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domingo, 30 de abril de 2017

Não te esqueças...



Não te esqueças que estranhos são amigos que ainda não conheces.

Abraham Lincoln
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Este pensamento do 16º Presidente dos Estados Unidos que teve a arte e sabedoria de liderar o País no decorrer da Guerra Civil Americana, cabendo-lhe a honra de ter acabado com a escravatura, apesar de tais atitudes, morreu assassinado às mãos de um homem que segundo o que ele pensava era um amigo que não conhecia.

Este pensamento fez-me recuar no tempo para me lembrar que na celebração do IV Dia Mundial da Paz de 1 de Janeiro de 1971, o Papa Paulo VI, afirmou que "cada homem é meu irmão", dizendo: À sabedoria humana, que, com imenso esforço, chegou a uma conclusão tão elevada e difícil, nós, crentes, podemos acrescentar um conforto indispensável. Principalmente o conforto da certeza ( porque, dúvidas de qualquer género a podem insidiar, tornar débil e anular ). A nossa certeza, na palavra divina de Cristo Mestre, que a eternizou no seu Evangelho: «vós sois todos irmãos » (Mt 23, 8).

Temos, assim, que Abraham Lincoln antecipou-se e em pleno século XIX com o seu pensamento altruísta que o impeliu a unir a Nação americana, com a clarividência humana que o identificou como um hábil diplomata, sentiu nos homens da rebelião do Sul que eram irmãos que era preciso dar a conhecer aos homens do Norte.

Isto, porém, não obstou que entre 1861 a 1865 - com origem na controversa questão da escravatura - com o colapso da Confederação sulista, após uma guerra fratricida, a escravidão tivesse sido abolida, dando por fim origem a um complexo processo de unidade nacional que dura até hoje, tendo ficado de pé o conceito que se universalizou que o estranho e, potencialmente, um amigo desconhecido

É assim que o outro devia ser entendido ou em sentido mais lato e espiritual: "Cada homem é meu irmão"!

sábado, 29 de abril de 2017

A dívida pública portuguesa


Na vida é bom subir... 
mas neste caso melhor seria termos descido!




Eis o gráfico emanado do Conselho de Finanças Públicas e Banco de Portugal, mostrando à evidência a dívida que a minha geração vai deixar para ser paga pelos nossos filhos e netos, pelo que só nos resta por a mão na cabeça e concluirmos que a culpa é colectiva e não nos é lícito mandar pedras seja a que Governo seja, espantado, apenas, que o PS que tomou o poder em 26 de Novembro de 2015 - apresentando uma cartilha de "contas certas" - como os seus antecedentes num curto espaço de tempo, em vez de, pelos menos estagnar a subida da montanha da dívida pública, fez que ela continuasse a crescer...

É o nosso fado!

Um fado triste que nos devia envergonhar.

Transformado em milhões de euros - a percentagem do PIB que em Dezembro de 2015 apresentava, vendo o gráfico, 130,4% - de acordo com o jornal Eco e Lusa em 21 de Fevereiro de 2017, temos que, em Dezembro do ano passado a dívida era de 241 mil milhões de euros.


Quer isto dizer que no ano de 2016, a dívida pública, em vez de descer a "montanha" continuou a subir, tendo somado mais 9,5 mil milhões, como nos dá conta o jornal Observador de 13 de 1 de Fevereiro de 2017.


É por tudo isto que, neste momento, para por a "casa em ordem" existe, factualmente,uma 

(in, capa do "Correio da Manhã" de hoje)

Que dizer a isto?

Melhor é, para nosso descanso higiénico mental, não pensarmos nisto, mas sem deixar de dizer que estão estiolados e sem cor os cravos vermelhos que simbolizam a Revolução de 25 de Abril de 1974 e foi, talvez, por isso, que o Presidente da República no último dia 25 de Abril, nas cerimónias da Assembleia da República levou o cravo na mão em vez de o por na lapela, porque ele não é bandeira nenhuma que valha a pena exibir.

Tudo isto dá que pensar...

Para concluirmos que não admira que em 43 anos tenhamos pedido três resgates à banca internacional para que Portugal não fizesse parar as obrigações do Estado e da iniciativa privada, pagando muitos milhões de juros das dívidas contraídas e das quais todos somos culpados.,, que a omissão é uma culpa.

Alegremente, vamos continuar a ouvir e a acreditar nas "contas certas" que uns dizem ter, quando, afinal, estão todas erradas!

sexta-feira, 28 de abril de 2017

As coisas que acontecem em Portugal...


Dou voltas à cabeça e interrogo-me sobre a razão deste governo que dá tolerância de ponto ao funcionalismo público no próximo dia 12 de Maio - dia da chegada do Papa Francisco a Fátima - como se, só no Sector público é que hajam crentes que desejam acompanhar a visita papal, via TV, Rádio ou "in loco".

Eu bem sei que o Estado é patrão do funcionalismo público e é no governo - neste ou noutro qualquer que se assenta o Estado com os seus  poderes: Executivo e Legislativo - mas se este governo tem imposto ao Sector privado o aumento do salário mínimo como se fosse, também seu patrão - bem se poderia ter entendido com o patronato e estender a tolerância de de ponto para todos os trabalhadores portugueses.

Não entendo...
  • O Estado é laico - ouço-o dizer à "boca cheia"...  mas é "confessional" quando convém?
Não entendo...

É que, naquele dia o Sector privado trabalha e continua com o seu labor a manter de pé Portugal endividado, enquanto o Sector público devidamente autorizado faz uma trégua ao trabalho e fica com opção de escolha: os trabalhadores podem ir a Fátima, ver ou ouvir as cerimónias que vão ser únicas - celebração dos 100 anos da aparição de Nossa Senhora e canonização dos dois pastorinhos Francisco e Jacinta - ou simplesmente descansarem.

Não entendo, mas é tradição, ouço dizer, e que outro tanto aconteceu com Paulo VI, S. João Paulo II e Bento XVI...

Pois bem, Cumpra-se a tradição, mas eu lamento que António Costa nas eleições do dia 4 de Outubro de 2015 tenha quebrado a tradição que mandava formar governo quem se apresentou ao eleitorado e ganhou as eleições, e em vez disso, esqueceu a tradição e fez, como se sabe, um governo maioritário, como se para o conseguir se tivesse apresentado ao povo com aquela intenção!

As coisas que acontecem em Portugal... tradição que não se cumpre... tradição que se cumpre para "inglês ver"!

Dou voltas à cabeça e não entendo... ou melhor dizendo: entendo mas faço-me desentendido...

"O amor- próprio é"...



O amor-próprio é um balão cheio de vento, do qual saem tempestades quando o picam.

Voltaire
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O génio do brilhante homem de Letras - dos maiores que a Humanidade conhece - está aqui plasmado com toda a verdade da miséria humana que anda por aí à solta, hoje como no seu tempo.

O homem - é verdade - modernizou-se na "carcaça" que mostra ao Mundo, mas ainda não arranjou tempo de se modernizar por dentro  e é, por isso que, se se sente picado no "balão" inchado como se apresenta aos seus semelhantes, acontece o que Voltaire, sabiamente, deixou expresso neste pensamento cheio daquele amor-próprio que ultrapassa a normalidade humana que o exige, sereno e a viver a justa medida que o faz comportar-se dentro da dignidade própria que o enriquece em vez de o empobrecer.


Nada me impedirá!




Nada me impedirá!

Nada me impedirá de sorrir..
Nem a tristeza, nem a desilusão
Nem a incerteza, nem a solidão
Nada me impedirá de sorrir.

Nem o medo, nem a depressão,
Por mais que sofra meu coração,
Nada me impedirá de sonhar.

Nem o desespero, nem a descrença,
Muito menos o ódio ou alguma ofensa,
Nada me impedirá de viver.

Em meio as trevas, entre os espinhos,
Nas tempestades e nos descaminhos,
Nada me impedirá de crer em Deus.

Mesmo errando e aprendendo,
Tudo me será favorável,
Para que eu possa sempre evoluir
Preservar, servir, cantar,
Agradecer, perdoar, recomeçar...

Quero viver o dia de hoje, como se fosse o primeiro,
como se fosse o ultimo, e como se fosse o único.
Quero viver o momento de agora
como se ainda fosse cedo, como se nunca fosse tarde.

Quero manter o otimismo, conservar o equilíbrio,
fortalecer a minha esperança,
recompor minhas energias para prosperar na minha missão
e, viver alegre todos os dias.

Quero caminhar na certeza de chegar,
Quero lutar na certeza de vencer,
Quero buscar na certeza de alcançar,
Quero saber esperar para poder realizar os ideais do meu ser.

Enfim, Quero dar o máximo de mim, para viver intensamente !

Autor Desconhecido (in, Citador)


Como eu gostava de ser o autor deste poema!
Mas não sou, mas resta-me dar graças a Deus de ter inspirado a este "Desconhecido" o conhecimento que tenho deste seu anseio de caminhar sempre, com a certeza que com os olhos da alma postos a balizar os caminhos da vida como um dever - que o é e grandioso - eu, como este ilustre  "Desconhecido", 

Quero caminhar na certeza de chegar,
Quero lutar na certeza de vencer,
Quero buscar na certeza de alcançar,
Quero saber esperar para poder realizar os ideais do meu ser.
Enfim, Quero dar o máximo de mim, para viver intensamente !

Tenho vontade de ver-te...



Gaste agora...pague depois!

(Capa do "Diário e Notícias"de 28 de Abril d 2017)
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Envergonhado, como sugere a notícia o governo de António Costa - líder do Partido Socialista e de cujos quadros saem membros que vão associar-se ao Bloco de Esquerda (BE) para a formação do "grupo de trabalho" NÃO SE VINCULA àquela acção, como se ela existisse sem o aval de António Costa!

Chega da farsas!

António Costa quer mandar para as "calendas gregas" o pagamento internacional das dívidas contraídas pela nossa geração!

E uma pouca vergonha aquilo a que assisto "no Portugal de Abril" que foi de festa e agora não é de festa para ninguém!

quinta-feira, 27 de abril de 2017

A rosa que se não colhe...



Educa os homens...



Educa os homens  sem religião e obterás demónios muito inteligentes.

George Washington

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E se os homens desnorteados desistissem de serem deus de si mesmos, e pensassem um pouco mais no Deus verdadeiro que é Pai de todos e na sua religião encontrassem o Anjo que vive em todos eles e agissem contra os demónios de um Mundo que em tantos lados vive sem as amarras do Espírito que paira como uma nuvem por cima da cabeça de todos os homens?

As más companhias


O amor é...


O amor é a poesia dos sentidos. Ou é sublime ou não existe. Quando existe, existe para sempre e vai crescendo dia a dia.

Honoré de Balzac

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Após a leitura deste belo e feliz pensamento sobre o AMOR, veio-me à lembrança Florbela Espanca e aquilo que ela deixou dito num momento de bonança da sua vida, num pequeno texto intitulado: AMAR INTENSAMENTE que é um retrato do que, então, lhe ia na alma e ela desejava viver,  dirigindo-se - nunca o saberemos, ao certo - mas possivelmente, ao primeiro amor da sua vida que foi para ela a poesia dos sentidos.

Eis o texto de Florbela Espanca:
  
De que vale no mundo ser-se inteligente, ser-se artista, ser-se alguém, quando a felicidade é tão simples! Ela existe mais nos seres claros, simples, compreensíveis e por isso a tua noiva de dantes, vale talvez bem mais que a tua noiva de agora, apesar dos versos e de tudo o mais. Ela não seria exigente, eu sou-o muitíssimo. 
Preciso de toda a vida, de toda a alma, de todos os pensamentos do homem que me tiver. 
Preciso que ele viva mais da minha vida que da vida dele. Preciso que ele me compreenda, que me adivinhe. 

Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"

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Voltando ao pensamento de Balzac, o AMOR - quando existe, existe para sempre e vai crescendo dia a dia, assemelhando-se a uma árvore que morre de pé, vencida pelos anos, e esse é, com efeito, o amor maior, aquele que só ao fim de um ciclo de vida tomba, não tendo pela frente mais caminho para percorrer.

Disse Goethe: Viemos a este mundo...



Se um dia...



quarta-feira, 26 de abril de 2017

É só para lembrar!


 General Jaime Neves

Um dos militares mais influentes e a quem se deve não ter havido guerra civil em Portugal em 1975
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25 de Abril de 1974 - Dia da libertação da Ditadura.
25 de Novembro de 1975 - Dia da instauração da Liberdade!

O levantamento militar de 25 de Abril de 1974 teve como objectivo principal a implantação em Portugal de um regime democrático, pondo fim a 48 anos de ditadura, proporcionando uma solução política imediata para a guerra colonial. 



A definição desse regime não foi consensual entre as diversas facções partidárias e movimentos sociais e políticos que surgiram então, pelo que, ao contrário do que muitos dizem a verdadeira Liberdade não apareceu em 25 de Abril, mas apenas, contra o golpe militar de 25 de Novembro de 1975 conduzido por forças políticas consideradas como radicais, cujo fracasso resultou no fim da influência que estas exerciam sobre o país, permitindo que se instaurasse em Portugal uma democracia pluralista, política e constitucionalmente baseada num regime semi-presidencialista, e economicamente baseada numa economia de mercado.

Temos assim, que a instauração de Liberdade mediou entre 25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 1975, após uma luta encarniçada que teve o seu auge no chamado "Verão Quente" desse ano em que se efectua a disputa entre forças revolucionárias e forças moderadas pela ocupação do poder do Conselho da Revolução.


Capa do DN de 28 de Novembro de 1975-

Civis e militares começaram a contar espingardas para um possível confronto armado. Este, tantas vezes anunciado pareceu por fim inevitável, quando, na madrugada de 25 de Novembro de 1975, tropas paraquedistas ocupam diversas bases aéreas, na expectativa de receber apoio do  Comando Operacional do Continente, COPCON. 

Mas opondo-se-lhes um grupo operacional de militares, chefiado por Ramalho Eanes, conseguiu fracassar a revolta, substituindo o Processo Revolucionário em Curso (PREC) para um Processo de cariz Constitucional.

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Convém, por fim recordar em nome da verdade histórica que o dia da verdadeira Liberdade conquistada - se se deve, como génese, ao dia 25 de Abril de 1974 - com mais verdade, esse dia deve-se ao 25 de Novembro de 1975, que assinala o fracasso do Partido Comunista Português que lutou por implantar em Portugal - entre aquelas duas datas - um regime de cariz totalitário sovietizante, em que só mudavam as figuras, porque a ditadura iria continuar.

Eis, porque, o dia 25 de Novembro de 1975 é, efectivamente, o Dia da Liberdade e não devia ser esquecido.

terça-feira, 25 de abril de 2017

"Devo-me à humanidade Futura" (Fernando Pessoa)



 Os Meus Sonhos São Mais Belos que a Conversa Alheia

Não faço visitas, nem ando em sociedade alguma - nem de salas, nem de cafés. Fazê-lo seria sacrificar a minha unidade interior, entregar-me a conversas inúteis, furtar tempo senão aos meus raciocínios e aos meus projectos, pelo menos aos meus sonhos, que sempre são mais belos que a conversa alheia.
Devo-me à humanidade futura. Quanto me desperdiçar desperdiço do divino património possível dos homens de amanhã; diminuo-lhes a felicidade que lhes posso dar e diminuo-me a mim-próprio, não só aos meus olhos reais, mas aos olhos possíveis de Deus.
Isto pode não ser assim, mas sinto que é meu dever crê-lo.

Fernando Pessoa, 'Inéditos' (in, Citador)


De todas as frases deste pequeno texto de Fernando Pessoa retenho uma que diz assim:

Devo-me à humanidade futura.

E retenho esta frase por sentir que se todos nós neste Mundo que nos é dado viver no curto ou longo espaço de tempo, pensássemos como o celebrado autor das Letras Portuguesas, certamente, pela dignidade como devemos viver, sentindo que nos devemos a uma lembrança futura, seja no seio das nossas simples e ignoradas famílias, seja, como aconteceu com Fernando Pessoa, que sem qualquer vaidade - sentiu que a sua vivência como pessoa a que acresceu toda a arte da escrita com que encheu a vida - num dado momento existencial e com toda a justiça fazia que o seu trajecto de vida se devia dar inteiro à humanidade futura - como se deu - devia fazer dele um homem ciente de que os seus sonhos vividos silenciosamente, distantes do bulício, não o fazendo, disse ele, era sacrificar a minha unidade interior, entregar-me a conversas inúteis.

Merece um aplauso, efectivamente, esta frase: Devo-me à humanidade futura, porquanto ela devia ser um lema de vida para qualquer pessoa e fazer deste modo de viver um meio de entrar mais profundamente dentro de si mesmo, onde nos silêncios que se vivem, todos nós temos riquezas que ficam inexploradas e, depois, não deixamos à humanidade futura, seja dentro das famílias, da roda dos amigos ou da sociedade, lembranças do que não demos, tendo tido todo o tempo de o fazer, razão suficiente para ter parado a leitura quando li esta frase no texto de Fernando Pessoa.

A ameaça do mais forte...


A ameaça do mais forte faz-me sempre passar para o lado do mais fraco.

François-René de Chateaubriand

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O que mais me surpreende neste pensamento é o cerne da sua mensagem de paz, seja ela de cariz social ou guerreira, porque ao ir contra o sentido secular do homem que pelo defeito da sua natureza anseia aliar-se ao mais forte, seja para impor a lei do mais forte para gerir a sociedade, seja para ganhar uma guerra e subjugar o vencido, Chateaubriand aponta para o equilíbrio de forças, pois só daí poder surgir a paz social, pela atitude sensata que o homem dever ser um agente de paz e não de confronto.

Infelizmente - como pouco ou nada a sociedade evoluiu no bom sentido - continuamos a assistir à realidade contrária da que é advogada pelo famoso escritor e ensaísta francês, com a fuga do mais fraco para o lado dos fortes, para engrossar o pelotão, tornando mais fraco o lado que já o era - e isto passa-se em todos os campos da actividade do homem - razão porque a cartilha do dever cívico, da moral e da dignidade vivencial devia sair das alfurjas dos que se impõem pela força do número e não pela equidade social que devia tornar mais igual a sociedade.

Deixa que um momento pense...


segunda-feira, 24 de abril de 2017

O socialismo a definhar!


Com a estrondosa derrota do Partido Socialista Francês na primeira volta das eleições de ontem onde obteve a magra percentagem de 6%, bem se pode dizer que o Socialismo europeu - como o conhecemos - está a definhar pelas suas próprias mãos.

Por cá, se não fora o "arranjinho" cozinhado por António Costa em 4 de Outubro de 2015, o Socialismo português - que perdeu as eleições mesmo depois de penúria imposta por um governo que lutou para pôr a navegar o barco que o Partido Socialista, por pouco não meteu no fundo - neste momento, o Socialismo português estava onde devia estar: 
  • Na oposição, a fazer uma cura dos erros cometidos ente 2005 a 2011.
Atentemos nisto:

O Socialismo democrático do Partido Socialista português - a quem tanto deve a Liberdade que hoje temos em Portugal - neste momento, apesar das sondagens que o colocam em primeiro lugar, devia ter outra compostura de respeito pelo adversário político, a começar por  António Costa, onde o seu ar de vitória exibido no Parlamento é um dislate que esquece que ele foi derrotado estrondosamente nas últimas eleições, tendo em conta o sacrifício do povo durante quatro anos, que mesmo assim, votou maioritariamente nos partidos que governaram Portugal, nesse período.

"Ama o homem mas combate o seu erro" - era o lema da Santo Agostinho -  e que, com todo o sentido, devemos seguir, desejando que por cá não venha a acontecer . um dia, o que aconteceu, ontem, ao Partido Socialismo francês. na pessoa de Benoite Hamon.

domingo, 23 de abril de 2017

Círculos uninominais... para "o são nunca"?


“Panem et circenses” foi uma política desenvolvida durante a República Romana que significa "pão e jogos circenses ", acreditando-se que tal expressão se fica a dever ao poeta Juvenal que a incluíu nas SÁTIRAS, advindo tal afirmação da extrema pobreza em que caiu na sua velhice, ao sentir-se um cliente da aristocracia romana pela condição social  a que se viu forçado – ele que provinha de uma família considerada – a fazer parte de uma plebe apática e dependente do pão e do circo que era dado pelo Império Romano que impunha a subjugação da plebe pela distribuição do trigo (pão) e do espectáculo (circo).

Era o tempo da democracia directa das cidades-estado da Grécia clássica e da República romana, onde os cidadãos filhos e netos – com excepto mulheres, escravos e mestiços - tinham voz e voto nos respectivos órgãos representativos, participando na tomada de decisões, sendo exemplar o que acontecia em Atenas, onde o povo se reunia nas praças e ali tomava decisões em que estas eram firmadas em Assembleias Gerais e se era eleito um representante da vontade popular, este só os exercia se cumprisse o acordado, podendo os seus poderes serem revogados a todo o momento

Muito depois – muitos séculos passados – a sociedade evoluiu para o sistema da democracia indirecta ou representativa no decorrer do século XIX, ligada embora ao ideal da democracia directa, tendo contado com a contribuição de Revolução Francesa, do Governo Representativo Liberal inglês e da Revolução Americana.

Gomo hoje acontece os cidadãos elegem os seus representantes, os quais serão responsáveis pela tomada de decisões em seu nome, fazendo-o, no entanto, sem conhecerem directamente, salvo as excepções, os deputados que tomam assento nas Assembleias.

Ao invés, se  pensarmos no que acontecia na velha Grécia e na Roma Imperial, temos que a democracia directa tem vantagens sobre a indirecta – olhando o tempo presente em que os representantes do povo lhe são impostos pelos directórios partidários, em muitos casos sem  responsabilidades afectiva locais, embora eleitos por eles.

Seria, pois, de toda a conveniência social que fossem implantados os círculos uninominais que limitando geograficamente uma dada porção do território definissem através do voto de um conjunto de eleitores o representante escolhido para exercer funções parlamentares, elegendo apenas, por cada círculo, o deputado  mais votado e a quem seria pedida a responsabilidade pelo voto que lhe fora atribuído.

E não se venha dizer "que sem partidos não há democracia" porque eles são o seu cerne, mas têm de ser mais liberais - abertos ao povo - e menos colados à monopolização do exercício do poder que deve funcionar independentes deles e do nepotismo que se instala, vindo, afinal, a comportar-se, quando a conseguem alcançar, como uma ditadura da maioria parlamentar legalmente eleita de acordo com a democracia indirecta - mas seguindo quando o momento parecer oportuno, embora encapotadamente, o populismo da máxima romana "Panem et circenses" (pão e circo). 

Falando de esperança...


A esperança, enganadora como é, serve contudo para nos levar ao fim da vida pelos caminhos mais agradáveis.

François de La Rochefoucauld

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Diz um sábio axioma popular "que a esperança é a última coisa a morrer" e até parece que La Rochefoucauld se terá inspirado nisto para tecer o seu comentário breve, mas cheio de uma verdade inquestionável para, sobre este assunto falar direito, ou seja, sem matar a virtude da "esperança" nos dizer sem rodeios como ela é enganadora, mas prestável por conduzir pelos seus "caminhos ideais" todos os caminhos reais dos homens e é, por isso, que neste momento - em que eu mesmo me agarro à fateixa da esperança - me veio à lembrança o poema O TEU RETRATO de António Nobre repleto de amor e de esperança e que diz deste modo:

Deus fez a noite com o teu olhar,
Deus fez as ondas com os teus cabelos;
Com a tua coragem fez castelos
Que pôs, como defesa, à beira-mar.

Com um sorriso teu, fez o luar
(Que é sorriso de noite, ao viandante)
E eu que andava pelo mundo, errante,
Já não ando perdido em alto-mar!

Do céu de Portugal fez a tua alma!
E ao ver-te sempre assim, tão pura e calma,
Da minha Noite, eu fiz a Claridade!

Ó meu anjo de luz e de esperança,
Será em ti afinal que descansa
O triste fim da minha mocidade!


É desta ESPERANÇA que se faz a vida e é por ela que vivemos afoitamente na esperança de um dia melhor, porque, e lá vem à colação outro axioma popular bem conhecido: Hora a hora Deus melhora, e a ESPERANÇA enganadora como é, como afirma La Rochefoucauld, vive disto, fazendo dele o melhor alimento da alma que crê, como António Nobre, que do caminheiro errante que era - tendo-a encontrado naquele amor - já não andava perdido em alto mar.

Tenho o dever de dizer o que sinto...

http://www.sapo.pt/

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Esta afirmação do Senhor Presidente da República é de ontem.

António Costa ou um qualquer Ministro do actual governo não diria melhor e como valor eleitoral para agradar até fazia sentido, mas esta frase dita pelo PR é também para agradar a um governo feito de "arranjinho" cujos partidos, na altura própria não disseram ao povo o que tinham combinado nas alfurjas e, depois, se arranjaram, a ponto - e isto é verdade - de terem acabado as greves, sobretudo as dos transportes colectivos e outras, a troco de um "prato de lentilhas"...

Mas esta afirmação do PR é uma afronta para o Governo que suportou o peso de uma quase bancarrota, a imposição dum resgate para salvar o erário público e os ditames de uma "troika" que trimestralmente vinha a Portugal vigiar as contas públicas e, por isso, aquele Governo, dir-se-ia de salvação nacional, merecia ser mais compreendido, porque a instabilidade que causou na sociedade foi fruto dos Sindicatos que hoje meteram a "cabeça na areia"...

É por isso que eu - cidadão pacífico, vejo o que se passa e desejo a paz social - julgo que esta asserção do PR era entendível se fosse dita a partir de um qualquer membro do governo, mas não o é em Marcelo Rebelo de Sousa, porque sendo Presidente de todos os portugueses devia ser mais comedido nas palavras que diz.

É a minha opinião que julgo ter o direito de a expressar.

sábado, 22 de abril de 2017

Não é nenhuma vergonha...


Não é nenhuma vergonha ser feliz. Vergonha é ser-se feliz sozinho.

Albert Camus

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Albert Camus com este pensamento cheio de intensidade humana leva-me a pensar que neste momento de inspiração feliz se terá lembrado do sexto dia da Criação, após os cinco primeiros dias, quando Deus criou o ser humano. De acordo com a descrição bíblica, Deus disse:

«Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.» Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher. Abençoando-os, Deus disse-lhes: «Crescei, multiplicai--vos, enchei e submetei a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.» Deus disse: «Também vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus e a todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra, igualmente dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir.» E assim aconteceu. Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia. (Gn 1, 26-31)

Temos assim que a primeira acção de Deus foi a de abençoar o homem e a mulher derramando sobre eles a sua graça, convidando-os a serem felizes os dois e não um separado do outro, por ser esta a ordem natural das coisas e não o egoísmo, mesmo em casal, de cada um ser feliz à sua maneira, esquecendo-se que só somos felizes se repartirmos a felicidade que temos, bem a linha do belo pensamento de Albert Camus.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

A verdadeira generosidade...



A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente.

Albert Camus

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Este pensamento cheio de sentido humano e social leva-nos até S. Mateus que no seu Evangelho (25, 35-36) fala deste jeito: Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo, ou seja, é com o altruísmo como se vivem as horas de cada dia que é possível fazer a sementeira que num tempo futuro, ainda que não seja para nós, possa dar aos outros a recolha dos frutos amadurecidos.

Bebe-se a largos sorvos...



Bebe-se a largos sorvos a mentira que nos lisonjeia, e gota a gota a verdade que nos é amarga.

Jean-Jacques Rousseau


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Verdade,  não é?

É assim porque a natureza humana é mais propensa a receber galanteios, mesmo enganadores, do que a receber o contrário, que até podem ser verdades, mas, muitas vezes recusadas quando se ergue o farol da vaidade como se dele partissem feixes de luz, que apenas são sombras que nada alumiam...

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Dois bons alunos de Bruxelas...


Cada um um destes bons alunos é digno do outro.

Estou a falar de Passos Coelho - que com a sua política de impostos directos, para cumprir os ditames de Bruxelas, foi "para além da trioka", como foi acusado por toda a esquerda parlamentar - um "chavão" que fez escola - e António Costa que com a sua política de custos indirectos, que todos pagamos sem dar por isso, foi para além défice exigido por Bruxelas, 2,5% do PIB, fixando-o em 2% a que para além dos impostos indirectos acresceu a falta de investimento publico e um perdão de dívidas fiscais.

Eis, porque, neste aspecto cada um deles é digno do outro... mas com esta diferença:

A máquina de propaganda do PSD foi incapaz de defender o seu líder da acusação de  "ter ido para além da troika" e abandonou-o por incapacidade lutadora,  enquanto a máquina de propaganda do PS fez um altar onde colocou António Costa, defendendo-o.

Mas a diferença não está só aqui.

A austeridade de Passos Coelho foi uma janela aberta, enquanto a austeridade de António Costa foi um janela fechada como apoio do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Comunista Português (PCP) que a não deixaram abrir, sobretudo o PCP que mandou calar os Sindicatos que lhe são afectos, permitindo, assim, que António Costa governasse para agradar a Bruxelas e às Agências de Rating, á custa de continuar a fazer crescer o monstro da dívida pública que os nossos netos e bisnetos um dia pagarão...

E tudo isto para ser um bom aluno... mas parecendo que Passos Coelho  - também bom aluno - o foi com menos artifícios...

domingo, 16 de abril de 2017

Cristo ressuscitou! Aleluia!



DA LITURGIA

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No primeiro dia da semana, ao romper da alva, as mulheres foram ao sepulcro, levando os perfumes que haviam preparado. Encontraram removida a pedra da porta do sepulcro e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Estando elas perplexas com o caso, apareceram-lhes dois homens em trajes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, eles disseram-lhes: «Porque buscais o Vivente entre os mortos?
Não está aqui; ressuscitou!  (Lc 24 1-6)

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O Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo - Filho de Deus -  é tão grande como a grandeza de quem há-de ser até à consumação dos séculos Aquele que foi a sua causa e a tornou imortal, tendo desde os tempos primeiros sensibilizado a Humanidade rendida à exaltação da figura de quem, sendo Mestre, Rei e Senhor, dizia que viera para servir e não para ser servido, uma das razões mais profundas da sua evocação em que o Amor entre todas as criaturas - a sua Lei Fundamental - deixou raízes na "floresta humana" de que Ele foi o roble maior enquanto viveu e depois da sua morte, assim será para todo o sempre.

Disse d'Ele, Gregório de Narek:


Quanto a mim, não apenas O invoco
mas, antes de tudo, creio na Sua grandeza.
Não é pelos Seus presentes
que persevero nas minhas súplicas:
é que Ele é a Vida verdadeira
e n’Ele respiro;
Sem Ele não há movimento nem progresso.
Não é tanto pelos laços de esperança:
é pelos laços de amor que sou atraído.

Não é dos dons:
é do Doador que tenho perpétua nostalgia.
Não é à glória que aspiro:
é ao Senhor glorificado que quero abraçar.

Não é de sede da vida que constantemente me consumo,
é da lembrança d’Aquele que dá a vida.
Não é pelo desejo de felicidade que suspiro,
que do mais profundo do meu coração rompo em soluços:
é porque anelo por Aquele que a prepara.

Não é o repouso que procuro,
é a face d’Aquele que aquietará o meu coração suplicante.
Não é por causa do festim nupcial que feneço,
é pelo anseio do Esposo.

Na esperança certa do Seu poder
apesar do fardo dos meus pecados,
creio, com uma esperança inabalável,
que, confiando-me na mão do Todo-Poderoso,
não somente obterei o perdão
mas que O verei em pessoa,
graças à Sua misericórdia e à Sua piedade
e que, conquanto justamente mereça ser proscrito,
herdarei o Céu.


Trazer à lembrança este velho poema do místico arménio do primeiro milénio da era cristã - neste tempo em que as Escrituras nos recordam a ida das mulheres de Jerusalém que de perto acompanharam a peregrinação de Jesus e a pregação da Sua Palavra Eterna e se deram conta que o Corpo de Jesus já se não encontrava na sepultura - é um modo de nos lembramos que este Mistério que jamais alguém decifrará nos deve ligar à mística com que Gregório de Narek acaba o seu poema de Amor pela Pessoa do Ressuscitado:

Na esperança certa do Seu poder
apesar do fardo dos meus pecados,
creio, com uma esperança inabalável,
que, confiando-me na mão do Todo-Poderoso,
não somente obterei o perdão
mas que O verei em pessoa,
graças à Sua misericórdia e à Sua piedade
e que, conquanto justamente mereça ser proscrito,
herdarei o Céu.