixou de o ser - mesmo quando diz, vendo a paciente: Nunca tu cá me vierase, do mesmo modo, a paciente idosa e queixosa, sem se lembrar do peso dos anos, pelo que este poema realista na forma e no conteúdo é, possivelmente, único em toda a Poesia Portuguesa.

Ensinar os ignorantes é uma Obra de Misericórdia!


As Obras de Misericórdia dividem-se em 2 grupos.
Sete corporais e sete espirituais.
Ensinar os ignorantes é a 2ª das sete Obras de Misericórdia Espirituais e é isso que pretendo fazer relativamente ao seguinte assunto:

Logo após a demissão de José Matos Correia da Comissão de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, Carlos César, o chefe da bancada do Partido Socialista na Assembleia da República - veio dizer, entre outras estas asserções:

http://www.sabado.pt/
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Do corpo da notícia lêem-se estas duas "alfinetadas":

  • Matos Correia enganou-se na Comissão.
  • Que o assunto a discutir na Comissão de Inquérito tinha como objecto a "indagação das situações que levaram à necessidade de recapitalização da CGD e aos actos praticados nesse sentido, até ao ano de 2015" (...)

Há aqui uma falha muito grave e que Carlos César, pelo vistos não conhece ao dizer o que disse, razão porque "ensinar os ignorantes" recai por inteiro na 2ª das sete Obras de Misericórdia Espirituais e é o que me apraz fazer, tendo em conta um documento emanado da Assembleia da República de que faz parte - e num lugar de relevo - o parlamentar açoriano e que passo, com a devida vénia a reproduzir:

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Resolução da Assembleia da República n.º 122/2016
Diário da República n.º 125/2016, Série I de 2016-07-01
  • SUMÁRIO
Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à gestão do banco
  • TEXTO
Resolução da Assembleia da República n.º 122/2016
Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à gestão do banco
A Assembleia da República, nos termos do n.º 4 do artigo 178.º da Constituição e da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º da Lei n.º 5/93, de 1 de março, alterada pela Lei n.º 126/97, de 10 de dezembro, e alterada e republicada pela Lei n.º 15/2007, de 3 de abril, constitui uma comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à gestão do banco, que deve funcionar pelo prazo mais curto que permita cumprir os seus objetivos, não ultrapassando os 120 dias, com o seguinte objeto:

a) Avaliar os factos que fundamentam a necessidade de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, incluindo as efetivas necessidades de capital e de injeção de fundos públicos e as medidas de reestruturação do banco;

b) Apurar as práticas de gestão da Caixa Geral de Depósitos no domínio da concessão e gestão de crédito desde o ano de 2000 pelo banco em Portugal e respetivas sucursais no estrangeiro, escrutinando em particular as posições de crédito de maior valor e/ou que apresentem maiores montantes em incumprimento ou reestruturados, incluindo o respetivo processo de aprovação e tratamento das eventuais garantias, incumprimentos e reestruturações;

c) Apreciar a atuação dos órgãos societários da Caixa Geral de Depósitos, incluindo os de administração, de fiscalização e de auditoria, dos auditores externos, dos Governos, bem como dos supervisores financeiros, tendo em conta as específicas atribuições e competências de cada um dos intervenientes, no que respeita à defesa do interesse dos contribuintes, da estabilidade do sistema financeiro e dos interesses dos depositantes, demais credores e trabalhadores da instituição e à gestão sã e prudente das instituições financeiras e outros interesses relevantes que tenham dever de salvaguardar.

Palácio de S. Bento, em 27 de junho de 2016.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

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Leio a alínea "b" e o que lá diz, é assim: Apurar as práticas de gestão da Caixa Geral de Depósitos no domínio da concessão e gestão de crédito desde o ano 2000 pelo banco em Portugal (...) ou seja, Carlos César que devia conhecer esta "Resolução da Assembleia da República nº 122/2016", que faz parte da "Série I de 2016-07-01 a páginas 2035-2035 e com publicação nesse mesmo dia, no momento em que veio criticar a demissão de José Matos Correia, distraiu-se ao afirmar que a Comissão de Inquérito parlamentar - que ele aprovou - tinha como meta temporal o ano de 2015... quando no documento o que é dito é que os senhores deputados - os proponentes e os outros - tinham como missão indagar o seguinte:

O que se passou na Caixa Geral de Depósitos desde o ano 2000, logo sem fixar uma data de fim.

Onde é que Carlos César foi descobrir o ano de 2015?

Foi por este motivo, que ao ver boicotados os trabalhos pelo Partido Socialista e pelos outros partidos que o apoiam no governo - um despautério só entendível à luz das sombras onde havia de se fazer luz - que José Matos Coreia "bateu com a porta" e se demitiu, algo que no meu entender não deixo de aplaudir, provando-se assim, que é possível nascer uma flor em cima de uma qualquer água...

Carlos César ao dizer que Matos Correia enganou-se na Comissão, pelo exposto, que me parece correcto, leva-me a concluir que ele sim, é que estava enganado ao dizer o que disse... pelo que "ensinar os ignorantes" é, efectivamente, um acto de misericórdia e que eu aprendi há já umas largas dezenas de anos, mas que não esqueci.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A morte não é nada!



A MORTE NÃO É NADA!

A morte não é nada.
Apenas passei ao outro lado do mundo.
Eu sou eu. Tu és tu.

O que fomos um para o outro, ainda o somos.
Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom a um modo triste ou solene.

Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.

Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.              
Que o meu nome se pronuncie em casa
como sempre se pronunciou,
sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.

A vida continua significando o que significou:
continua sendo o que era.
O cordão de união não se quebrou.
Por que eu estaria fora dos teus pensamentos,
apenas porque estou fora da tua vista?

Não estou longe, somente estou do outro lado do caminho.


Santo Agostinho
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Deixemos que as palavras de Santo Agostinho sobre a morte física dos nossos corpos perecíveis penetrem no mais fundo de cada um de nós e que continuemos rindo com aquilo
que nos fazia rir juntos, lembrando as anedotas que contávamos ou uma das quaisquer alegrias vividas em momentos felizes.

Deixemos, assim, que o sentimento de ninguém estar longe... mas, apenas, do outro lado do caminho seja uma verdade a ser vivida, porque a morte é isso que dá a quem parte: ficar a aguardar o que ficou, no outro lado do caminho...

Se pudéssemos...



Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes. Muitas flores são colhidas cedo demais. 

Algumas, mesmo ainda sem botão. 

Há sementes que nunca brotaram e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que pétala por pétala, tranquilas, vividas, se entregam ao vento. Mas a gente não sabe adivinhar por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas que foram plantadas ao nosso redor. Por isso não devemos nos descuidar de nós e nem dos outros. E o tempo passa... 

Mas ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. 

Ainda é tempo de voltar a Deus e agradecer pela vida física, que embora passageira, se perpetua em nós espiritualmente.

Autor desconhecido
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Fixei algumas frases desta reflexão de "Autor desconhecido" e uma delas ficou a martelar dentro de mim e me levou a relê-la várias vezes:

Mas ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. 

Assim é, efectivamente. Em qualquer tempo ou lugar é sempre asado o tempo de nos debruçarmos sobre o que de bom existe e que nem sempre vemos, mas está perto de nós e deixamos de ver pela cegueira em que, tantas vezes, a frivolidade que usamos para medir o que se passa à nossa volta engrandece o que não tem valor humano, social ou meramente, é um adorno da vida, para por em relevo aquilo que o não merece, pelo que é preciso apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor, porque são elas que nos ajudam a ser inteiros perante a vida que passa.

E é isso que devemos procurar, não esquecendo que o devemos fazer com Deus no pensamento que tudo criou, inteiro - pessoas ou coisas - e às vezes nós estilhaçamos sem honra e sem proveito.

Apalpei do lado esquerdo...


Será que agora se legisla consoante a "cara do freguês"?


Neste momento há um trio de fragilizados na vida política portuguesa.

  • O Presidente da República pela cobertura que deu ao governo e de que é emblemática a cena do chapéu de chuva com António Costa, em Paris, e as palavras que disse: Estão a ver o que é a colaboração entre os dois poderes? Vejam bem: quem tem o guarda chuva é um PM de esquerda, e quem é apoiado é um PR que vem da direita. Acresce a tudo isto o facto de não ter tido força suficiente para levar António Costa a desistir de ver promulgado o diploma que alterava o Estatuto do Gestor Público, ainda que o tivesse feito com avisos…
  • O Primeiro - Ministro que com a sua equipa ministerial apoiou o diploma de Mário Centeno de alteração ao Estatuto do Gestor Público no dia 8 de Junho de 2016, fazendo vista grossa à lei 4/83 de de 2 de Abril que obrigava o controlo público da riqueza dos titulares de cargos políticos,  tendo o mesmo sido promulgado em 30 de Junho e só publicado no  DR a 28 de Julho, num tempo em que a Assembleia da República ia de férias…
  • Mário Centeno, apesar de ser o menos culpado nesta trapalhada em que se viu metido, tendo a seu favor a pouca prática dos jogos rasteiros onde se move a nossa política caseira, mas pelo facto de ter mantido – sem um pedido de desculpas ao povo português – a feitura de um diploma para agradar à condução que lhe cabia, institucionalmente, de gerir a nomeação do CEO e dos restantes Administradores da Caixa Geral de Depósitos.

Eis, porque, fragilizado que está o Presidente da Republica, não tem - devido a ter andado de água e pucarinho a apoiar este governo - de o demitir, que era o que devia ser feito para ser honrada a compostura política e, sobretudo, a Democracia, que sai a coxear deste triste episódio, que eu lamento, tanto a forma como foi concebido, como o conteúdo que deu "pernas para andar" a um assunto que nem um passo devia ter dado estando em vigor a lei 4/83 de 2 de Abril.

Será que agora se legisla consoante a "cara do freguês"?
  

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Ser árbitro e não jogador!

Ser árbitro e não jogador é tudo quanto tenho pedido aos vários  Presidentes da República Portuguesa e que, infelizmente, nem sempre tenho visto respeitado, contra aquilo que me parece dever ser a atitude mais correcta.

Não vem ao caso falar do que tem acontecido, mas que lamento.
Vem ao caso falar do presente.

E o presente o que me diz - e a muitos portugueses - é que Marcelo Rebelo de Sousa pela sua postura recente relativa ao assunto da Caixa Geral de Depósitos, a começar pela promulgação de uma lei, havendo uma outra de 1983 que impunha o cumprimento do que se quis alterar, andou mal com o braço dado que deu ao governo e, depois, tendo-o mantido às escâncaras, envolvendo-se num acto que só pertencia se gerido pelo governo faltoso, quanto prometeu aos Administradores convidados da CGD que seria cumprido o que era incumprível em face da tal lei de 1983, que não fora revogada.

Ser árbitro e não jogador é o que continuo a pedir a quem desempenha a alta função da Presidência da República, a quem cabe decidir em nome da República, quando aqueles que estando abaixo da sua magistratura, agindo em nome do executivo representativo do Estado não respeitam as normas, atropelando-as se necessário for.

O que é incompreensível é que o Presidente da República conhecendo a lei de 1983, tivesse promulgado o diploma  de alteração do "do Estatuto de Gestor Público" que ia contra o que estava consignado, ou seja, terem ficado isentos de apresentar ao Tribunal Constitucional declarações de rendimentos e patrimóniocometendo assim um enorme erro de palmatória.

Zero pontos para esta atitude.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

"Palavras leva-as o vento". Eu sei!



Desconheço o autor.

Mas, de forma alguma, desconheço a sabedoria encerrada neste azulejo, que tem de sobejo, um modo sábio de falar da grandeza que existe no dar, muito mais que no receber, porque é no dar que se recebe, podendo afirmar-se que foi pensando deste modo que José Luís Nunes Martins (in Citador) escreveu: "É quando nos damos aos outros que nos recebemos a nós mesmos" um aforismo cheio daquela humanidade que existe na frase sábia deste azulejo.


O poeta e pensador libanês Khalil Gibran, a este propósito teceu, um dia, uma comparação da acção do homem que se julga valer muito mas dando pouco de si mesmo, confrontando-o com as árvores dos seus pomares, que valendo muito pela fruta que ostentam no tempo da colheita, lhes diz esta verdade: "os vossos pomares não pensam assim; dão para continuar a viver, Pois reter é perecer".

"Pois reter é perecer".

E é, neste ponto, que no discorrer da minha imaginação me vem , num repente, não um outro qualquer pensamento de pessoa ilustre, mas aquele rifão popular e muito português que diz assim: "Quem dá aos pobres empresta a Deus" e com essa atitude o homem não perece, quer seja aos olhos do Mundo, mas especialmente, aos "olhos de Deus", que o distinguirá, um dia, pelo valor daquilo que deu!

Coisas da vanglória!


Vangloriou-se na sua conferência de imprensa de ontem, o Ministro das Finanças do êxito alcançado pela sua política o que é para Portugal uma boa notícia, mas esqueceu-se de dizer que ela não segue o guião inicial que serviu para a campanha política de 2015 - e que não logrou êxito porque as eleições, apesar de toda a sua ciência e dos demais onze que o acompanharam na feitura do documento económico não ganhou as eleições - mas que o êxito que agora reclama para ele se deve ao governo anterior.

Porque será que a verdade custa tanto a reconhecer?

É sempre assim: uns comem os figos e a outros rebenta a boca, e é por isso que lhe fica mal a vanglória que só foi possível porque ao leme anterior esteve um homem determinado, Passos Coelho - que retirou Portugal de cair numa bancarrota - e a quem foi negado o direito de continuar a governar pelas "artes e manhas" de que é feita a vida rasteira de que faz parte - e não devia fazer - a ciência política que foi posta a valer em 2015, fazendo lembrar o que de pior existiu na I República.

Mas concluamos.

Portugal está a ganhar... por agora,  mas a perder valores importantes da ética e da moral que foi posta em jogo e isto foi o afundar num pântano o que devia existir em cima de água mais pura!

Lamento falar assim, mas é o que eu sinto!

Coisas de um "equívoco" que passou entre "inúmeras horas" de conversações...

Mário Centeno - não sei se por esta palavra ou outra semelhante - acabou por dizer que depois de "inúmeras horas" - esta frase é sic - restou entre ele e Mário Domingues, o ex-gestor da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que não chegou a aquecer o lugar teria havido o tal "equívoco" - melhor dizendo "erro de concepção mútua" - do não entendimento que a alteração do lei do "ao Estatuto do Gestor Público" não impedia que se cumprisse a entrega na Tribunal Constitucional da declaração de rendimentos e património dos membros convidados para a gestão da CGD.

E ao que parece, a promulgação do diploma pelo Presidente da República enquanto decorriam conversações com a Comissão Europeia se deveu à "complexidade do processo"... uma desculpa esfarrapada que mostra bem como o Presidente da República se meteu nesta embrulhada...

Tudo isto é lamentável.

Lamentável por parte do governo...
Lamentável por parte do Senhor Presidente da Republica...

Daí que não admire que Máro Centeno continue a ter a confiança política de ambas as partes, sendo que uma delas - a do Presidente da República - é que, por mais que nos queira fazer crer a sua independência neste assunto, não consegue, porque se meteu nele com a promulgação de um diploma que devia ter esperado...

Não.
Não façam de tolos os portugueses... e se isso se pode entender pelo lado do governo é inadmissível que o Presidente da República lhe siga o exemplo, e o equívoco não pega, por mais que Mário Centeno o queira fazer crer e todas as demais personagens.

Por favor, haja respeito pela inteligência colectiva dos portugueses!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

"A essa pergunta não respondo"...

Instado, hoje, pela comunicação social logo após a atabalhoada "conferência de imprensa" do Ministro das Finanças, sobre o que dizer sobre tal evento o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, escondeu o sorriso afável que costuma ter e disse:

"A essa pergunta não respondo"... e rematou: "quando me quiser pronunciar, pronuncio" e assunto arrumado, o que prova que "não há perguntas difíceis, só as respostas é que o podem ser"!

Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda a frase batida: "sou o Presidente de todos os portugueses"... com a diferença de nem todos os portugueses pensarem assim, neste momento em que a "colagem" a uma parte o descola da outra, pelo que um pouco mais de distanciamento político relativamente a quem governa devia ser exigível ao mais alto magistrado da Nação.

Hospital de Lisboa Oriental... que já se chamou de Todos-os.Santos!

http://www.cmjornal.pt/ - 29 de Fevereito de 2016

https://sol.sapo.pt/ - 22 de Junho de 2016
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Diz a notícia de Junho de 2016 que a modalidade de Parceria Público-Privada prevista para este projecto, ainda é uma hipótese.... que parece, agora, não estar de todo afastada, mormente no que se refere à sua construção.

O agora chamado Hospital de Lisboa Oriental começou a ser conhecido por Hospital de Todos os Santos - em homenagem ao grande edifício construído entre 1492 e meados do reinado de D. Manuel, denominado Hospital Real de Todos os Santos que ocupou toda a ala da Praça do Rossio, fronteira à Igreja de São Domingos até à actual Rua da Betesga, pelo que parece perdeu o nome de Todos os Santos, o que não admira dada a laicidade


do Estado e a sua separação da Igreja - neste momento prosseguida sem cerimónia por grande parte do governo e daqueles que o seguram no poder -  segundo se crê, é objecto de discussão por alguns parceiros do Partido Socialista, não quererem que para a construção do mesmo o Estado recorra a uma Parceria Pública Privada (PPP).

Entendo isto. 
Já chega de dívida pública.

Relembro que o Estado Novo - com todos os seus defeitos - teve uma virtude. Só fazia obras quando as podia pagar e não deixar, por isso, para as gerações futuras encargos faraónicos e de que o Hospital de Santa Maria é um exemplo.



No presente não se pensa assim.
Razão, porque, Portugal é um País endividado, com uma dívida pública assustadora, que não se sabe, ao certo quantas gerações futuras estão comprometidas com o seu pagamento.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Em Portugal não há uma coligação... há um conluio!

http://observador.pt
(20 de Fevereiro de 2017)
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A coligação (palavra que etimologicamente também designa um conluio) e esta palavra significa - combinação de dois ou mais para prejudicar outrem, trama ou conspiração - pelos vistos, segundo a entrevista dada ao jornal "El País" pelo Presidente da República, superou as expectativas, ou seja, o Presidente da República Portuguesa está de acordo que o conluio pós-eleitoral havido em Portugal a seguir a 4 de Outubro de 2015 está a dar resultados.

Em Portugal não há uma coligação.
Há um conluio.

Esquece-se o Presidente da Republica que Espanha esteve dez meses sem governo e economicamente está melhor que nós... sem qualquer coligação e, muito menos, com um conluio, como aconteceu em Portugal.
Coligação é outra coisa e lamento que o Presidente da República tenha chamado "COLIGAÇÃO" àquilo que o não é.

De acordo com a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira" - páginas 145 e 146 do 7º volume - COLIGAÇÃO é uma acção ou efeito de coligar e coligar quer dizer que faz parte duma liga, coalizão ou aliança, ou seja - em pura linguagem - um laço que prende duas ou mais entidades, que não é o caso, porque não há entre os partidos da "coligação das esquerdas" - como foi chamada pelo Presidente da República - qualquer documento escrito em forma de escritura em que todas as partes tenham a sua assinatura, mas documentos dispersos assinados em tempos diferentes, não havendo, por isso, um laço que os una, que não seja o laço do conluio em que a união se fez apenas para dar corpo a uma conspiração.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Os três controlos de Santo Agostinho...


Ou seremos controlados por satanás, ou pelo "eu", ou por Deus. O controle de satanás é escravidão. O controle do "eu" é soberba. O controle de Deus é vitória.

Santo Agostinho
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Se a escolha fosse fácil o Santo de Hipona não tinha dado três sugestões, mas porque as deu é porque conhecia a fraqueza humana que se deixa submeter às forças do Mal que destroem o homem ou, àquela que o leva a submeter-se a si mesmo como se fosse dono e senhor do seu destino, pela soberba de não se submeter ao Ser incorpóreo de que depende a sua derrota ou vitória no grande combate da Vida.