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quinta-feira, 30 de março de 2017

E porque havia de estar de acordo?


O Aeroporto Internacional da ilha da Madeira mudou de nome e passou a chamar-se desde a manhã da última quarta-feira: Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo, ou simplesmente: Aeroporto Cristiano Ronaldo.

Não concordo.
E, porque havia de estar de acordo?
Não concordo e digo porquê.

Porque dar o nome de uma qualquer obra pública em vida da personagem que a identifica é um erro que se não deve cometer, em nome dos mortos ilustres que se deixam esquecidos no "baú da História" e se glorificam pessoas viventes - embora gradas como é o caso de Cristiano Ronaldo - que não precisava deste galardão para ficar na Historia do Futebol nacional.

Acresce a tudo isto o facto do evento ter merecido a presença do Chefe do Estado e do Primeiro-Ministro, que se poderiam ter dispensado, sendo a Madeira uma região autónoma e estar, no acto, representada pelo Presidente do Governo Regional, pelo que entendo como uma vassalagem dispensável  prestada a um futebolista, que por maior que seja - e ele é o maior do Mundo - ao dar-lhe tais honras, que honras ficam dar à Cultura literária e artística, às Artes, à Engenharia, à Arquitectura, à Medicina, aos Cientistas  e a todos os feitos heróicos de Chefes Militares de todas as armas ou de simples marinheiros e soldados que pela sua bravura ajudaram a edificar a Madeira como hoje a conhecemos?

Será que não haveria na Madeira um nome de um herói antepassado que merecesse tal honra, ou de um mais recente?

quarta-feira, 29 de março de 2017

A nossa alma imortal



A páginas 31 do seu "Dicionário Filosófico" ao tratar da alma que Voltaire considerava imortal. cita S. Tomás de Aquino para dizer o seguinte:

Diz Santo Tomás (questão septuagésima quinta e subseqüentes) que a alma é uma forma subsistante per se. Que está em todas as coisas. Que sua essência difere de sua potência. Que há três almas vegetativas: nutritiva, aumentativa, generativa. Que a memória das coisas espirituais é espiritual. Que a memória das coisas corporais é corporal. Que a alma racional é uma forma imaterial quanto às operações e material quanto ao ser. Sto. Tomás escreveu duas mil páginas dessa força e dessa clareza. É o pai da escola

Mais à frente a terminar este Capitulo, Voltaire, diz assim:

Parece que só depois da fundação de Alexandria os judeus se cindiriam em três seitas: fariseus, saduceus, essênios. Ensina o historiador fariseu José no livro 13 das Antigüidades que os fariseus acreditavam na metempsicose. Criam os saduceus que a alma se extinguia com o corpo. Para os essênios - é ainda José quem o afiança - a alma era imortal; segundo eles as almas, sob forma aérea, desciam do fastígio do firmamento violentamente atraídas pelos corpos. Após a morte as almas das pessoas boas iam morar além oceano, num país onde não fazia calor nem frio, não ventava nem chovia. Lugar de todo em todo oposto era o desterro das almas ruins. Tal a teologia dos judeus.

Aquele que devia ensinar todos os homens veio condenar essas três seitas. Sem ele, porém, jamais saberíamos coisa alguma da própria alma. Porque os filósofos nunca souberam nada certo e Moisés, único verdadeiro legislador do mundo antes do nosso, Moisés que falava com Deus face a face e não o via senão pelas costas, deixou os homens em profunda ignorância dessa magna questão. Há apenas mil e setecentos anos que estamos certos da existência e imortalidade da alma.

Cícero não tinha mais que dúvidas. Seus netos aprenderam a verdade com os primeiros galileus que arribaram a Roma.

Mas antes disso, e até depois disso em todo o resto da terra onde não penetraram os apóstolos, cada um devia dizer à própria alma: Que és tu? De onde vens? Que fazes? Para onde vais? Tu és não sei que, que pensa e que sente. Mas ainda que pensasses e sentisses cem bilhões de anos, nada saberias por tuas próprias luzes, sem o auxílio de Deus.

Homem! Deus outorgou-te o entendimento para bem procederes e não para penetrares a essência das coisas por ele criadas.


Retenho o parágrafo em que ele explicitamente se refere a Jesus Cristo.

Aquele que devia ensinar todos os homens veio condenar essas três seitas. Sem ele, porém, jamais saberíamos coisa alguma da própria alma. Porque os filósofos nunca souberam nada certo e Moisés, único verdadeiro legislador do mundo antes do nosso, Moisés que falava com Deus face a face e não o via senão pelas costas, deixou os homens em profunda ignorância dessa magna questão. Há apenas mil e setecentos anos que estamos certos da existência e imortalidade da alma.

E, depois, fixo a minha atenção e entendimento na frase final: Homem! Deus outorgou-te o entendimento para bem procederes e não para penetrares a essência das coisas por ele criadas.

E todo o meu ser agradece a Voltaire - injustamente criticado pelo poder temporal da Igreja do seu tempo - a clarividência do grande e ilustre filósofo ao chamar a atenção do homem para o julgamento que lhe convém fazer sobre a sua alma - fonte da vida do seu organismo, usufruindo do dom da vida eterna mas separada do seu corpo.

Foi buscar a sua essência ao tempo que antecede a criação do homem, quando Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança", um propósito realizado na primeira criatura,tendo tido desde logo analogias com o seu Criador, vicissitudes que ficaram impressas na alma do primeiro homem através do sopro recebido, com reflexos na inteligência e plasmada numa vontade divina que capacita o homem a afirmar que, tal como Deus é eterno, assim será a sua alma.

terça-feira, 28 de março de 2017

Um pequeno texto do "DIÁRIO XVI" de Miguel Torga


Coimbra, 26 de Janeiro e 1986 - Eleições presidenciais. Por dever cívico e condicionado pela triste realidade política nacional, lá meti na urna um voto descorçoado, quase que a lamentar não ter nascido súbdito de uma majestade qualquer que nunca fosse da minha responsabilidade.
in, DIÁRIO XVI 

No tempo a que Miguel Torga se refere ocorreram as eleições para a chefia do Estado a que concorreram o recentemente falecido Dr. Mário Soares e Prof. Diogo Freitas do Amaral e sobre as quais, pelos vistos a contragosto, Miguel Torga - só por dever cívico - colocou o seu voto na urna eleitoral, o que prova à saciedade o fastio que então lhe causava a triste realidade política nacional, a ponto de o levar a declarar não ter nascido em tempos monárquicos, onde não teria de arcar com a responsabilidade que lhe dava o seu voto.

Leio este pequeno texto de Miguel Torga e fico a pensar como é que um homem tão ilustre, cidadão dos mais impolutos que nasceram em Portugal vivia descorçoado doze anos depois do derrube do Estado Novo!

Leio este pequeno texto de Miguel Torga e fico a pensar que, tal como ele, também eu desejaria ter nascido nos tempos de uma majestade qualquer, para não ter remorsos do meu voto, responsabilizando-me, me tenha dado algumas dores de cabeça, só porque, entendo como um dever inalienável, quando chamado pelos cadernos eleitorais ter de descarregar o meu nome, para depois assistir ao que tenho assistido.

Leio este pequeno texto de Miguel Torga e fico a pensar nos maus tratos que têm sido dados ao meu voto, porque me continuam a acenar com rosas e, depois, despudoradamente, só tenho visto espinhos.

Leio este pequeno texto de Miguel Torga e fico a pensar na minha pouca importância desde o momento em que o meu voto caiu na urna, porque a isso chamado no cumprimento do meu dever de cidadão, depois tenho deixado de contar.

Leio este pequeno texto de Miguel Torga e fico a pensar que a nossa classe política ainda não aprendeu a sentir o peso do meu voto - e dos demais - porque, como aconteceu nas últimas eleições presidenciais, quando eu pensava que ia escolher alguém que arbitrasse, imparcialmente, ademais, havendo um jogo ilícito perante o povo e só lícito pela junção de votos de eleitores que foram chamados a votar desgarrados e, depois, sem que o povo se tivesse apercebido, se uniram - me desiludiu.

A Democracia - creio eu - é a escolha de uma maioria apontada aos eleitores antes do voto cair na urna e não o usar para o juntar com outros depois da consulta eleitoral para fazer uma maioria nascida fora do tempo eleitoral.

Leio este pequeno texto de Miguel Torga e penso como ele: porque não nasci eu, súbdito de uma majestade qualquer e me continue a desgastar nesta terceira República que me pede o meu voto, me responsabiliza com ele e, depois esquece que é com a força dele que me sinto fraco, impotente, descorçoado, como se sentiu o grande transmontano de São Martinho de Anta.

"Ó minha mãe dos trabalhos"...


"Virar a página"... já devia ter sido ontem!

28 de Março de 2017
http://www.sapo.pt/
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"Virar a página" - como diz agora o Presidente da República - já devia ter sido ontem... porque foi isso que foi prometido, pelo que espanta que só agora, com o relatório divulgado ontem em Bruxelas que diz textualmente que Portugal abrandou o ritmo reformista dos últimos anos e que as reformas estruturais das finanças públicas estão a avançar em "ritmo lento".

Portugal inteiro sabe disso.
E sabe mais: Que a página ainda não foi virada... e que o Presidente da República tem andado "de água e pucarinho" com o governo, quando sem o hostilizar - como é óbvio - devia ter havido mais distância.

Lamenta-se, por isso, que tenha havido este "puxão de orelhas" de Bruxelas para o Presidente da República vir dizer que é preciso mais crescimento e que agora "é preciso virar a página" e que "não basta um bom equilíbrio financeiro, é preciso crescimento".

Portugal inteiro sabe disso - ou seja que é preciso crescimento - e sabe mais: que ao contrário do que diz o Presidente da República, Portugal só ilusoriamente é que tem um "equilíbrio financeiro"... porque o défice alcançado não foi sustentado em medidas económicas sustentáveis - mas em habilidades financeiras - e, portanto, penso eu, que vai chegando o tempo do Presidente da República falar grosso e por em respeito este governo arranjado a "trouxe - mouche".

Valha.nos, pois, Bruxelas...

"Pode resistir-se ...


Pode-se resistir à invasão dos exércitos, não à invasão das ideias. 
Produz uma imensa tristeza pensar que a natureza humana fala, enquanto o género humano não escuta. 
Victor Hugo
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Admiro em Victor Hugo, para além do grande escritor que foi, a sua capacidade mental de pensador que nesse campo admirável da sabedoria humana - como foi o seu caso - fala aos homens como se estivesse a falar, escrevendo, uma cena dos seus romances, quando, afinal, lhes quer transmitir trascendentalmente ideias como esta de que nos fala apontando para dois sentidos.

No primeiro para nos falar dessa coisa imaterial de que a ideia é, no homem, a sua força maia viva e contra a qual não há exércitos que a possa dominar, porque ela sobrenada sobre o materialismo mas contundente e em segundo lugar para constatar a sua tristeza do homem não ouvir a voz da Natureza, que ele deixa subentendida, vir do mais Alto, de um lugar inacessível fisicamente a qualquer homem e, apesar disso, se faz ouvir.  

E este só a não a ouve porque ensurdeceu no meio dos seus próprios barulhos, onde, muitas vezes, até deixou de se ouvir a si mesmo.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Dois "bons alunos" da UE... e ainda bem!


Não se cansou o Partido Socialista (PS) a que se juntou o coro frenético do Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE) de invectivarem o Governo de Passos Coelho de ter imposto uma política de austeridade e ter ido "além da Troika" - ou seja, ter sido como se diz na linguagem popular "mais papista que o Papa"...

Mas agora o governo do PS - mais os seus companheiros de percurso - quando a Comissão Europeia pedia, apenas, um défice de 2,5% - vai daí, e todos eles com o PS â cabeça reduziu o défice para 2,1%, provando assim, que foram para além do que era pedido... mas ninguém diz isso.

Passos Coelho foi apelidado de "bom aluno"...
E António Costa, não foi igualmente um "bom aluno"?
Foi, sim senhor.
Dois bons alunos, que tanto lhes foi pedido, devido aos estado lastimoso a que Portugal se viu obrigado.

Não deixa, por isso, de ser irrisório o que se passa em Portugal com uma certa imprensa que só vê virtudes na "esquerda" e, apenas, defeitos na "direita", o que prova que em termos de igualdade de tratamento jornalístico estamos, ainda, nas primeiras letras, quando, afinal Passos Coelho e António Costa fizeram o mesmo percurso de ir além do que era imposto pela UE, com a diferença de Passos Coelho ter governado a tirar Portugal da lama por causa do resgate financeiro a que o partido de António Costa o submeteu, enquanto António Costa começou a governar com o terreno mais limpo... por causa de Passos Coelho ter sido "um bom aluno".

É sempre assim: 
"Uns comem os figos e a outros rebenta a boca"...

Quando todos pensam...


Quando todos pensam da mesma maneira, é porque nenhum pensa grande coisa.
Walter Lippmann
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O convívio de perto com o filósofo George Santayana a que aliou a sua cultura judia e académica de Harvard deu a Walter Lippmann o humanismo idealista e o pragmatismo da atitude, por oposição a um intelectualismo sem substância de, com a verdade desta sua máxima - seguindo-a - se perder o sentido "cada cabeça, sua sentença", pelo que, se todos num dado grupo pensam como se nele houvesse apenas uma cabeça, de pouco vale uma qualquer conclusão pelo seguidismo de todos que pode existir por medo, por cobardia, por comodismo ou - o que é bem pior - por uma obediência cega ao chefe do grupo.

Um pouco mais de humildade política... precisa-se!

Segundo os dados publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o saldo das Administrações Públicas fixou-se em 3,8 mil milhões de euros, o equivalente a -2,06% do PIB, valor que arredondado se cifra em 2,1% do PIB

Ufano, triunfante e altissonante António Costa disse para quem o quis ouvir e aceitar a sua propaganda que o défice de 2,1% do PIB de 2016 foi o mais baixo da história da Democracia portuguesa... por centésimas... e tanto bastou para o alarido propagandístico de um governo que falhou no investimento público - para citar apenas um caso - para atingir aquele valor "mágico"

Acontece que o ex - Ministro das Finanças, Miguel Cadilhe, em 1989, atingiu - naturalmente também por arredondamento o défice (2,1%) pelo que a propaganda fácil e ligeira de António Costa não pode passar sem este reparo.
E é assim que vamos vivendo... e sofrendo com este jogo em que, da verdade plena, só uma ínfima e desprezível percentagem é realmente verdade, sem contudo contar para o esclarecimento e  felicidade do povo.

domingo, 26 de março de 2017

"O além é aquém que nasce!


O além é aquém que nasce!
(António Machado Alvarez -  conhecido como Demófilo)
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Espanta, por vezes, como uma frase tão pequena constrói um universo tão largo de uma VERDADE tão grande, como esta do escritor e poeta de Santiago de Compostela.

"O além é aquém que nasce"!

Como isto é verdade em todos os multifacetados campos em que se move a vida, razão válida para se tirar o chapéu à memória deste ilustre galego, que naturalmente estaria bem longe de pensar que a sua memória - só por esta frase - é trazida para este "blog" com o carinho que ela merece.

"O além è aquém que nasce"! 

E isso, sim, é que é urgente!

26 de Março de 2017
http://www.sapo.pt/
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À atenção do primeiro-ministro de Portugal, António Costa.

Esta Senhora não tem "papas na língua" e, por isso, não adoça o pensamento e em vez de propor um "talvez" brada que é "Urgente preparar o país para a saída do euro"... nem mais, nem menos,
  • Mas não é com o partido que esta Senhora lidera que existe firmado um acordo de governação e como tem sido dito, em matéria de respeito pelos Tratados Europeus eles seriam respeitados?
É por "estas e por outras" que neste "blog" por mais de uma vez, sem azedume, mas por vontade de clarificar a situação tenho advogado a necessidade de António Costa se legitimar pelo voto das urnas, na certz que tenho que o povo que votou neste candidato a Primeiro-Ministro, em 4 de Outubro e 2015, queria que ele tivesse ganho as eleições.

E isso, sim, é que é urgente, ou seja, como diz o povo "por tudo em pratos limpos".

A "dívida perpétua"...


A "dívida perpétua" é, economicamente, um veículo a que se socorrem as Instituições financeiras em "maus lençóis" como agora acontece com a "nossa" Caixa Geral de Depósitos (CGD) que vai arrecadar por necessidade absoluta 500 milhões de euros, ficando a pagar ao ano uma taxa de juro exorbitante de 10.75%.

Exemplificando.

Se um particular emprestasse, como "dívida perpétua" à Caixa Geral de Depósitos 500.000,00€ à taxa de 10,75% ao ano, em cada ano a Caixa era obrigada a pagar 53.750,00.€, o que daria por mês uma renda de 4.479,17€.
  • E ninguém pergunta o motivo da "nossa" antigamente tão elogiada e prestimosa Caixa Geral de Depósitos (CGD) ter chegado a este ponto?
Claro que há quem pergunte... só que ninguém lhe respondeu, pelo menos, até hoje, o que não deixa de ser lastimável, para os que, como eu, sempre viram nesta velha Instituição bancária um modelo de serviço público no que se referia ao crédito e à segurança para os aforradores.

Mas são tempos passados... em que - pelos vistos - não tudo era mau!

sábado, 25 de março de 2017

Na sala de espera...


Escuta;


Amar uma pessoa...



Amar uma pessoa é como dizer-lhe: "Tu nunca morrerás"!
Gabriel Marcel
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Há frases como esta do filósofo e dramaturgo francês, que como é vulgar dizer-se escondem verdades como punhos, tal é a evidência do que ele afirma, porquanto , ao dizer-se à pessoa que se ama - Tu nunca morrerás - essa asserção é a prova maior que podemos dar de que desfeita a vida corporal a alma que animou a vida perdida e a quem se deu um amor perfeito, ficará a viver na lembrança dos que ficaram e a sua lembrança será lembrada e acarinhada pelas gerações futuras.

E esta afirmação de Gabriel Marcel - Tu nunca morrerás - continua a ser verdade no plano espiritual, porque a alma sendo uma imagem de Deus, não é com a morte que ela deixa de viver - porque nesse plano é eterna - tal como o pode ser na recordação humana dos que ela ela amou e em paga desse amor foi amada por eles.

sexta-feira, 24 de março de 2017

E se houvesse um pouco mais de contenção?


E se houvesse entre os políticos portugueses um pouco mais de contenção palavrosa contra  Jeroen Dijsselbloem, o ainda Presidente do Eurogrupo,  e entendessem a figura de estilo que ele utilizou - com alguma ligeireza, é verdade - de que andámos a desperdiçar dinheiro europeu com "copos e mulheres", ou seja, a gastar dinheiro "sem rei nem roque"?

Mas... não há por aí quem bata com a "mão no peito"?
Ou, pelo contrário, sobram os que não querem ver o desnorte em que andamos a viver?

A figura de estilo que o Presidente do Eurogrupo arranjou, por muito que doa à nossa classe politica é incontroversa quanto à mensagem, pelo que os protestos e os nomes feios de "sexista", "rascista" e xenóbofo" como foi sido mimoseado denota bem a má consciência que temos da verdade dita por aquele socialista holandês, chegando ao ponto de o querer afastado do lugar que ocupa.

E se houvesse um olhar para trás, para um caminho percorrido "à vara larga" como se estivéssemos ricos para sempre?

Deixem Jeroen Dijsselbloem em paz e não afundem mais quem arranjou - como um conceito pouco político - um modo de nos chamar a atenção para sermos mais contidos nos gastos de dinheiros públicos, porque a nossa vida colectiva se beneficia com um défice baixo - 2,1% do PIB - não beneficia com a dívida pública que temos, a segunda maior da UE, em que dados do Eurostat mostram que, no terceiro trimestre do ano passado, a dívida pública portuguesa fixou-se em 133,4% do PIB, a que correspondem, segundo  dados de 24 de Março de 2017 da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) o valor factual de 240.548.845. 291€, ou seja, cada português - tomando 10 milhões de habitantes, ode se incluem as crianças - tem às costa uma dívida de cerca de 24.000 euros

Por isso deixemos em paz Jeroen Dijsselbloem e vamos ter mais contenção naquilo que dizemos.

"Maria se fores ao baile" -Um fado de Coimbra de Fernando Rolim


Canta  o Dr. Fernando Rolim, um voz intemporal do fado de Coimbra

Maria se fores ao baile
Leva o teu xaile, pode chover;
De manhã, de madrugada
Cai a geada podes morrer.

Maria, se ouvires cantar
Vem ao luar ouvir quem canta.
Que a noite com seu luar
Lembra o olhar de quem encanta.

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Canção popular dos tempos da minha adolescência, era - entre outras - um hábito animar os descantes das aldeias do Distrito de Coimbra a que me honro de pertencer, nos momentos profanos que sempre tinham lugar nas romarias em honra dos Santos do lugar.

Recordo-me, ainda, no caso particular da minha aldeia, de uma voz que entoava esta canção maravilhosamente, e de quem ao som timbrado da guitarra, ambos enchiam de graça e encanto o arraial que parava a dança para serem ouvidos os cantadores.

O Dr, Fernando Rolim encheu esta canção com outro encanto. 

O encanto próprio da sua voz incomparável em que as guitarras vibram em acordes envolventes da sua voz sonora onde não falta, perceptível, a letra de cada verso, pelo que, ao ouvir, hoje - mais uma vez de tantas que lhe perdi o conto -  esta canção num tempo em que os anos me deixaram as suas marcas, a voz do afamado cantor da minha Coimbra entrou bem dentro de mim e é com emoção que dou graças a Deus da recordação que guardo dos tempos em que ouvia a primeira quadra - era a que me recordo de ouvir cantar - no terreiro do arraial da minha aldeia, finda que estava a cerimónia religiosa e se dava a vez às danças de roda e aos cantadores.

Coisas que não esqueço e que hoje, infelizmente, não acontecem!

quinta-feira, 23 de março de 2017

"Sejamos com as flores"!


Sejamos  como as flores!
Elas conseguem extrair da lama aquilo que é bom e produzir perfume sem se deixarem contaminar!
Autor desconhecido
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Diz um velho rifão português: "Junta-te aos bons, serás um deles Junta-te aos maus, serás pior que eles", mas em face do pensamento do "Autor desconhecido" parece que o rifão pode não fazer o sentido que se lhe atribui no geral da sabedoria popular, que por vezes exagera nos conceitos comuns que fixa como imutáveis, não o sendo, de todo.

Quando o "Autor desconhecido" nos diz ser possível extrair perfume de uma for do meio do lamaçal, o que ele exprime é a sabedoria que deve haver para que, entre o universo dos bons ser-se mais um - mais uma flor! -  e a prudência de entre os maus não se ser mais um ou pior que eles e, até, ser uma flor que pode exalar o seu perfume por se ter subtraído a um ambiente adverso.

"Salve Regina"!


Canto Gregoriano - Salve Regina
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Salve Rainha, Mãe de Misericórdia,
 Vida, doçura e esperança nossa, salve!
 A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva.
 A Vós suspiramos, gemendo e chorando
 neste vale de lágrimas.

Eia, pois, advogada nossa,
 Esses Vossos olhos misericordiosos
 A nós volvei,
 E, depois desse desterro,
 Mostrai-nos Jesus, bendito fruto do Vosso Ventre.
 Ó Clemente, Ó Piedosa, Ó Doce Virgem Maria.

Rogai por nós Santa Mãe de Deus,
 Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.”

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Se há figuras no Catolicismo merecedoras da atenção dos que sendo fiéis - ou não o sendo - se agigantam acima do Mistério que é a vinda de Jesus Cristo ao mundo, Nossa Senhora é essa figura excelsa sobre qualquer aspecto em que a consideremos. razão suficiente para que neste Tempo Quaresmal - a Rainha de todas as Santas seja recordada - porque foi dela que partiu o Milagre acontecido num dado tempo e lugar, em que Mãe e Filho  - que era Deus encarnado - viveram lado a lado em Nazaré.

Nesta Quaresma, um tempo especial que antecede a Páscoa cristã, lembrar, seja pelo canto ou recitando a bela Oração, conhecida em todo o Mundo é um dever de amor por aquela mulher que ao entender a saudação do Anjo, desde esse momento se tornou na origem de um Tempo Novo anunciado havia milénios.

A Oração que na época medieval era conhecida por "Saudação Angélica" é, como hoje a conhecemos, o resultado de um longo processo de amor dos homens por Maria, em que as duas partes - de louvor e súplica - leva que uma e outra fazem parte do Evangelho de S. Lucas quando relata a saudação do Anjo: "Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo" (Lc 1, 28) e na saudação de Isabel, quando a recebeu em Ain Katim: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! (Lc 1,42), tendo começado a ser rezada cerca do ano 1.000, nos mosteiros, tornando-se universal a partir do século XIII, constituída pela primeira parte (a do louvor) e só a partir do século XV se acrescentou a segunda parte (a da súplica) 

Rogai por nós Santa Mãe de Deus,
 Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.”
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Não existem limites...


Não existem limites para a capacidade humana, porque enquanto houver esperança, haverá vida. O impossível é apenas um termo para representar aquilo que ainda não foi feito até agora.
Autor desconhecido
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Diz a regra de S. Bento "ora et labora" (reza e trabalha) um lema que é uma súmula que devia ser levada a sério por todos, crentes ou não, em que a "reza" se pode substituir por pensar no modo como se deve trabalhar alinhado com o fio da esperança que nunca pode aceitar o impossível, que não seja, o que se alcança sempre - num dia qualquer - se  seguirmos atentos a célebre regra de S. Bento.

Geringonças sempre houve


in, "O António Maria" de 12 de Junho de 1879
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Puxando os cordéis da geringonça!

Geringonças sempre houve e por ser assim, quando corria o ano de 1879, precisamente no dia 12 de Junho em que se começou a publicar o periódico "O António Maria" de Rafael Bordalo Bordalo Pinheiro, com a colaboração de Ramalho Ortigão e Guilherme de Azevedo, no tempo em que, mercê de um escândalo financeiro do Ministro da Fazenda António de Serpa Pimentel envolvendo o Banco Nacional Ultramarino que levou à queda do segundo governo de Fontes Pereira de Melo, o rei D. Luís designou Anselmo José Braamcamp para Presidente do Conselho.

Conta a história que foi - como era costume - um governo de efémera duração a que não faltou a tenaz que na sombra Fontes Pereira de Melo, dorido de ter perdido o poder ia apertando ao ponto duma moção de desconfiança no Parlamento ter feito cair o governo progressista de Braamcamp.

Rafael Bordalo Pinheiro e seus colaboradores do que então se passou na vida política nacional parodiaram, para além da caricatura famosa que se reproduz, com as quatro quadras alusivas ao "teatro" que se viveu, também reproduzidas para facilitar a leitura.

Entra povo, corre ufano
Ao "teatro" a que dá culto.
Levantou a gora o pano
O grande poder oculto.

Por três vinténs (isto à parte)
Contempla, sem que lhe toques
Com isto se faz, por arte
De "beliques" e "berloques".

Ele, por trás da cortina,
Olhando assim, pela sonsa,
Cuidadosos se reclina
Em cima da geringonça.

E depois, devagarinho
Pedindo que te aquietes,
A puxar os cordelinhos
Faz dançar os "marionttes".

Se quisermos interpretar a gravura, concluímos que Anselmo José Braamcamp, que era maçon, é o "artista" cuidadosamente reclinado em cima da geringonça, puxando os tais cordelinhos que faziam dançar os "marionettes", enquanto Fontes Pereira de Melo e o povo -os assistentes daquele teatro espreitam a"arte" sonsa de quem se aprestou para subir a escada do poder, como aconteceu a 1 de Junho de 1879.

Na época, a sátira fez o seu caminho...

Hoje - e porque assistimos ao poder conquistado por uma nova geringonça que na sombra construiu o teatro que veio a resultar e a ter assistentes, pouco depois de 4 de Outubro de 2015 - faltou a pena sagaz de um caricaturista da fama de de Rafael Bordalo Pinheiro e a arte poética que com quadras parecidas ás que se reproduzem, exaltassem o momento. 

Mas uma coisa temos por certa: António Costa e os seus pares não são os inventores da geringonça.

Antes deles, outros houve, provando assim que elas funcionam, apenas sendo preciso saber puxar os cordelinhos... arte a que eu me não rendo por me parecer que se devia jogar sempre às claras... mesmo na vida política.

Mas que havemos de fazer... se geringonças sempre houve na vida política nacional que eu pensei - erradamente - que só haviam existido nos tempos da Monarquia Constitucional em que, na sombra, era hábito a construção destes "teatros".

Creiam, contudo, que eu não estou contra as geringoças - enquanto necessidades de associações de partidos políticos que tenham de  se unir para governo de Portugal - mas não posso entender que elas sejam urdidas na sombra e o povo saiba no dia das eleições onde - e para que fim -  deposita o seu voto.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Não sigo o coro!


O Presidente do Eurogrupo - que integra os 19 Estados membros da zona Euro), Jeroen Dijsselbloem - acusou os os Países do Sul da Europa de gastarem dinheiro em "copos e mulheres", uma afirmação pouco ortodoxa mas que não deve ser interpretada literalmente,mas fazendo-a inserir no campo das metáforas.

O político holandês da família socialista, penso eu, quis dizer que muito do dinheiro que entrou nos cofres dos Países, como Portugal, foi esbanjado, o que quer dizer mal gasto em obras megalómanas ou desnecessárias, quando não foi esbanjado.


http://www.dn.pt/economia/

Não nos esqueçamos que o chamado popularmente "dinheiro da CEE" entre a nossa entrada na União Europeia, entre 1986 a 2011 entraram cerca de 80,9 mil milhões de euros em fundos estruturais e de coesão, o que corresponde a nove milhões de euros por dia injetados por Bruxelas no País. 

in, notícia plasmada a negrito captada do estudo "25 Anos de Portugal Europeu", realizado pela consultora Augusto Mateus & Associados para a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS). e que faz parte da notícia acima do DN - Economia de 3o de Maio de 2013,

É por isso que eu não sigo o coro das "virgens ofendidas" que agora se levantam contra Dijddelbloem, como se ele se referisse aos "copos e mulheres" como causa do nosso desnorte, quando ele, quis dizer outra coisa, o que me leva a concluir que neste momento o governo português - acompanhado pelo Presidente da República - e pelos jornais que alinhados estão a lutar ingloriamente, quando se sabe que temos "culpas no cartório", porque, verdadeiramente não utilizamos o dinheiro recebido para "projecto estruturais e de coesão" que tinham como objectivo o desenvolvimento de Portugal, aproximando da "média europeia, o que não aconteceu".

Não.

Não sigo o coro... e lamento que ninguém tenha a humildade de "bater com a mão no peito" e pedir desculpa aos portugueses, o que denota que a verdade custa sempre a ouvir.

O Cristianismo não é...


O Cristianismo não é o mel do mundo mas o sal da Terra.
Georges Bernanos
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É bem pequena a frase bíblica dita por Jesus aos seus discípulos: e que S. Mateus - um repórter atento assentou no seu caderno de apontamentos em 5,13 -Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens.

E foi esta frase que se agigantou no pensamento de Bernanos - não só por ela se centrar no sua veia espiritual - mas, porque, tendo ele sido um arauto da luta do bem contra o mal, bem dentro desse sentimento cristão, fez dessa sua condição um modo de dizer aos homens do seu tempo que Jesus Cristo não foi um doce para enganar os famintos de justiça, mas um sal para temperar o mundo dos homens e, desse modo, criar um mundo com mais sabor.

Logo, com mais justiça!

terça-feira, 21 de março de 2017

Um trecho musical da "Paixão segundo S. Mateus", de Bach


Na grande roda do Tempo não tarda aí o dia 9 de Abril que assinala, este ano, o Domingo de Ramos que dá início à Semana Santa que no Calendário Litúrgico relembra aos fiéis a entrada de Jesus em Jerusalém, em que se celebra a Paixão,a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.

Há dias um zeloso sacerdote - meu Amigo - que no seu múnus espiritual tem a seu cargo o cuidado pastoral das gentes do meu velho Concelho que se orgulha do seu foral dado pelo "Rei Lavrador", enviou-me a par como o Boletim informativo do serviço apostólico que ele sempre enriquece com cultura de cunho espiritual de formação e reflexão do "rebanho" que a Diocese lhe confiou, o endereço electrónico de uma parte musical da "Paixão segundo S. Mateus", que se crê tenha sido escrita em 1727 e que, como preparação para o tempo litúrgico que se aproxima - e é o fundamental de todo o Ano Litúrgico - aqui fica à disposição dos leitores do meu "blog" ou de quem a ele aceder.

"Paixão segundo S Mateus(BWV244" - Johann Sebastian Bach)
Captação in, "O Astrolábio"

A Paixão segundo S. Mateus, assim conhecida no Catolicismo é uma famosa oratória de Bach que representa o sofrimento e a morte de Jesus Cristo de acordo com a narração do Evangelho de S. Mateus e, no todo, tem a duração de duas horas e meia nas duas partes que a compõem, constituindo a mais extensa obra musical do famoso compositor, constituindo-se como uma das maiores obras-primas da música ocidental.

È um momento de refúgio em que a alam do homem se intromete coma Alma imortal do grande Sacrificado do Calvário naquela semana de ódios à solta em que, julgando os seus algozes que O iam aniquilar para sempre por causa da sua pregação, estavam longe de supor que foi a partir daquela semana violenta vivida em Jerusalém que Ele ficaria vivo para sempre.

Fica por aqui o escrito...
Mas não devia ficar sem ser ouvida - que se me perdõe o pedido - esta parte pequenina da grande oratória de Bach, parte importante da grande música que ilustra a Paixão do Crucificado do Gólgota.

segunda-feira, 20 de março de 2017

"Menina e moça" - Um fado de Coimbra de António Menano



Menina e moça

É preciso ter sofrido
E ter-se d’amor chorado,
P’ra entender o sentido
Que há na tristeza do fado.

Numa noite de luar
Como um véu doce e calado
Nada se pode igualar
À mágoa dum triste fado.
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Volto uma vez mais a António Menano.

E volto para o lembrar numa balada triste em que, na composição poética - cheia de sentido humano - a voz melodiosa do cantor de Fornos de Algodres numa afirmação certeira, sem mentir à realidade de que por vezes se enche a vida, nos vem cantar  que nem sempre ela é o "mar de rosas" sonhado e acalentado, pois, quantas vezes, para a entender - É preciso ter sofrido - para que o fado, que é também, um sinónimo do destino que ordena as coisas ou aquilo que tem de acontecer, ganhe no sentimento humano a sua dimensão exacta.

O Fado - MENINA E MOÇA - fui buscar a inspiração ao livro do mesmo nome de Bernardim Ribeiro que numa edição de 1557 - se chamou SAUDADES - e em que o texto começa com um monólogo da MENINA nessa novela pastoril, levada na tenra idade - sem que o soubesse - para longe e que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava, e que, em termos ficcionais, é nesse lugar de mudança que surgem polos de uma comum nostalgia amorosa e do fatalismo do sofrimento, em que o amor e a saudade se casam numa da obras maiores da Literatura Portuguesa, onde muitos sentem os traços de uma melancolia presente, ainda hoje, na nossa identidade de povo.

Esta balada de António Menano com este título que até parece fora do contexto poético das duas quadras, foi beber precisamente a esta novela do século XVI para que naquela noite de luar  a imagem doce colocada na segunda quadra nos dizer, logo a seguir que nada se pode igualar / à mágoa dum triste fado, e em que este está bem longe de se referir àquela forma de rimar palavras para serem cantadas, por ter como sentido literal a vida real em que, quantas vezes para a sentir na sua dura realidade é preciso ter-se d'amor chorado....

E, mais uma vez, surge nesta balada a nostalgia amorosa que faz da novela de Bernardim Ribeiro uma obra sem tempo, e aqui, pela letra e pela voz de António Menano prova que a canção de Coimbra, para além da sua melodia vai buscar muito longe o seu sentido e entrecho, uma razão a mais para que o fado MENINA E MOÇA deste celebrado cantor de Coimbra seja ouvido na sua profundeza literária e artística.

sábado, 18 de março de 2017

Jesus ao ver...



Jesus ao ver os judeus que procuravam matá-lo escondeu-se no pão da Eucaristia.
Anónimo
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Jesus - todos o sabemos - não se escondeu de nada e até caminhou de livre vontade para ser imolado por ser essa a Verdade da sua existência real entre os homens, pois nele se cumpriu a Lei e os Profetas-

Este "anónimo" fez um aforismo, mas deixou bem expresso o sentido exacto que ele tinha do "pão da Eucaristia", por ser nele que ao tomá-lo, cada criatura toma o Todo, o Ser e a Vida, porque dentro dele está o fruto da terra e do trabalho do homem, e este ao comungar com aquele gesto o Grande Mistério, seguindo a linha orientadora deste pensamento anónimo, aceita que Jesus ficou ali "escondido" para para levar todo o que toma o "pão eucarístico" ao fundo do problema existencial em que Jesus "escondido" se mostra inteiro no significado do gesto com que se oferece à Humanidade, que num ou noutro momento da vida O procura para O sentir vivo naquele pão em que vai continuar a renascer para sempre, em cima do Altar da Palavra.